Corpo e mente são transformados em fantásticas imagens. A dança é sua conexão com o mundo. São as formas do corpo humano em perfeito equilíbrio e harmonia.

O corpo se move e a alma dança. É puro equilíbrio de movimento, músculos, feições. É vida, é desafiar os limites, é profissão, é divertir-se. Tudo isso se mostra de forma clara na série da fotógrafa brasileira Julia Salustiano, chamada ‘Conexão Corpo-Mente’, na qual Julia registra dançarinos, acrobatas e outros artistas que se expressam através do corpo.

Julia nasceu em Brasília e em 2014, se mudou para Santos. Desde então trabalha entre as duas cidades e São Paulo. Em 2009, se formou em Jornalismo e, a partir de então, fez inúmeros cursos de aprofundamento na área da fotografia. Foi aí que começou a estudar e trabalhar com as imagens.

Desde que entrou com tudo nesse universo, a artista se interessa em retratar o universo feminino. Em 2012, passou a capturar casamentos – (como integrante da equipe do fotógrafo Jeffrey Oakar, depois por conta e como freelancer para outros profissionais).

Em 2015, ao buscar um tema ao qual pudesse se dedicar de forma mais livre, encontrou na dança sua maior inspiração. Iniciou o projeto pessoal que mudou o rumo de sua carreira. No início, o objetivo de Julia era estudar a expressão corporal e seu poder de comunicação através da fotografia.

Mas a ideia foi além: o ‘Conexão Corpo-Mente’ a conectou com dançarinos, acrobatas e outros artistas que se expressam através do corpo. Recentemente, ela deixou os casamentos para se dedicar exclusivamente aos ensaios para portfólio de dançarinos e companhias de dança.

Não poderia ter dado mais certo. Ano passado, marcas de roupas de ginástica e fitness como Capezio, a chamaram para editoriais. Julia também já teve seu trabalho publicado na Revista Traços, no jornal Correio Braziliense, na revista C-heads Magazine, no site Slippery Edge, na revista Air Mag e, por duas vezes, na revista B-authentique.

Em 2015 foi selecionada para participar de uma exposição online pela convocatória Portfólio em Foco, promovida pela 11ª edição do Festival Internacional de Fotografia Paraty em Foco.

E isso é apenas o começo para quem busca destacar a beleza de pequenos gestos e as possibilidades infinitas do corpo humano. Conversamos com a fotógrafa para saber um pouco mais sobre suas inspirações. Confira:

FTC: Há quanto tempo fotografa?

Julia: Há 6 anos.

FTC: Qual a influência das cores nos seus trabalhos?

Julia: A cor é um dos elementos da imagem que comunicam sensações ao observador. É um elemento de composição de cena que procuro trabalhar de forma bastante consciente, de acordo com a mensagem/sensação que quero passar em cada ensaio ou foto.

FTC: Está tocando algum projeto específico atualmente?

Julia: Atualmente, estou buscando viabilizar uma exposição das fotografias realizadas para o projeto Conexão corpo-mente. E, no futuro, pretendo fazer um livro com as fotografias de dançarinos.

FTC: O que é arte para você e como você definiria a sua arte?

Julia: A arte é o que nos faz refletir sobre a vida, é o que nos desperta memórias, nos provoca emoções e sensações as mais variadas. É o que nos humaniza e o que contesta nosso passado, presente e futuro.

Com a fotografia, busco causar sensações no observador, fazê-lo pensar sobre a imagem e que tipo de emoções ela provoca. Busco inspirar. Destacar a beleza de pequenos gestos e as possibilidades infinitas do corpo humano.

FTC: O que a fotografia representa na sua vida?

Julia: A fotografia está presente em meu dia a dia. Vejo/estudo imagens o tempo todo. Uma paisagem me inspira a fotografar, uma luz, um local abandonado ou rústico. Fotografias antigas me despertam memórias gostosas de serem relembradas.

Fotografias contam histórias e talvez fotografar faça parte de uma ânsia por permanecer, por eternizar minha visão de momentos etéreos, que, através da fotografia, poderão sobreviver à minha finitude.

FTC: Com o que você se inspira?

Julia: Fotografia, música, dança, cinema, pintura, literatura, estar na natureza, são coisas que me inspiram.

FTC: Existe algum fotógrafo que você admira e que te inspire muito?

Julia: Impossível citar apenas um. Sally Mann, Alain Laboile, Irving Penn, Arnold Newman, Vivian Maier…

“Arte é o que nos faz refletir sobre a vida, é o que nos desperta memórias, nos provoca emoções e sensações as mais variadas. É o que nos humaniza e o que contesta nosso passado, presente e futuro. Com a fotografia, busco causar sensações no observador, fazê-lo pensar sobre a imagem e que tipo de emoções ela provoca.”