Janelas de SP
Art Attack

Janelas de SP: arquiteta cria desenhos à mão livre para retratar janelas icônicas e reconectar as pessoas à cidade

Luz e exterior com história e reflexão. O projeto Janelas de SP busca reconectar as pessoas à cidade através do desenho de um elemento tradicional e comum da arquitetura: as janelas. A ideia é de Nara Coló Rosetto, arquiteta e ativista em diversos projetos e iniciativas ligados ao assunto.

Desde criança, Nara conta que o objeto em questão mexe afetivamente com a sua curiosidade. Semanalmente, ela desenha à mão livre uma janela que encontra pelos bairros de São Paulo. Seu objetivo é estimular um novo olhar durante passeios pelas ruas e (um olhar mais atento aos detalhes), valorizar a história da cidade, edificações e moradores, além de aproximar as pessoas ao bairro em que vivem (ou visitam), criando uma maior identidade.

“Janelas são vazios, não-lugares que nos permitem ver através, que nos preenchem de imagens e memórias” – diz Nara. Ao retratar janelas, Nara quer que você enxergue poesia onde seria apenas mais um espaço urbano. O intuito dela agora é que o projeto vire um livro exclusivo com a ajuda de crowdfunding. Confira entrevista:

FTC: Nara, como você preenche atualmente sua bio nos diversos sites e redes sociais em que participa?

Com formação em arquitetura e urbanismo, Nara Rosetto explora as técnicas de desenho, crochê, string art e bordado. Paulistana, vem investigando desde a graduação possibilidades de reconectar as pessoas aos espaços percorridos seja através de intervenções artísticas e efêmeras, caminhadas, guias e mapeamentos, conhecimento de literatura ou das diversas camadas de história e memórias ligadas a ele.

FTC: Qual foi seu momento “a-ha”, seu estalo, para se interessar por janelas?

Na verdade, elas sempre mexeram com a minha curiosidade. A janela te leva pra outro tempo, mais lento e de observação – assim como o desenho. Eu quase sempre tenho um caderno de desenhos de observação, nas viagens principalmente.

Conheci o projeto Windows of New York por acaso no Facebook e fiquei encantada, pensei que seria massa ter uma versão paulistana mas só me deu a fagulha de início quando uma amiga postou esse mesmo projeto na minha linha do tempo e disse: “Nara, ia ficar tão legal uma versão daqui mas com seus desenhos a mão!” E assim foi, despretensiosamente, quase três anos atrás.

FTC: Como surgiu essa sua relação com o design, a cidade e os bairros? 

Desde pequena eu gostei muito de fazer atividades manuais – desenhar, esculturas de massinha, aprendi ponto cruz e crochê com as mulheres incríveis da família e nos tempos de escola as aulas de história e geografia (além das de arte, claro) me encantavam.

Ver mapas e relaciona-los com tempos históricos/culturais/artísticos/políticos é incrível! Com a graduação em arquitetura e urbanismo isso só se aprofundou!

FTC: Conta mais sobre os desenhos e a ideia do livro;

Os desenhos são feitos à mão livre com nanquim e canetas marcadoras e retratam as janelas de diferentes partes da cidade.

O projeto tem como objetivos:

  • Estimular um novo olhar durante passeios pelas ruas e bairros da cidade, mais atento aos detalhes;
  • Valorizar a história da cidade e dos bairros, suas ruas, edificações e moradores;
  • Aproximar as pessoas ao bairro em que vivem (ou visitam), criando uma conexão e identidade com a cidade;

O livro surge como uma forma de alcançar mais pessoas com esse trabalho de documentação artística. A publicação contará com 50 desenhos, sendo 40 meus e 10 de ilustradores e artistas convidados e terá a parceria da nformas design para a produção gráfica.

Além disso, vai ter algumas folhas em branco no final, para que os apoiadores do projeto possam continuar desenhando e fazendo anotações!

FTC: Que dicas você daria para alguém que tiver o livro em mãos?

Perambule com ele pela cidade, prestando atenção nos detalhes dos prédios e caminho! Aproveite as paginas em branco para fazer anotações e novos desenhos!

FTC: E pra finalizar, um bate bola jogo rápido. Pessoa Incrível?

Lotje Sodderland (do documentário “My Beautiful Broken Brain”, vi uma conversa com ela aqui no Itaú Cultural e ela é maravilhosa).

Música/Banda?

Just like a woman – Bob Dylan

Artista/Designer?

Lina Bo Bardi <3

FTC: Sobremesa?

Pudim de leite

Se ganhasse na loteria?

Doaria parte para a escola Caminho do Meio e com a outra viajaria o mundo desenhando e estudando as janelas das mais diferentes culturas.

Ajude a transformar o Janelas de SP em livro e ganhe recompensas. Apoie aqui. Acompanhe o projeto também no Facebook e Instagram.

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