A mídia social atingiu novos patamares durante a pandemia, com mais de quatro bilhões de pessoas usando as redes sociais a cada mês. Nunca vimos tanto fluxo de atenção, desde o boom de usuários até o tempo gasto nas plataformas. De acordo com o relatório The State of Social Media 2021, uma pessoa comum agora gasta aproximadamente 2,5 horas diariamente conectado nas redes, e esse número aumenta significativamente se falarmos em adolescentes.
Em casa, todos passaram a usar mais de seu tempo online, e os hábitos digitais também mudaram com o trabalho híbrido, home office e a aceleração da digitalização para alguns. Para outros usuários, o deslocamento matinal foi substituído pela verificação das notícias e informações nas plataformas no início do dia. De acordo com o Socialbakers, por exemplo, o uso do Facebook às 5 da manhã cresceu 98% do segundo para o terceiro trimestre de 2020.
Diante de todo cenário analisado, a mensagem geral para 2021 é desacelerar. Os jovens, cada vez mais, estão encontrando seu espaço em plataformas mais lentas e seguras. Isso significa que se você possui uma marca deverá recorrer às mídias sociais para oferecer alegria, compartilhar notícias e verdades e ampliar a criatividade do usuário.
Em 2021, revisite sua frequência de postagem, considere soluções protópicas e construa comunidades reais. Mas como fazer tudo isso? De plataformas baseadas em áudio às novas regras de criatividade, o relatório da WGSN identificou oito tendências principais. E o que isso significa para a conexão, a comunidade e o consumo?
1 – A BUSCA PELA ALEGRIA
Os usuários priorizam a alegria digital e organizam momentos felizes. Ao longo do último ano de sofrimento crônico, a desgraça e a tristeza ocuparam os pensamentos e os canais sociais, mas um novo movimento centrado na alegria chegou. A dica é utilizar um bom editor de vídeo para criar ótimas memórias e seu conteúdo. Os vídeos tornaram-se uma escapatória do isolamento social, seja para fins de entretenimento, educação ou trabalho. Nunca se consumiu tantos vídeos online como agora. O YouTube, na TV da sala e no celular, está bombando com games, esportes, redes de apoio, streaming para a mente e o corpo, tutoriais de como fazer algo novo como jardinagem, culinária, DIY, e muito mais.
2 – SONIC SOCIAL
Conforme afirmado pelo MIT Technology Review, “o futuro das redes sociais pode ser o áudio“, à medida que as comunidades baseadas em voz ganham poder e popularidade. Fato é que essas novas comunidades baseadas em vozes dispararam conforme plataformas de áudio foram surgindo. Temos o caso do Clubhouse que decolou, Twitter que lançou o Twitter Spaces, e o Facebook que agora também entrou na jogada com semelhante.
3 – PROPRIEDADE DIGITAL
Espaços seguros e democratizados prosperarão em 2021. As plataformas têm lutado contra as preocupações com privacidade e confiança há anos, recentemente atingindo um ponto de ebulição e abrindo o caminho para o florescimento de um novo tipo de ecossistema social. No início de 2021, o WhatsApp introduziu uma política de privacidade polêmica, resultando em um êxodo em massa de usuários para concorrentes como Signal, um aplicativo de mensagens criptografadas que teve um influxo de dois milhões de novos usuários em 12 horas, e Telegram, que supostamente adicionou 90 milhões novos usuários ao longo de janeiro.
4 – COMUNIDADES MODESTAS
Plataformas menos favorecidas criam subculturas leais e engajadas. Esse é o caso do Elyments, por exemplo, um app lançado em julho pelo vice-presidente da Índia M Venkaiah Naidu. A interface simplificada do app indiano inclui as seções Hub, Social, Chat e alertas, tornando-o uma rede social completa. O Elyments permite que o usuário se comunique com outras pessoas, crie vídeos e áudios, faça posts e navegue pelo site. O app foi um dos mais populares que surgiu após o banimento de cerca de 60 apps chineses na Índia e destacou-se entre seus competidores, como o WhatsApp e Facebook. A plataforma se destacou tanto por seu foco na privacidade e, só no Google Play Store, ela foi baixada por mais de um milhão de usuários logo nos primeiros dias de lançamento.
