FTCMag

Inhotim: em meio à natureza, muita arte. Confira as 5 obras mais coloridas do acervo

O Instituto Inhotim, em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte, é a sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina. Conheça alguns dos espaços e suas cores! 

follow-the-colours-inhotim-daniela-fagundes-foto

Em um lugar onde a arte convive de maneira harmônica com a natureza, o jogo de cores e luzes não poderia ser mais impressionante. Quem conhece o Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais, sabe bem do que eu estou falando. No museu de arte contemporânea e jardim botânico, o cubo branco foi substituído por uma imensidão verde, que hora é pano de fundo, hora é personagem principal.

Com o objetivo de instigar reflexões e atiçar todos os sentidos, as obras em exposição não têm nada de singelas e encantam pelo tamanho e, principalmente, pelas cores. Muitas vão além do arco-íris e exploram os tons em suas nuances mais íntimas e sentidos mais complexos. Pensando nisso, selecionei algumas das obras mais coloridas para inspirar. Veja alguns exemplos:

Invenção da cor, Penetrável Magic Square # 5, De Luxe , 1977 – Helio Oiticica 

Laranja, amarelo, azul, branco e rosa. Nove paredes coloridas, no Inhotim, se tornam labirinto em meio à natureza. Nessa obra de Helio Oiticica, o visitante é convidado a penetrar na cor, andar, sentar, correr e respirar por dentro dela.

Em alguns dos esboços das “Magic Squares”, Oiticica chegou a detalhar até a direção das pinceladas nas paredes. Tudo para garantir uma experiência perfeita de ser, por completo, dentro da cor. (Foto: Carol Reis)

Desvio para o vermelho: impregnação, entorno, desvio , 1967-1984 – Cildo Meireles

Uma sala onde todos os objetos são vermelhos. Do sofá ao iPod, da gaiola aos macacos, do tapete ao ventilador. Nessa instalação, formada por três salas, o artista Cildo Meireles provoca uma sequência de impactos sensoriais e psicológicos em quem a observa.

Neste espaço, a cor se torna objeto, palpável, viva e em movimento (siga a tinta e comprove). Existem vários simbolismos e metáforas possíveis acerca da obra – do sangue ao comunismo -, mas o que de fato importa aqui é o efeito que o artista causa ao saturar a cor e transformá-la em matéria. (Foto: Eduardo Eckenfels)

Troca-troca, 2002 – Jarbas Lopes

Três fuscas coloridos, uma parte da lataria proveniente dos outros dois e cada pedaço de uma cor. É nesse compartilhamento de portas, experiências, diferentes tons, capôs e movimentos que o artista Jarbas Lopes construiu uma das obras mais fotografadas do Inhotim. A primeira viagem dos carros foi feita pelo artista e mais oito amigos, que saíram do Rio de Janeiro rumo ao Museu de Arte Contemporânea do Paraná, em Curitiba.

Com um sistema de som interligado entre os três veículos, os viajantes podiam se comunicar através de músicas e sons. Cinco anos depois da estreia nas pistas, os fuscas fizeram sua última viagem, de BH a Brumadinho, percorrendo as comunidades ao redor. Atualmente, estão estacionados próximo à Galeria Cosmococa, mas seguem prontos para uma próxima corrida. (Foto: Lily Mix)

True Rouge, 1997 – Tunga

Para mim, não há contraste mais bonito no Inhotim do que a composição formada pelo azul do lago, o verde das árvores, o branco da galeria e o vermelho da True Rouge. De longe, através do grande vidro da frente do prédio, os objetos que compõem a obra formam uma grande e bela escultura vermelha, que não toca o chão.

De perto, percebemos que os objetos vermelhos que pendem do teto nada mais são do que redes, bolas de sinuca, feltro, escovas, tinta e esponjas do mar. A instauração (mistura de instalação com performance), como denominava Tunga, foi inspirada no poema que nomeia a obra, de Simon Lane, que descreve uma ocupação do espaço pela cor vermelha. (Foto: Arquivo Inhotim)

Seção diagonal, 2008 – Marcius Galan

A partir de um estudo minucioso dos tons de verde e seu comportamento em diferentes tipos de iluminação, o artista Marcius Galan chegou ao perfeito conjunto de cores que nos faz confundir o que é real com o que apenas parece ser. Em um primeiro momento, acreditamos que existe um elemento que, ao tentarmos tocá-lo, descobrimos que não passa de uma incrível mágica colorida.

A obra acontece exatamente dentro de uma linha diagonal que divide o espaço da galeria, formando um campo de cor. Se na obra de Cildo Meireles, a cor se torna objeto, aqui, o objeto se transforma em cor. (Foto: Eduardo Eckenfels)

Fechado às segundas-feiras, o Instituto abre de terça a sexta das 9h30 às 16h30 e sábado, domingo e feriados das 9h30 às 17h30. O ingresso custa entre R$25-R$40 dependendo do dia. 

Veja mais detalhes de como visitar o Inhotim e suas cores. Foto capa: © Daniela Fagundes; 

Sair da versão mobile