Renzo Piano: “Meus edifícios são explorações”

Renzo Piano: “Meus edifícios são explorações”

Ganhador do Prêmio Pritzker, o italiano Renzo Piano (1937, Gênova, Itália) é conhecido por projetos icônicos que combinam arquitetura, inovação e tecnologia. De um estádio musical na Itália a um centro cultural no Pacífico Sul, a arquitetura de Piano exibe design futurista, sensibilidade ao meio ambiente e atenção à experiência do usuário.

Renzo começou a desenhar muito jovem. No início dos anos 70, foi um dos pioneiros da arquitetura high-tech (pós-moderno), estilo que surgia no final dos anos 60 no Reino Unido. Seu trabalho ficou amplamente conhecido pelo planejamento de espaços públicos de alta tecnologia, pela leveza e transparência, outras características evidentes em suas obras.

Arquitetura high-tech

Como o próprio nome diz, a arquitetura high-tech foi definida pelo uso de materiais industriais de alta tecnologia, elementos estruturais aparentes, como vigas de aço e vidros, tetos assimétricos ou curvos, cores e construções complexas e robustas.

Para Piano, a arquitetura sempre foi ciência, tecnologia, geografia, tipografia, antropologia, sociologia, arte e história. Por isso seus projetos integram função e técnica indo muito além da estética.

Um dos maiores exemplos desta corrente é o Centre Pompidou, em Paris. Projetado em 1977, o edifício foi o grande lançamento de sua carreira. Considerado extremamente arrojado, a estrutura é o melhor exemplo da arquitetura de dentro para fora e os sistemas (estruturais, mecânicos e de circulação) estão todos expostos na superfície externa do edifício. Após o Pompidou, Piano se tornou o arquiteto de museus mais procurado do mundo. 

Localizado em Paris, o Pompidou é o principal centro de atração da cidade, recebendo mais de 150 milhões de visitantes desde a sua conclusão em 1977;

“Se existem 360º graus, por que simplesmente ficar com apenas 1?”

Logo, ele seria o responsável pelo o Auditório Parco Della Musica em Roma, o arranha-céus The Shard em Londres, Whitney Museum em NY, Zentrum Paul Klee em Bern, aeroporto internacional. de Kansai em Osaka, no Japão e muitos outros edifícios. Seus trabalhos mostravam então, que Renzo Piano era mais do que um estilo. Em vez disso, um gênio em termos de equilíbrio e contexto.

O Museu Paul Klee abriga 4.000 obras de arte do artista alemão. A forma orgânica do telhado é inspirada na região. Berna, Suíça, concluído em 2005;
Parco Della Musica é um complexo musical público em Roma, Itália. O layout semicircular de 3 auditórios individuais cria um 4º ao centro e ao ar livre. Concluído em 2002
A estrutura de vidro orgânico projetada por Renzo Piano abriga a Fundação Jerome Seydoux-Pathe, situada em um quarteirão do séc. XIX. Paris, França, concluído em 2014;

Em entrevistas, ele mesmo diz que ter um estilo próprio é uma ideia inibitória, e que o “espÍrito high-tech” se manifesta como ambição para encontrar a melhor resposta para um projeto. Ele fala então sobre um tema que une sua obra:

“Tem um tema que é muito importante para mim: a leveza. Na minha arquitetura procuro usar elementos imateriais como a transparência e a vibração da luz. Acredito que isso faz tanto parte da composição quanto as formas e os volumes”.

Whitney Museum se concentra na exibição de arte americana dos séculos XX e XXI. Manhattan, Nova York, Concluído em 2015;

Renzo tem o entendimento de que a arquitetura é, em última análise, um espaço para as pessoas. Muitas vezes futurÍstica – sua arquitetura nasce a partir do material, forma e técnica; relaciona-se com a natureza e o objeto o qual se inscreve. Por isso, é quase impossível trazer uma “lista de seus melhores projetos”.  

Centro Botin, situado metade em terra e metade suspenso sobre a água. Santander, Espanha, concluído em 2017;
ConstruÍdo em 1994 em uma ilha artificial a 5 Km da costa de Osaka, Japão, o aeroporto Int. de Kansai possui teto curvado para transportar ar sem exigir uso de dutos fechados;
Vista interna do Museu da Ciência – MUSE, em Trento, Italia, concluído em 2013. No trajeto estabelecido pelo arquiteto – que descende do alto – se fala desde sobre o nascimento do sistema solar até os ecossistemas dos Alpes.

Para Piano, o design deve ser uma aventura, na melhor das hipóteses. Com quase 80 anos, mais de 50 deles moldando imponentes museus, aeroportos, centros culturais, arranha-céus e seções inteiras de cidades, o arquiteto ainda tem vontade para projetar, construir e navegar por suas próprias explorações.

O Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou presta homenagem à cultura Kanak e inspira-se nas tradições e conhecimentos locais. Concluído em 1998, Pacífico.

“Gosto da ideia de que a arquitetura é feita de tal forma que você vê o traço de suas mãos ali. Mesmo que faça isso na máquina, não importa, você ainda sente a maneira como as peças se juntam e, juntas, criam algo que faz sentido.”

Para ver mais trabalhos do escritório de Renzo Piano, acesse seu site e acompanhe o Instagram.

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