La Cité du design Saint-Étienne – Imagem: Christian Bruchet (CC BY-SA 4.0)
Para os amantes da arquitetura e do design, conhecer a França é se apaixonar. Cada canto, cada porta, esquina ou jardim parece uma obra de arte. Mas há um cenário que vem se destacando ainda mais: a pequena cidade de Saint-Étienne, no Vale do Loire, a 60 quilômetros de Lyon. Com cerca de 180 mil habitantes, Saint-Étienne entrou em 2010 para a lista da UNESCO de cidades mais criativas do mundo, justamente na categoria Design.
Como na maioria das cidades da França, principalmente as menores, para aproveitar ao máximo a sua viagem, é bom saber um pouco de francês — ao menos o básico para ir ao restaurante, pedir informações na rua ou fazer o check-in no hotel. Com aplicativos como Babbel, por exemplo, você pode aprender francês de forma rápida e divertida, a qualquer hora e em qualquer lugar. Se começar poucos meses antes da viagem, já conseguirá se comunicar melhor com os Stéphanois, os habitantes de Saint-Étienne.
Durante muito tempo essa cidade foi conhecida pelos seus tecidos (especialmente fitas decorativas em seda), armas e bicicletas, pois era a principal produtora desses itens na França durante os séculos XVIII e XIX. Depois de passar por uma grande renovação cultural e urbana, no início deste milênio, Saint-Étienne despontou como uma cidade de protótipos, inventores, visionários e criativos — muito devido ao sucesso da Bienal Internacional de Design, realizada na cidade desde 1998, e ao polo de excelência La Cité du Design.
Com projeto assinado pelos arquitetos Finn Geipel e Giulia Andi, La Cité du Design foi concebida onde funcionava uma fábrica de armas no período da Revolução Francesa. O complexo ocupa um quarteirão e seus edifícios foram convertidos em oficinas para pesquisa, criação e experimentação das mais diversas áreas do design. Destacam-se a Torre de Observação, com 32 metros de altura — de onde se tem uma vista de 360º da cidade — e as salas de exposições, que abrigam a Bienal Internacional de Design.
Mesmo fora do complexo, nas ruas de Saint-Étienne, é fácil deparar-se com esculturas que interagem com o espaço urbano e edifícios monumentais, como o Zénith, concebido pelo arquiteto britânico Norman Foster, a estação Châteaucreux, e o edifício Ïlot Grüner, projetado por Manuelle Gautrand.
A unidade de habitação com 360 apartamentos duplex (L’unité d’habitation de Marseille) construída por Le Corbusier entre 1945 e 1952. Imagem: Pxhere.com
Outro passeio imperdível é a cidade vizinha de Firminy, marcada pelas intervenções do arquiteto, urbanista e pintor franco-suíço, Le Corbusier, um visionário no conceito de habitação social. Inaugurada em 1967, Firminy-Vert foi a última unidade de habitação projetada por Le Corbusier. A construção é um edifício de 33 pisos, todos diferentes, em concreto armado e sustentado por pilares. Com uma única porta de acesso — para que os vizinhos se conhecessem —, o projeto leva em conta os conceitos defendidos pelo arquiteto: sol, espaço e verde. Os corredores largos e compridos são identificados por nomes e exibem, dos dois lados, as portas pintadas nas cores primárias: verde, amarelo, azul e vermelho. Dentro das habitações, o mobiliário também foi desenhado por Le Corbusier.
Quando se cansar de ver a arquitetura e as peças de design de Saint-Étienne — se é que isso é possível — você pode se deliciar com as diversas boutiques de chocolate da cidade. A Weiss, fundada em 1892, é parada obrigatória e mais um pretexto para andar pelas ruas da cidade — e precisa?