Ivy Saruzi já apareceu por aqui, na lista dos 20 tatuadores brasileiros para seguir no Instagram, e fez bastante sucesso. A artista tem 27 anos e é de Porto Alegre.

Há alguns anos começou a trabalhar em estúdios e nunca mais parou. Acredita que tinta na pele não é só sua profissão, é seu hobby e sua diversão. Na verdade, muitas vezes acorda e percebe que sonhou com o tema a noite toda.

Hoje tem seu próprio estúdio, o thINK artclub em Porto Alegre ao lado de outros incríveis profissionais. Seus traços finos e delicados criam fantásticas e detalhadas tatuagens, muitas em tipografia ou com formas e desenhos bem interessantes.

Conversamos com Ivy Saruzi para saber mais sobre suas inspirações:

FTC: Tem quantas tatuagens? O que são?

Ivy: Eu tenho 11 tatuagens. Um ponto de exclamação no tornozelo direito, um coração alado que fiz com 6 amigos no tornozelo esquerdo. Uma caveira com um shot de tequila no meio das costelas na minha coxa esquerda. Ornamentos na costela/barriga esquerda. PMA no punho esquerdo, diamante no dedão da mão esquerda. Um gato Darth Vader no antebraço esquerdo. Plantas carnívoras no braço esquerdos. Caveiras com ampulhetas no braço direito. Tattoo na mão/punho que tatua (direito). Dragão medieval vermelho nas costas.

FTC: Quando e como você começou a tatuar? Existe um por quê de você ter começado a se expressar através das tatuagens?

Ivy: Eu conheci o Edu, dono do estúdio que eu trabalho, quando coloquei meu primeiro piercing com ele. Eu tinha 12 anos. Naquela época queria ser artista plástica. Mas, quando eu coloquei meus pés dentro do estúdio aquele dia e vi os desenhos na parede, falei pro meu pai: é isso que eu vou fazer quando crescer. E eu cresci, e segui outro rumo. Até que no início de 2009, quando tudo parecia ser chato demais pra mim, faculdade, trabalho, rotina, eu escutei a guriazinha de 12 anos gritando pra mim, e eu respondi de volta, pedi demissão, mandei um e-mail pro Edu, e naquele ano virei aprendiz de tatuadora do estúdio dele.

FTC: Qual foi sua primeira tatuagem? E em um cliente?

Ivy: Minha primeira tattoo foi um maori na canela de um amigo, o Tom. Por incrível que pareça acho que é uma das mais decentes que ele tem, porque já foi cobaia de muitos outros amigos tbm, hehehe. E a minha primeira tattoo paga foi uma estrelinha, e como estrela é um desenho muito simétrico, ela precisou assinar um termo de ocorrência dizendo que sabia que eu estava apreendendo e que poderia não ficar das melhores.

FTC: No dia a dia, com o que você se inspira?

Ivy: Quando a gente trabalha com o que a gente ama, tudo é inspiração. A vida é inspiradora. Amo ilustrações antigas, aqueles traços finos tão juntos que formam texturas e sombras. Procuro olhar sempre o trabalho de outros artistas, procuro entender como eles pensaram os desenhos que fizeram, isso ajuda no meu próprio processo criativo.

FTC: Três sites que você adora visitar, um livro e uma música.

Ivy: Netflix, para relaxar. Facebook, para contatar os clientes. Google (risos), o dia todo para pegar referências. Livro: confesso que tenho lido menos do que gostaria, no momento estou lendo “O Rei de Amarelo”, do autor Richard W. Chambers. Música: nenhuma em específico mas tenho ouvido muito Johnny Cash.

FTC: Se pudesse dar um recado para quem vai fazer uma tatuagem, qual seria?

Ivy: O conselho que posso dar para quem quer fazer uma tattoo é: tenha certeza do que quer fazer, independente do motivo pelo qual queres fazer, escolha bem o profissional, veja o portfólio dele, e veja principalmente se o trabalho combina com o que você deseja fazer. Veja isso como um bom investimento, você carregará essa tatuagem pelo resto da sua vida.