De embalagens tecnológicas a produtos multifuncionais, eis as principais tendências de beleza que ganham impulso
A indústria de cosmético sempre está mudando rapidamente e muito influenciada pelo surgimento de startups que focam em nichos e trazem soluções inovadoras para questões que sempre foram ignoradas pelas grandes corporações. O surgimento das redes sociais e seu grande poder de influência também é um fator que mexe com padrões de consumo e produção.
Produtos mais naturais e à base de plantas, por exemplo, têm ganhado cada vez mais atenção de consumidores. Ao mesmo tempo, novas tecnologias como Internet das Coisas e Realidade Aumentada já estão sendo implementadas na hora de ajudar uma pessoa a decidir por um produto e encontrar o seu modelo ideal.
PRODUTOS MULTIFUNCIONAIS
A marca norte-americana Lilah B. é um bom exemplo desse novo mercado. Suas embalagens são tecnológicas, com design diferenciado, sem uso de plástico e retornáveis. Elas lembram pequenas pedrinhas brancas e para abri-las, basta deslizá-las com o dedo como uma tela de celular.
Deslizamos e tocamos nossos celulares 2.617 vezes por dia, em média. Consequentemente, as marcas de beleza começaram a produzir embalagens com aparência de “alta tecnologia” para ecoar nossa linguagem tecnológica
A paleta de cores é limitada e muitos de seus produtos são multifuncionais, ou seja, em uma mesma compra/produto temos blush, sombra e batom, por exemplo. Esse é o caminho que muitas marcas tendem a seguir para atrair clientes preocupadas com um consumo mais consciente, que querem ter menos com mais qualidade e funcionalidade.
PRODUTOS PERSONALIZADOS
Produtos personalizados são outra tendência forte e que já está sendo colocada em prática por algumas empresas. A Opté Beauty Wand, impressora 3D lançada pela P&G em parceria com a empresa japonesa Funai Electric Co, é capaz de escanear a pele, revelando manchas. Depois, ela digitaliza os resultados e libera uma base que promete uniformizar e diminuir as imperfeições da pele detectadas à longo prazo.
Para fazer as correções, a impressora de maquiagem da P&G trabalha como scanner
Já a startup alemã Skinmade desenvolveu um creme que é feito de acordo com uma avaliação prévia do rosto. Ele leva até sete minutos para ficar pronto, com toda a operação gerenciada por computadores e algoritmos.
A tecnologia avalia a hidratação e elasticidade do tipo de pele de cada cliente e calcula as quantidades específicas de ingredientes que cada caso precisa.
E-MAKE-UP
Em Paris, a artista Ines Marzat está fazendo muito sucesso com suas criações de E-Make-Up. Inspiradas nos filtros de Instagram e Snapchat, a E-Make-Up é uma opção de maquiagem que você pode baixar e compartilhar as fotos feitas com ela. Baseada na tecnologia de realidade aumentada, tem feito muito sucesso em colaborações com editorias de moda, videoclipes e campanhas publicitárias.
O objetivo final é compartilhar fotos e vídeos online. Suas makes também brincam com a ideia de que todos têm um “gêmeo digital on-line” e que podem ser tão criativos quanto quiserem
NOVA ONDA DE CUIDADOS MASCULINOS
Uma tendência que têm se destacado no mercado dos cosméticos são os produtos de beleza voltados para o público masculino. Cuidados para a pele masculina começou como uma tendência de marketing de nicho e tornou-se em 2019 um dos termos mais pesquisados entre as tendências de beleza.
As marcas estão abraçando interpretações mais fluidas de masculinidade e beleza, abrindo espaço para que homens possam participar do crescente movimento de auto-cuidado e bem-estar. Segundo a Euromonitor, o mercado de skincare masculina pode alcançar um faturamento de 4.5 bilhões de euros, crescendo 24% nos próximos cinco anos.
De olho nisso, a Chanel lançou em 2018 um linha de maquiagem voltada para o público masculino. Com o nome de Boy de Chanel, a coleção apresentava três produtos: pincéis para sobrancelhas em quatro tons, protetor labial e uma base. As maquiagens foram pensadas de acordo com as diferenças de pele masculina e feminina, sendo que a primeira é geralmente mais oleosa, espessa e envelhece de forma diferente.
MODA INCLUSIVA
Nos Estados Unidos, 20% dos americanos; na União Européia, 27,8% dos cidadãos e no Brasil, 23,9% das pessoas – têm algum tipo de deficiência, segundo o IBGE. No entanto, menos de 2% das imagens da mídia apresentam pessoas na mesma situação. A Forbes estimou que o mercado emergente de produtos específicos para essas pessoas é de cerca de um bilhão.
Lauren Wasser, conhecida como @theimpossiblemuse, foi vítima da Síndrome do Choque Tóxico (TSS) ao usar determinada marca de absorvente íntimo e por isso perdeu as duas pernas. Hoje ela quer mostrar que “você é o suficiente, e você é linda na pele em que está, destacando suas cicatrizes e as coisas que mais odeia. É isso que o separa apenas de ser a norma”.
Com reclamações sobre padrões de beleza irrealistas e alienantes, os designers estão lentamente caminhando em direção a uma maior autenticidade e inclusão. Algumas roupas íntimas adaptadas já estão disponíveis; no entanto, são consideradas “feias e arcaicas“, segundo a marca Intimately, um varejista on-line com sede nos EUA que procura diversificar este setor.
A empresa desenhou as roupas especialmente para mulheres usando tecidos confortáveis e cores agradáveis. Por exemplo, existem sutiãs magnéticos que travam na frente, facilitando o vestir. Por aqui, tivemos o exemplo da estilista Vitória Cuervo que criou uma coleção inteira pensada para todos os corpos.