A preocupação com temas como qualidade de vida e meio ambiente tornou-se um movimento crescente nos últimos anos e inspirou incorporadoras ao redor do mundo todo a se empenharem no resgate do verde em meio ao cinza das grandes construções.
Estamos assistindo a um movimento de decisão pela reinvenção, pela diminuição do consumo e pela busca de alternativas mais ecológicas, e já é possível ver projetos que têm o verde como protagonista em diferentes países, inclusive no Brasil. Muitos deles prometem reduzir o consumo de água, a energia e os resíduos sólidos, além de contribuírem para o clima e o desenvolvimento do planeta.
A seguir, selecionamos algumas iniciativas bacanas quando falamos em arquitetura. Saiba mais sobre esses cinco prédios sustentáveis e suas construções inovadoras:
1- Bosco Verticale (Milão, Itália)
Localizado em Milão e projetado pelo arquiteto Stefano Boeri, o prédio Bosco Verticale (bosque vertical, em português) foi o primeiro a compor uma floresta vertical no mundo. Inaugurado em 2014, ele consiste em duas torres residenciais e compreende uma área de 2,5 hectares de vegetação exuberante no coração de uma das cidades mais poluídas da Europa. Ao todo, as varandas são cercadas por 900 árvores que medem 3, 6 ou 9 metros de altura, o que é equivalente a aproximadamente 10 mil m² de floresta.
A fachada verde proporciona um microclima que garante sombra durante o verão e passagem de luz no inverno, além de filtrar as partículas de pó que existem no ambiente urbano. Para completar o conceito sustentável, a irrigação é feita com água reutilizada da chuva e também da pia e do chuveiro dos moradores. Por fim, os sistemas de energia eólica e fotovoltaica alimentam a necessidade energética das duas torres.
2- La Tour dês Cedres (Lausanne, Suíça)
Com obras previstas para 2017 e também assinado por Boeri, o La Tour dês Cedres, em Lausanne, na Suíça, vai além e combina unidades residenciais e comerciais, academia e um restaurante panorâmico no último andar, em uma única torre. Com 36 andares, o projeto vai abraçar a biodiversidade de espécies e vegetais e abrigará mais de 100 árvores de cedro, 6 mil arbustos e 18 mil plantas de forma vertical distribuídos por cerca de 3.000 metros quadrados nas varandas e terraços.
Em comum com o vizinho Bosco Verticale, a floresta vertical do La Tour dês Cedres é funcional, tem a funcionalidade de proteger os apartamentos de ventos fortes, poeira e poluição sonora, proporcionar um ambiente mais natural e mais aconchegante, além de oferecer uma visão mais agradável no meio da cidade européia.
3- Seed (São Paulo, Brasil)
O Brasil também foi presenteado recentemente com um projeto inovador lançado pela incorporadora Gamaro e assinado pelo botânico Ricardo Cardim, brasileiro responsável por mais de 500 projetos de telhados verdes, jardins verticais e paisagismo sustentável. O Seed (semente, em inglês), que será construído na Vila Olímpia, em São Paulo, é o primeiro empreendimento residencial a contar com o terraço pocket forest, que dá origem à primeira fachada integrada a espécies de Mata Atlântica construída em ambiente residencial. Cada unidade contará com até 4,8m2 de jardim composto por bioma nativo e árvores frutíferas de até 6 metros de altura.
O espaço estará conectado a uma estação meteorológica que terá a missão de realizar o cuidado eletrônico, como a irrigação correta, de acordo com as condições climáticas. Além disso, de forma comprovada, essa espécie de jardim vertical proporciona um dia a dia mais saudável ao proteger os moradores da radiação direta do sol no verão e ao manter o pulmão mais aquecido no inverno, por exemplo. A menor exposição à poluição sonora é outros dos benefícios.
4- One Central Park (Sidney, Austrália)
Apesar do nome inspirado no histórico parque nova iorquino (Central Park), o One Central Park foi lançado em 2013 na Austrália e se propôs a ser a parede viva mais alta já construída. Os responsáveis pelo projeto são o expert em jardins verticais Patrick Blanc e o renomado arquiteto Jean Nouvel. A vegetação cobre os 166 metros de altura dos dois prédios residenciais em Sidney e as espécies são divididas entre plantas nativas do país e outras exóticas.
Além dessa proposta, outra inovação trazida pelo empreendimento foi a instalação de um heliostato entre as duas torres, que trata-se de um dispositivo com espelhos que se movimentam para que a todo momento a luz solar seja refletida para o jardim e para outras áreas do prédio, gerando iluminação natural ao longo do dia e diminuindo o desperdício de energia elétrica, por exemplo.
5- EDITT Tower (Ecological Design In The Tropics) (Singapura)
Mais antigo, mas não menos surpreendente, o EDITT Tower, em Singapura, também é referência em design ecológico. Financiado pela Universidade Nacional de Singapura, metade da sua superfície é coberta por vegetação, o que melhora a biodiversidade do local e contribui para a reabilitação do ecossistema da cidade, já que sua disposição gera um sistema de ventilação natural e de biogás, que combinados com os painéis fotovoltaicos diminui a necessidade do uso de equipamentos elétricos, por exemplo).
A eficiência está também no uso sustentável da água. Localizado em uma cidade famosa pelos aguaceiros, o empreendimento conta com um sistema de captação de água da chuva que alimenta 55% da sua necessidade.
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