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E-book gratuito ensina a identificar PANCs (plantas alimentícias não convencionais). Confira os benefícios de inseri-las no cardápio!

Hoje em dia temos nossa alimentação cada vez mais restrita ao que encontramos no mercado. No entanto, existe uma série de ingredientes que podem ser explorados em nosso dia-a-dia e que são extremamente nutritivos e benéficos para nossa saúde, por exemplo, as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), que por muito anos foram parte da culinária típica dos nossos avós e bisavós, mas que com a industrialização acabaram sendo deixadas de lado.

Cultivada em quintais do Nordeste, a Moringa tem folhas, frutos, raízes e sementes comestíveis. Imagem: Tadeu Brunelli/Paladar-Estadão.

Hortas de PANCs: cultivo diversificado e natural

Atualmente, tem-se resgatado esse grupo de plantas devido, não somente à seu alto potencial nutritivo e culinário, como também à sua importância ecológica, ao exercer o papel de protetoras de outras espécies quando plantadas em hortas orgânicas de alta diversidade.

As plantas alimentícias não convencionais fazem parte de um conjunto de hortaliças que, como o próprio nome diz, não são cultivadas tradicionalmente, mas que ainda assim surgem em diversos cultivos de forma natural, brotando junto com ervas daninhas e gramíneas. As plantas não convencionais, contudo, possuem valor nutritivo e são comestíveis, podendo ser utilizadas no dia a dia e estando presentes até mesmo em algumas hortas medicinais.

Em geral, são plantas acessíveis e que não fazem parte da gama de plantas consumidas no mercado tradicional. Seu surgimento espontâneo demonstra a alta resistência e a grande variedade de cada uma das espécies em questão. No Brasil, sempre houve uma forte presença de PANC’s em todas as regiões, mas somente nos últimos anos é que esse grupo de plantas começou a ganhar relevância na agricultura orgânica e também na gastronomia.

Trapueraba Roxa, um dos exemplos de PANCs brasileiras. Imagem: Bárbara Lopes/O Globo

PANCs são plantas daninhas prejudiciais?

As PANCs são por vezes consideradas ervas daninhas, pois surgem de forma natural e competem por nutrientes com as plantas já presentes nos canteiros. No entanto, poucas pessoas sabem diferenciar uma planta alimentícia das demais pragas e acabam por capinar as PANC’s deixando de aproveitar seus potenciais nutritivos e culinários.

A erradicação de plantas daninhas é uma das principais práticas de trato cultural, porém, ao reconhecer espécies de PANCs você deve reconsiderar a presença de tal espécie, que irá enriquecer o cultivo como um todo e tornará a horta orgânica ainda mais diversa e sustentável. Elas ainda restauram a funcionalidade do ecossistema, e quando presentes trazem benefícios ao solo e às outras espécies presentes no espaço.

Ora-pro-nóbis: as folhas e flores são comestíveis, sendo ricas em vitaminas e nutrientes. São consumidas refogadas, em saladas, junto a omeletes e tortas, entre muitos usos culinários. Imagem: Gustavo Giacon

“Azedinho” (Trevo Azedo): pode ser usada no preparo de saladas verdes, comidas quentes, como sopas, ou ainda misturada aos sucos, como o suco de laranja com mel e gelo, por exemplo, que fica uma bebida refrescante, saborosa e relaxante. Imagem: Por Acaso.

Benefícios de cultivar PANCs

As plantas alimentícias não convencionais são a base de uma agricultura orgânica sustentável, pois possuem importância ecológica, equilibrando o meio ambiente com a diversidade de espécies; econômica, incentivando o cultivo de novas espécies e inserindo novos produtos no cardápio do brasileiro; nutricional, pois garantem novas fontes de novos nutrientes, enriquecendo a alimentação sem a necessidade de inserir produtos químicos, e também importância cultural, uma vez que preservam e valorizam as espécies de cada região.

As PANC’s brasileiras, por exemplo, serão diferentes de de outras regiões, e essa diversidade é vantajosa tanto para o produtor quanto ao consumidor, que ganhará ainda mais opções de uma alimentação saudável e rica em nutrientes.

As PANCs têm forte presença na gastronomia orgânica, vegana e até mesmo na alta gastronomia. A elaboração de cardápios com elas é simples e a grande maioria dessas plantas possui excelentes índices nutricionais. Além de proporcionarem um sabor novo e diferenciado, funcionam como alternativa sustentável aos alimentos convencionais industrializados.

Rica em vitamina A e vitamina C, a Taioba é excelente fonte de fibras e carboidratos, através do seu tubérculo que pode ser consumido como inhame. Imagem: Nosso Foco Eco.

Espécies de PANCs no Brasil

O principal segredo está na identificação das PANCs em cultivos. Nem todas as ervas daninhas são PANCs, portanto, uma simples pesquisa sobre padrão de folhagem e ao estilo de crescimento pode auxiliar na distinção e na identificação dessas plantas não convencionais.

As principais plantas PANCs nativas do Brasil são Aracá-boi, Caruru, Fruta-pão, Beldroega, Jambu, Ora-pro-nóbis, Major gomes, Jurubeba, Taioba, entre outras, que podem ser facilmente encontradas em hortas ou canteiros. O manejo das PANCs é quase nulo, tornando sua produção ainda mais atrativa ao produtor orgânico e até mesmo ao produtor convencional.

Diversificar seus canteiros também pode auxiliar no controle biológico de pragas e também garante um melhor aproveitamento do solo. A natureza oferece diversas espécies de hortaliças para o consumo humano, cabendo a nós apenas saber aproveitar tais ofertas, cultivar e inseri-las em nossa dieta.

Peixinho da horta ou lambari: as folhas são geralmente consumidas fritas, empanadas ou à milanesa. Imagem: Semena.Cz.

Se você se interessou pelo assunto, vale a pena clicar aqui para baixar o E-book com 20 PANCS para você aprender a reconhecê-las e plantar na sua horta.

Aqui, também já falamos sobre as flores comestíveis na alimentação. Uma delícia!

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