Por Lucas PL. Publicitário, está em todo lugar: nas filas, nas calçadas, nas antenas e no bar. Sempre em busca das melhores músicas, filmes e seriados.
O próprio Justin Timberlake confirmou. Em 20 dias, ele e o produtor Timbaland tinham 20 músicas prontas para o novo disco. 20 músicas em 20 dias somadas à experiência de fazer o disco, igual a: 20/20 experience. Pronto, agora vc já sabe a origem do nome do novo disco duplo do Sr. Timberlake.
Bela coisa. Já imaginou ouvir, em tempos modernos, um disco com 20 músicas de em média 7min cada? Não tá fácil pra ninguém. A solução então, foi trazer o sexyback e dividir o disco em duas partes, o famoso álbum duplo – comum na era vinil. Perfeito para JT, que já vem embalado pela onda “oldie but goodie“. Que diga a sua banda, rebatizada para “The Tennessee Kids”: tiveram o figurino repaginado, músicos estrategicamente reposicionados e um belo cenário retrô montado. Tudo para que os meninos lembrassem uma clássica Big Band americana.
JT & The Tennessee Kids Frank Sinatra & The Count Basie Orchestra
Tem gente chamando o cara de “novo Sinatra”. Exagero. Mas é clara a influência do chairman na imagem atual do cantor. JT é hj, o cantor pop mais importante do cenário musical. Sua evolução é clara: vocal, imagem, figurino e repertório. Tudo melhorou e com um marketing pessoal impecável e implacável, caminha fácil para ocupar a lacuna deixada por MJ.
Quero ser você amanhã.
O trabalho gráfico de 20/20 é limpo e aposta no refinado: a paleta de cores tem apenas preto, branco e dourado, e a maioria das fotos de divulgação são em P&B. Uma única tipologia, vem sendo utilizada em toda a comunicação do novo disco e temos a aposta no nome do cantor abreviado: JT. Nos EUA, é uma pratica comum e até interessante no ponto de vista editorial, já que Timberlake não é mais o único Justin no cenário (Bieber), mas para outros países, acredito que não faz diferença alguma.
20/20 pte. 1 não inova sonoramente como FutureSex/LoveSounds que com faixas como My Love e Sexyback, na época, tiraram a Dance Music da mesmice. Agora, é menos sex e more conversation. As letras falam de diversão, trajes sociais, dança, clubs, amor romântico e até quando vai falar algo mais sexy, o artista é polido.
Continuamente influenciado por Michael Jackson, Prince, Kool & the Gang, dessa vez Justin deixa a gangue de lado, diminui a quantidade de raps nas faixas e soa mais cool, evocando Maxwell, Curtis Mayfield, Lionel Richie e até Temptations. Ele faz um R&B moderno, cheio de firulas eletrônicas e em contraponto, uma Dance Music nada moderna, porém de qualidade, e fortemente calcada no final da década de 70 e início dos 80. Suit & Tie e Mirrors se destacam. A primeira pela sonoridade e a segunda pelo chiclete musical.
O que poderia ter ficado de fora, além dos muitos minutos a mais em cada faixa, é o ego do produtor Timbaland que não deixa de colocar em grande parte das faixas seus famosos e chatos beat boxes e barulinhos vocais. Com o recorde de disco mais vendido na ainda breve história do ITunes, a 2ª parte está a poucos dias de ser lançada. Parece ser mais explícita nas letras e vem ancorada pelo já hit “Take back the Night”. 20/20 experience pte. 2 chega para testar os “moves” comerciais de JT.