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Brasília transforma-se em galeria de murais monumentais, de 11 a 24 de agosto

Festival Vulica 2025 traz line-up internacional para transformação artística em Brasília;

De 11 a 24 de agosto, Brasília será palco do Festival Vulica Brasil, o primeiro grande encontro internacional de arte urbana a ocupar as empenas da capital. O projeto vai transformar a cidade em galeria a céu aberto com murais de grandes dimensões, ocupando prédios icônicos no Setor Comercial Sul (SCS) e no Setor de Diversões Sul (SDS aka CONIC). O formato de festival é retomado, após cinco edições em Minsk, Belarus, entre 2014 e 2019, com mais de 50 intervenções monumentais nesse período.

O line-up de 2025 exibe o maior número de artistas mulheres – JUMU (Alemanha/Peru), Ledania (Colômbia), Rowan Bathurst (EUA), Hanna Lucatelli (SP) e Juliana Lama (DF). De expressão internacional, elas representam a força da arte urbana feminina, com linguagens únicas e estilos diversos, reafirmando a pluralidade no olhar curatorial do Vulica.

Vulica, 2015

Line-up de artistas

Hanna Lucatelli, artista visual paulistana e pintora autodidata, começou há 10 anos a transformar muros de São Paulo em poemas visuais. Seu trabalho é marcado por abordagem poética do feminino.  

Juliana Lama, artista de Brasília com raízes manauaras, em sua obra reflete sobre sua conexão com a floresta, a fauna amazônica e os saberes tradicionais, sobretudo por meio do lambe-lambe. 

Mural Dancing Animals- by JUMU

Outra presença marcante no festival é a da alemã de origem peruana e bolivianaJUMU, conhecida por murais com forte presença gráfica e uso expressivo de cores. 

Rowan Bathurst, pintora norte-americana que investiga os vínculos entre cidade, natureza e identidade, em murais figurativos e intervenções inusitadas. 

A neomuralista Ledania, baseada em Bogotá, nome forte do grafite latino-americano, multiplica obras vibrantes que mesclam criaturas imaginárias, magia e elementos da natureza.

Na seleção de artistas, figuram duas lendas do festival: L7Matrix (SP) e Zéh Palito (SP) participaram das edições em Belarus, seguem amigos e parceiros do Vulica. L7Matrix é conhecido por murais que fundem as artes urbana e erudita – sua obra “Quatuor Tempora” foi criada em Minsk, em 2016, onde permanece em exibição 11 anos depois. 

Zéh Palito, artista visual e muralista que já girou o mundo um par de vezes, exprime-se em linguagem original e orgânica, celebração da conexão entre seres humanos, natureza e espiritualidade afro-brasileira. A convite do Vulica, Zeh doou a Minsk belo mural, com homenagem ao bisão, símbolo da Belarus, também em exibição até os dias atuais.

Outro destaque do line-up é o coletivo Bicicleta Sem Freio, dupla goiana formada por Douglas de Castro e Renato Reno, reconhecida mundialmente por murais psicodélicos e neotropicalistas, mistura de cultura pop e surrealismo.

O festival também traz o brasiliense Toys Daniel, artista cuja obra convida o público ao seu universo onírico – memórias de infância, cartoons, pop art e folclore dão vida a personagens marcantes. Toys nutre relação afetiva com Brasília, palco da “Toysland”, tendo pintado locações icônicas do DF e de cidades pelo mundo, em países como Áustria, Espanha, França, e Reino Unido.

E a meca do grafite nacional não poderia estar ausente, portanto, completam a lista dois grandes artistas de São Paulo: Enivo, grafiteiro desde os 12, com mais de 20 mil intervenções ao redor do mundo, mensageiro do afrofuturismo, portador de referências indígenas e cronista visual da vida digital contemporânea. 

Rafael Sliks também chega para envelopar um icônico edifício do Conic (detalhes em breve). Ele transita entre a caligrafia urbana e a abstração espiritual, cria murais ágeis, com ritmo, de impacto estético e sensorial. Com domínio técnico e refinamento da escrita baseada no spray, sua obra tem merecido destaque no mundo das artes visuais.

Rafael Sliks

O festival

O festival ocupará murais nas quadras 1 e 5 do SCS e nas fachadas internas do Conic. Entre os locais já confirmados estão obras de Zéh Palito e Hanna Lucatelli, no SCS; e, no Conic, os prédios terão murais assinados por Enivo, Ledania, Bicicleta Sem Freio e L7Matrix. Também no Conic, as fachadas da Fundação Brasileira de Teatro, contam com intervenções de Toys (FBT Norte) e JUMU (FBT Oeste), além do mural de Rafael Sliks, no Edifício Darcy, entre o Teatro Dulcina de Moraes e o edifício Venâncio III.

O Vulica é uma plataforma de arte pública focada em sustentabilidade, intercâmbio cultural e reocupação de espaços urbanos. Após projetos como “Acorda, Conic!” (2022) e a exposição “Natureza Urbana” (2024), no CCBB, o Vulica retoma o formato de festival, desta vez em Brasília, com sua arquitetura modernista e energia cultural.  

O festival será divulgado nas redes sociais com conteúdo produzido pelo Instagrafite (INGF) e pela equipe Vulica. O público está convidado a participar de oficinas, rodas de conversa, palestras com os artistas, walking tours dos murais, live paintings e comemoração de encerramento, no SESI Lab, em 24 de agosto.

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