Mona Lisa curiosidades
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17 fatos curiosos sobre Mona Lisa que você provavelmente não sabia

Icônica e cheia de mistérios, Mona Lisa, obra-prima de Da Vinci, ficou pendurada no quarto de Napoleão, foi roubada do Louvre (e Picasso era suspeito) e sobreviveu a ataques com ácido, pedras e bolo;

“Mona Lisa”, a dama que conquistou o coração do mundo com seu sorriso enigmático, foi criada por Leonardo Da Vinci no início do século XVI. A obra-prima não é apenas um retrato, é um convite para explorar as profundezas de sua genialidade artística.

A técnica do sfumato, habilmente aplicada por Da Vinci, que traduz literalmente “como fumaça” cria uma interação sublime de luz e sombra que confere à Mona Lisa aquele seu famoso ar de mistério. Vestida à moda florentina e sentada contra uma paisagem montanhosa, ao longo dos séculos provocou um turbilhão de teorias e especulações.

Aqui estão 17 fatos curiosos que talvez você não conheça sobre ela. Preparado (a)?

Mona Lisa (“Senhora Lisa”), também conhecida como A Gioconda (em italiano: La Gioconda, “a sorridente”; em francês, La Joconde) ou ainda Mona Lisa del Giocondo;

1 – Mona Lisa não é seu nome

A hipótese mais aceita até hoje é que a pintura corresponde ao retrato de Lisa Gherardini, esposa de Francesco del Giocondo, um rico comerciante de tecidos finos e membro do Conselho do governo de Florença. Foi Francesco quem encomendou a obra por volta de 1503, por isso, é conhecida também como La Gioconda, ou La Joconde em francês. O nome Mona Lisa (ou Monna Lisa , como os italianos preferem) se traduz aproximadamente como “Minha Senhora Lisa”.

2 – Suas sobrancelhas já foram motivo de debate

Ao olhar atentamente para a pintura, você perceberá que suas sobrancelhas estão faltando. Muitos acreditavam que isso representava a moda de alta classe da época. Outros alegavam que a falta de sobrancelhas era a prova de que Mona Lisa é uma obra-prima inacabada.

Em 2007, escaneamentos digitais ultra-detalhados revelaram que originalmente Leonardo já havia pintado sobrancelhas e cílios mais ousados. Ambos simplesmente desbotaram com o tempo ou, provavelmente, sumiram em resultado ao trabalho de anos de restauração.

3 – A obra nunca foi entregue ao seu cliente

Embora tenha sido uma obra encomendada, Da Vinci nunca entregou a pintura para a família Giocondo. Alguns especulam que foi porque Leonardo nunca a terminou de fato, já que o artista é conhecido por deixar criações inacabadas – e Mona Lisa não seria exceção. 

No entanto, a maioria dos detalhes foi concluído em 1506. Leonardo continuou adicionando minuciosos traços, como camadas de esmaltes finos a óleo, até 1519. Após a morte do pintor, foi seu assistente, Gian Giacomo Caprotti da Oreno, também conhecido como Salai, que a completou em seu nome.

4 – Napoleão era obcecado pela Mona Lisa

A Mona Lisa foi adquirida pelo rei francês Francisco I após a morte de Da Vinci em 1519. Há rumores de que o rei se ofereceu para comprar a pintura, mas Leonardo educadamente recusou. Uma vez adquirida, ela permaneceu em reclusão no palácio por séculos e só podia ser vista pela classe alta. 

O imperador francês Jacques-Louis David dizia que Napoleão era obcecado pela Mona Lisa. Em 1800, Napoleão a pendurou em seu quarto no Palácio das Tulherias por cerca de quatro anos, antes da Revolução Francesa. Depois, ela foi finalmente colocada no Louvre, onde permanece até hoje.

O fascínio do imperador pela pintura também inspirou admiração por uma bela mulher italiana, Teresa Guadagni — que na verdade era descendente de Lisa Gherardini.

5 – É uma pintura, mas não uma tela

A famosa obra-prima de Da Vinci é pintada em uma tábua de álamo, tipo de madeira leve e branda, conhecida por expandir e contrair com as mudanças de umidade. Devido às condições climáticas, há uma rachadura no topo da pintura.

