>#tattoofriday – Introspecção

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Acho bem legal quando as pessoas mandam sugestões para o #tattoofriday. Porque juro que tem sexta que é difícil postar algo que eu acho que as pessoas vão gostar. E daí o @rntbecker escreveu pra mim pelo twitter dizendo que introspecção seria um assunto legal. Eu pensei: -“Putz, como assim? Esse cara tá muito doido. Se a gente faz alguma tatuagem é porque a gente gosta, é algo da gente, é introspectivo, tem algum significado”. E ele: “-Ah…algo que mostre a individualidade das pessoas, algo que mostre um momento dela com ela mesmo. Solidão seria mais fácil?”. E depois de horas percebi que eu estava totalmente enganada. Eu mesma possuo 4 tatuagens e nem todas tem um significado concreto. Há as de apenas por senso estético. Por que não? Parei pra pensar… algo individual, significativo, solidão – algo que pode ser só seu com você mesmo, uma experiência, isso é introspecção e … não é que eu tenho uma e me encaixo nisso @rntbecker? Você tinha razão.

“Minha irmã morreu de câncer aos 7, 5 anos atrás. Ela foi enterrada com o meu brinquedo favorito de quando eu era criança, um elefante de pelúcia que dei para ela enquanto ela estava doente, e que minha mãe colocou no caixão no último minuto. A borboleta é porque eu tenho essas telas de insetos em volta da cama. Dias depois da sua morte, minha mãe acordou (minha irmã dividia o quarto comigo) e uma borboleta repousava sobre mim enquanto eu dormia. Ela não voava. Ficava comigo e acho que era isso que queria que eu soubesse”.

“Os passarinhos em voo me representam em movimentação, saindo da depressão e de tudo que passei durante a minha vida”. 

“Meu pai costumava ser super chato com esse lance de dizer o tanto que ele me amava, especialmente depois que passávamos um dia inteiro junto, ele falava: “amo você” e eu respondia, “amo você também”. E assim continuava: -“Não, não, eu amo você” e eu respondia, assim prosseguia, até cansarmos. Desde que me separei do meu pai há 3 anos atrás, sabia o tanto que era importante ele ouvir como o amava. “No, I love you” foram as últimas palavras que eu disse para ele, numa manhã de Natal”.  

“Meu avô costumava cantar essa música para mim. Eu costumava sempre me preocupar sobre o que estudar no colégio e o que faria da minha vida profissional pois haviam muitas dúvidas. Mas ele sempre me fazia escutar a música nessas horas e eu sempre concordava. O que tiver que ser, será. Toda vez que eu olho para a tatuagem, sinto falta dele, todos os dias. E vivo com a frase como mantra”.

Obs: O Carpe Diem é uma das minhas tattoos, no pulso. Para mim, tem um significado especial, é total introspectivo. Depois de sofrer um acidente de carro com uma amiga, me lembro sempre do seguinte: cada segundo de tempo pode mudar a nossa vida para sempre. Por isso, devemos aproveitá-los da melhor maneira possível.

Por Carol T. Moré

Carol T. Moré é editora do FTC. Internet, café, todo tipo de arte, viagens e pequenos detalhes da vida a fazem feliz. Acredita que boas histórias e inspirações transformadas em pixels conectam pessoas.