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A Música na propaganda
Quantas vezes você já não foi até o google ou entrou em fórums só para saber “a música daquele comercial”? A propaganda tem o poder de trazer de volta aos ouvidos, clássicos esquecidos ou até lançar novos. Muitos novos artistas cedem a preço de banana os direitos de uma música para grandes marcas utilizarem em seus comerciais, de olho nos frutos que podem colher. Um bom exemplo foi o comercial da marca de cigarros Lucky Strike no início do milênio que alavancou a fama do pop-duo inglês Moloko.
Aqui no Brasil, é legal recordar que W. Olivetto foi um dos responsáveis por tirar Jorge Ben do ostracismo no início dos anos 90, usando músicas do artista em comerciais da W/Brasil, e até ganhando uma música de presente que acabou virando hit nacional. Na propaganda temos 2 opções: ou criamos um comercial sem locução ou falas e deixamos a trilha tomar conta dele ou criamos um comercial em que o jingle, feito especialmente para o produto assine-o e entre na mente dos espectadores. O Rider da Grendene é o campeão da 1ª opção: pelas mãos da finada W/ Brasil teve como trilha de seus comerciais regravacões de hits do passado por artistas contemporâneos: LuluSantos com o descobridor dos sete mares de Tim Maia; Paralamas com País Tropical de Jorge Ben, Skank com Vamos Fugir de Gilberto Gil.
A 2ª opção só funcionava há 15, 20 anos atrás, tínhamos uma penca de jingles bacanas como o da poupança Bamerindus, Natal do Banco Real, Danoninho, Guaraná Antarctica. E com todo jeito do que hoje é chamado de viral, o comercial do gordinho do pijama para as motos Honda foi um mega sucesso, sem mostrar nenhum pedaço do produto e um jingle foi criado meio que sem querer. Alguns desses que continuam a anunciar, repaginaram seus jingles hits, talvez na tentativa desesperada de reviver as glórias do passado e tentar voltar a ocupar espaço na mente do consumidor – detalhe: ficou uma porcaria.
Hoje em dia temos projetos oportunos de música e propaganda como o da Vivo com Mallu Magalhães. A operadora correu e obteve direito de exclusividade, do fenômeno da internet, para usar as músicas da artista em seus comerciais e ainda lançou o seu cd de estréia em primeira mão para os usuários.
Estamos no meio de um mercado inchado e oportuno, nada é produzido para durar. O tempo vale ouro e como diz Señor Abravanel, o não publicitário que mais vendeu e vende no Brasil,: ouro vale mais do que dinheiro.
Lucas P. Lima comanda a criação da Lao Tse, uma das agências mais criativas e premiadas do interior paulista. Vale a pena ficar de olho neles!