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5 mulheres pioneiras que desenharam a história da arquitetura no Brasil

Descubra a trajetória inspiradora de 5 mulheres pioneiras que moldaram a história da arquitetura no Brasil;

Embora atualmente as mulheres sejam grandes protagonistas na arquitetura brasileira, até hoje enfrentam desigualdades em sua jornada profissional. Pensando nisso, resolvemos mergulhar na história de cinco arquitetas e urbanistas brasileiras que não apenas moldaram o país com seus traços e visões, mas também pavimentaram caminhos de possibilidades e um futuro mais igualitário.

Pioneiras, elas transformaram o cenário, em uma época que a presença feminina era praticamente nula. Quebraram barreiras, esteriótipos e deixaram inúmeras obras como inspiração. Conheça um pouco da trajetória de Carmen Portinho, Lina Bo Bardi, Chu Ming Silveira, Rosa Grena Kliass e Dora Alcântara.

Carmen Portinho: 1ª mulher a obter o título de urbanista no país

Carmen Portinho não foi apenas a 3ª mulher a se graduar em engenharia pela renomada Escola Politécnica da Universidade do Brasil; ela foi também a 1ª a receber o título de urbanista, desbravando territórios até então inimagináveis para as mulheres de sua época.

Feminista, sua visão ultrapassava os limites do convencional. Foi uma das mentes brilhantes por trás da introdução do conceito de moradia popular no Brasil, uma verdadeira revolucionária no campo do urbanismo social.

Seu legado é visível em obras icônicas como o Aterro do Flamengo e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), além dos inovadores conjuntos habitacionais do Pedregulho e da Gávea,

Dora Alcântara: a maior especialista em azulejaria nacional

Dora Alcântara se tornou uma verdadeira contadora de histórias através de sua paixão e dedicação à azulejaria nacional. Sua jornada começou quase por acaso, durante uma estadia em São Luís, MA, onde acompanhou seu marido por motivos de trabalho. Lá, foi amor à primeira vista — não somente pelo lugar, mas pela azulejaria de fachada que adornava a cidade.

Inspirada e movida pelo estudo e preservação dessas obras de arte, Dora retornou ao Maranhão após o nascimento de sua filha. Com a falta de uma máquina para os registrar, começou a desenhar. Lápis e papel na mão, ela esboçou croquis de cada azulejo que encontrava, capturando não apenas imagens, mas a essência de uma cultura vibrante.

Durante a jornada, cruzou com o de um padre, detentor de uma câmera fotográfica. Com um pedido gentil e um objetivo comum, Dora conseguiu que ele a acompanhasse, permitindo-lhe assim documentar detalhadamente a beleza do azulejo luso-brasileiro. Em 2020, tornou-se a 2ª mulher da história a ganhar o prêmio Colar de Ouro/IAB.

Lina Bo Bardi: principal referência feminina da arquitetura no Brasil

Em um mundo pós-guerra, a Itália viu uma de suas filhas mais brilhantes cruzar o oceano em busca de novos horizontes. Lina, junto com seu marido Pietro Maria Bardi, desembarcou no Brasil, trazendo na mala sonhos e esboços que iriam transformar o cenário arquitetônico do país tropical.

Imbuída de uma paixão pelo modernismo e uma curiosidade insaciável pela vibrante cultura popular brasileira, Lina começou a tecer sua narrativa através de estruturas que mais parecem poesias solidificadas. Entre suas criações mais emblemáticas, destaca-se o audacioso Museu de Arte de São Paulo (MASP), uma estrutura que desafia as leis da gravidade e encanta os olhares por sua leveza e transparência.

A Casa de Vidro, refúgio verde que serviu de lar para o casal, um diálogo constante entre o interior e o exterior, homem e natureza. E como esquecer do SESC Pompéia e do Museu de Arte Moderna no Solar do Unhão, em Salvador?

Hoje, o legado de Lina Bo Bardi transcende suas obras físicas. No Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, em São Paulo, no mesmo espaço que foi seu lar por décadas, encontra-se um tesouro de documentos projetuais, fotografias, desenhos, maquetes, croquis, textos e filmes. Vale a pena dar uma espiada online.

Rosa Grena Kliass: 1ª mulher a obter o título de paisagista no Brasil

Num país onde o verde muitas vezes se rende ao cinza do concreto, Rosa Kliass emergiu como uma visionária, plantando ideias inovadoras. Pioneira da arquitetura paisagística no Brasil, floresceu espetacularmente nas avenidas e parques do país.

Um de seus triunfos mais notáveis foi a transformação da Avenida Paulista em 1973, e o Vale do Anhangabaú, que em 1981, sob suas mãos, renasceu como um oásis urbano. Mas Rosa não parou por aí.

No início dos anos 2000, o Parque do Forte e o Mangal das Garças, nos estados do Amapá e Pará, são testemunhos de sua visão de que grandes espaços podem, e devem, ser transformados em refúgios de biodiversidade e beleza.

Chu Ming Silveira: criou a icônica cabine para telefones públicos, o orelhão

Nascida em Xangai, Chu Ming mudou-se para o Brasil aos 10 anos, uma mente brilhante que viria a redefinir o design urbano brasileiro. Com um olhar aguçado e uma sensibilidade única para captar a essência do espaço urbano, como arquiteta, logo deixou sua marca indelével. Foi ela quem desenhou os icônicos orelhões e orelhinhas brasileiros, conhecidos carinhosamente como Chu I e Chu II. 

Em São Paulo, projetou bancas de jornais e flores que são mais do que meros pontos comerciais. Além disso, casas diferenciadas em concreto aparente, verdadeiras declarações de amor à materialidade e à forma.

No litoral paulista, mais precisamente em Ilhabela, Chu Ming desdobrou ainda mais sua criatividade. Lá, ela desenvolveu o estilo “Pós-caiçara”, uma fusão entre as técnicas contemporâneas e materiais locais, entre o novo e o ancestral. Cada residência era um “organismo vivo”, que dialogava com a simplicidade, em reverência às forças da natureza e seguia os princípios do Feng Shui.

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