A tela já estava disponível para os artistas desde o século XIV, mas muitos mestres renascentistas preferiam a madeira como base para pequenas obras de arte. Para preservá-la, vários ajustes foram feitos, incluindo a adição de suportes e mudanças de moldura ao longo de sua vida. Isso acabou levando também à deformação da obra.

Para evitar outras deteriorações, no Louvre, ela fica em uma sala com clima controlado e lâmpada LED especialmente projetada para iluminá-la. 

O roubo só foi descoberto 28 horas depois, quando os funcionários do museu viram o espaço vazio na parede e pensaram que a pintura teria sido retirada para ser fotografada;

6 – Foi roubada e ficou famosa

A pintura sempre foi reconhecida, mas somente após ser roubada, no verão de 1911, Mona Lisa capturou a atenção do público em geral. Milhares de pessoas foram ao Museu do Louvre para olhar em choque a parede em branco onde ela ficava pendurada. Os jornais espalharam a história do crime e, dois anos depois, quando finalmente retornou ao Museu, o mundo inteiro comemorou.

7 – Picasso era um dos suspeitos

Durante a investigação do roubo, o poeta francês Guillaume Apollinaire ficou sob suspeita, foi detido e encarcerado, já que havia dito certa vez que a pintura deveria ser queimada. Conhecido por sua aversão ao tipo de arte exibida em museus como o Louvre, Apollinaire foi levado ao interrogatório e a suspeita logo caiu sobre um grupo de “dissidentes da arte”, que incluía Pablo Picasso. Felizmente, a dupla foi inocentada de todas as acusações.

8 – O verdadeiro ladrão não foi pego até 1913

O funcionário do Louvre, Vincenzo Peruggia, era um orgulhoso nacionalista italiano que contrabandeou a pintura porque sentiu que ela pertencia à sua terra natal e à de Leonardo, não à França. Depois de escondê-la por dois anos, Peruggia foi pego tentando vender a Mona Lisa para um negociante de arte de Florença.

9 – Anos depois, surgiram outras suspeitas

Anos mais tarde, um homem que se autodenominava Marquês do Vale do Inferno confessou ao repórter americano Karl Decker que ele era o verdadeiro ladrão por trás do crime. Com a condição de que sua história fosse mantida em segredo até sua morte, Marquês revelou que Peruggia era um dos três homens que foram (bem) pagos para roubá-la. Dessa forma, ele poderia vender várias falsificações para colecionadores por valores exorbitantes.

A beleza do golpe era que cada comprador acreditaria que possuía a autêntica Mona Lisa desaparecida. Se o Marquês estava dizendo a verdade ou não, ainda é um mistério.

O quadro mais famoso do mundo virou ícone cultural. São inúmeras as suas reproduções e utilização na publicidade, objetos do dia a dia e como referência artística;

10 – É o primeiro “ícone artístico” de massa do mundo

O retorno da Mona Lisa ao Louvre inspirou tendências de moda e muitos artistas em Paris. Mulheres da sociedade adotaram o ‘ look La Joconde ‘, espalhando pó amarelo nos rostos e pescoços para sugerir a pele dourada e “imobilizar” os músculos faciais imitando seu sorriso. Em cabarés, as dançarinas também se vestiam como ela e dançavam can-can.

A Mona Lisa havia deixado o Museu como uma obra de arte e retornou como uma propriedade pública, considerada o 1º ícone da cultura em massa. Muitos tentaram criar cópias, outros dizem que o próprio Leonardo trabalhou em algumas dessas versões, pintadas também por seus alunos.

11 – Ela recebe cartas e presentes de fãs

Desde que a pintura chegou ao Louvre em 1815, Mona Lisa recebe muitas cartas de amor, poemas e flores de admiradores. Ela até tem sua própria caixa de correio no Museu do Louvre! Todas as correspondências e presentes são armazenadas em um arquivo especial.

12 – Mas nem todo mundo gosta dela

Pode ser difícil de acreditar, mas já houve vários ataques à Mona Lisa. Em 1956, um observador boliviano chamado Ugo Ungaza Villega, jogou ácido na pintura, furioso. Meses depois, ele atirou uma pedra, quebrando o vidro protetor e danificando a pintura. Após esses ataques, Mona Lisa foi fechada em um vidro à prova de balas.

