Em terra de olho, quem tem um cego… ops, errei!

Em terra de olho, quem tem um cego… ops, errei!

“Eu sei que você nunca me lê

como escritor nunca vou ter o teu amor

você só gosta de poeta popular

e eu, meu bem, meu bem, meu bem, não sei cantar

 

mas pra tentar atrair tua atenção

eu vou compor uma canção

muito maior do que tudo que você jamais ouviu

pois sou amigo dos maiores seresteiros do brasil”

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Eis o início da letra de Samba do Escritor, de Millôr Fernandes, interpretada por Dulce Nunes, num álbum homônimo lançado no final da década de 60. Sim, dentro da multifacetada obra de Milton Viola Fernandes, o imortal Millôr, está também a música. Essa é uma das curiosidades que os frequentadores da FLIP (Feira Literária Internacional de Paraty), que começa nessa quarta-feira, terão a oportunidade de conferir na exposição organizada na Casa de Cultura de Paraty.

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Lá estão algumas de suas inspirações, como os quadrinhos americanos à lá Flash Gordon; algumas de suas contribuições para estandartes do movimento em prol da liberdade de imprensa, como a Pif-Paf e o Pasquim; os aforismos e célebres haicais; colaborações históricas para revistas como A Cigarra e O Cruzeiro; e, como não poderia deixar de ser, o frescobol, esporte que ele tinha orgulho de ter sido um dos idealizadores nas praias do Rio de Janeiro.

Azulejo

Além da exposição, Millôr terá ainda o ‘seu jornal’ sendo distribuído essa semana em Paraty. O “Daily Míllor” terá cinco edições, entre os dias 30 de julho e 3 de agosto, com textos e desenhos de Reinaldo (do Casseta & Planeta), Antonio Prata, Chico Caruso, Luis Fernando Verissimo e Ivan Fernandes, filho de Millôr. Os motes serão os próprios debates gerados na FLIP.

Registramos aqui, enfim, nossa saudade e eterno tributo.

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