5 – NOVAS REDES DE NOTÍCIAS
Os usuários gravitam cada vez mais em torno da educação e do conhecimento. Já que sair de casa não é mais uma opção, a internet se tornou a principal sala de aula e espaço de diálogo aberto, aprendizagem e inovação. O consumidor está mais consciente e vigilante com temas sociais e ambientais. Saúde mental, igualdade, educação, mudanças climáticas e outras pautas tornaram-se valores e refletem na escolha de marcas para seguir e consumir.
6 – SOCIAL AUTO-REFLEXIVO
Os usuários começam a desejar experiências sociais mais nostálgicas e expressivas. Os eventos no mundo digital tem dado retorno para os artistas, mas até quando a live sobreviverá, ou ficaremos ouvindo nossas bandas preferidas pelo Spotify? As aulas que ministramos, os trabalhos que fazemos, as reuniões das quais participamos, tudo está mediado pelas mídias, de tal forma que o dentro e o fora do mundo se transmutam em ações realizadas, e nos direcionam para as telas digitais do nosso cotidiano. Um exemplo é o Cine Drive na pandemia. Se quiser pedir pipoca ou guloseimas, você aponta o celular para o QR Code do cardápio plastificado e paga com a tecnologia de aproximação. Do lado de fora do carro, é tudo silencioso. O áudio do filme é sintonizado no rádio.
7 – TIK-TOK-TAINMENT
O TikTok mantém seu poder em unir os jovens por meio de referências culturais. A pandemia forçou até os influenciadores a mudar estratégias, concentrando-se menos no que eles têm e mais no que podem compartilhar. Ao mesmo tempo, para muitos, as notícias do mundo estão sendo compartilhadas e descobertas nas redes sociais. No Reino Unido, 61% dos menores de 35 anos usam aplicativos como Instagram e TikTok como fonte de notícias. Marcas e empresas também podem utilizar o app para compartilhar a verdade, ser transparentes com os clientes e adicionar clareza aos tópicos. Essa também é uma boa medida para governos e organizações lidarem com a desinformação e compartilharem informações importantes com grandes grupos de pessoas que não estão usando os canais de mídia tradicionais.
8 – ESCAPISMO EVOLUÍDO
Um novo domínio espiritual sobre os sonhos, manifesta-se e captura a atenção da Geração Z. Rupturas constantes e acumuladas fizeram com que surgissem novas redes sociais, guiadas pelos avanços tecnológicos e pelas expectativas dos jovens da Geração Z. Como exemplo vemos o Byte, uma rede social dos EUA onde os usuários podem criar vídeos de 15 segundos em looping. O app relativamente desconhecido os atrai pela novidade e sensação de união presente na plataforma, além de reproduzir o humor provocativo e peculiar das comunidades alternativas no TikTok. As pessoas, além disso, podem participar de fóruns comunitários, onde membros discutem diversos assuntos com profundidade.
As redes estão se tornando espaços cada vez mais barulhentos e supersaturados, levando os usuários a plataformas mais auto-reflexivas e canais menos estimulantes (visualmente) como o Clubhouse. Plataformas dominantes como o Instagram devem atingir um patamar de novos usuários este ano, enquanto comunidades discretas ganham apelo crescente. O público está entorpecido e cansado, suportando a pluralidade emocional, mas desesperado por alegria. Os usuários vão olhar além de fugas reconfortantes e buscar momentos reais de felicidade digital. Espere que as plataformas e marcas priorizem a alegria digital e façam a curadoria ou capitalizem os momentos felizes orgânicos.