Em 1974, já com a proteção, uma mulher borrifou tinta vermelha enquanto a obra estava em exposição no Museu Nacional de Tóquio, protestando sobre o acesso a pessoas com deficiência. Em 2009, uma russa, chateada por ter a cidadania francesa negada, jogou nela uma xícara de café. Felizmente, nenhum dano foi causado – e a caneca, estilhaçada.

Em 2022, um homem usando uma peruca atirou um bolo em seu vidro, gritando “pense na Terra, as pessoas estão destruindo a Terra!” enquanto era dominado pelos guardas.

A pintura foi restaurada numerosas vezes. Exames de raios X mostraram que há três versões sob a atual;

13 – Possui o maior seguro conhecido na história da arte

Quando Mona Lisa saiu “em turnê” na década de 1960, recebeu uma avaliação de seguro de US$ 100 milhões, o equivalente a aproximadamente US$ 4,7 bilhões hoje. Atualmente, a obra detém o Recorde Mundial do Guinness com a maior avaliação de seguro para uma pintura, e é difícil imaginar outra tomando seu lugar.

Curiosamente, o valor que o museu paga para contratar o seguro é baixo, porque perdas totais neste caso são muito raras. A organização de sua exposição é tão cuidadosa que as chances são ínfimas.

14 – Não pode ser comprada ou vendida

Verdadeiramente inestimável, a pintura não pode ser comprada ou vendida de acordo com a Lei de Patrimônio da França. Faz parte da coleção do Louvre, é considerada uma propriedade pública e do governo francês.

15 – É menor do que você imagina

Apesar de sua influência na cultura ser enorme, a pintura a óleo sobre madeira mede apenas 76 cm por 53 cm e pesa 8 kg.

Após a Revolução Francesa, a pintura foi exposta no Museu do Louvre, onde se encontra até hoje;

16 – A paisagem atrás da Lisa do Louvre é real

O local foi identificado recentemente pela pesquisadora Carla Glori e pelos arquitetos Angelo e Davide Bellocchi como um panorama real visto de uma janela do ainda hoje existente Castelo Malaspina dal Verme, situado na cidade de Bobbio, na região da Emilia Romagna, no norte da Itália. Portanto, próximo de Milão, onde Leonardo viveu de 1482 a 1499, trabalhando para o duque Ludovico Sforza. Porém, vale dizer que muitos historiadores acreditam que esta, na verdade, é apenas uma paisagem idealizada por Da Vinci.

17 – Seu sorriso seria uma manifestação de alegria devido à gravidez 

Se você olhar de perto, verá que Mona Lisa está usando um véu. Bruno Mottin, especialista do Louvre, disse em entrevista para a BBC que acredita que se trata de um guarnello, tradicionalmente usado por mulheres durante a gravidez ou logo após o parto. Essa hipótese surgiu em 2006, logo após um estudo feito na obra por cientistas canadenses com imagens de infravermelho e laser.

Posteriormente, em 2015, a teoria ganhou força quando outro cientista, o francês Pascal Cotte, utilizou uma câmera multiespectral (criada por ele mesmo). Ambas as pesquisas revelaram traços e esboços que abriram um novo caminho – entre eles, justamente o de sua gravidez.

De antemão, temos ela com os braços cruzados sobre o ventre arredondado e o fato de ela usar o guarnello (véu) pendurado nos ombros, uma vestimenta comum entre grávidas na época. A teoria ainda se apoia na própria possibilidade de ser Lisa Gherardini, que estaria grávida de seu segundo filho.

Detalhe da face, mostrando o efeito subtil do sfumato, particularmente nas sombras em torno dos olhos;

“It’s like the Mona Lisa smile. It’s complex and very simple at the same time”

Embora algumas perguntas sobre a pintura possam ter sido respondidas, outros mistérios permanecem. A genialidade e a técnica de pintura sfumato – ou esfumaçada – de Da Vinci continuam a iludir os especialistas, que afirmam que a obra é diferente de tudo visto antes.