João Pedro Pabst, mais conhecido como Jotapê Pabst, é desenhista desde muito jovem. Aprendeu com Mariana e Aldemir Martins, mãe e avô, brincando, conversando e explicando seus sonhos e vontades através de traços, retratos e histórias.
Aos 17 anos começou a aprender o oficio da tatuagem em estúdios, como assistente de mestres tatuadores. Desenvolveu-se no exercício do ofício, aprendendo a técnica, explorando o suporte, pesquisando a história de uma arte ao mesmo tempo milenar e nova.
A tatuagem contemporânea mantém o vínculo com o seu espírito artesanal tradicional. O artista se dedica, hoje, à essa arte, de maneira bem peculiar. Seu estilo é recheado de inspirações Old School, tattoos tradicionais e bold line.
Conversamos um pouco com Jotapê Pabst para saber mais sobre seu fantástico trabalho:
FTC: Queria que vc falasse um pouco sobre você com as suas palavras, contasse o que fazia antes e como foi parar na tatuagem;
Meu nome é João Pedro Pabst Ribeiro, mas costumo assinar Jotapê Pabst. Tenho 28 anos, nasci e cresci em São Paulo, tatuo há 10 anos. Atualmente atendo no Estúdio Black Ball Crew, em Pinheiros, São Paulo, SP. Sou apaixonado por desenho desde que nasci. Minha família tem muitos desenhistas, então sempre recebi bastante espaço e incentivo, e nunca parei.
Meu amor por tatuagem também nasceu cedo, quando meus pais começaram a se tatuar. Eu sempre ia com eles nos estúdios e me inspirava muito aquele ambiente. Parecia ser exatamente o que eu queria fazer pelo resto da minha vida. Ser tatuador virou quase um sonho de infância.
Assim que terminei o colégio, arrumei emprego em um estúdio. Fazia faxina, limpava privada, cuidava dos materiais, da assepsia, buscava comida, arrumava as coisas, fazia de tudo um pouco. Mas ia convivendo, observando e aprendendo. Sempre que sobrava tempo, copiava os desenhos que eu via em um caderninho. Nesse estúdio fui acolhido como discípulo pelo tatuador Rick Pacchini, que me deu muito apoio e foi aos poucos me ensinando todos os detalhes do ofício. Daí em diante, não teve mais volta.
FTC: Como você define a sua arte?
Analógica e bruta. Não gosto muito de coisa refinada demais, nunca gostei. Sou desenhista, gosto de linha, de gesto.
FTC: Com o que você se inspira?
Na tatuagem, me inspiro muito com os artistas do passado, todos que vieram antes de mim e agregaram alguma coisa à cultura da tatuagem. ultimamente, minhas referências de cabeceira têm sido Owen Jensen, Dan Higgs, Rosie Camanga, Sailor Jerry e Danzig Baldaev.
FTC: Qual foi sua primeira tatuagem em um cliente?
Foi o símbolo da banda punk Black Flag. Mas não era cliente, era um amigo que topou ser cobaia. Eu não sei dizer exatamente quando deixei de ter cobaias e passei a ter clientes.
FTC: Está tocando algum projeto especial ou específico atualmente?
No momento eu estou totalmente focado em desenvolver meu trabalho como tatuador, tanto pelo lado técnico como pelo lado profissional. Tentando desenhar mais, criar mais, estudar mais, e me organizar melhor.
FTC: 5 coisas que não consegue viver sem.
Pra trabalhar, gosto de ter sempre uma boa música tocando, algum livro com referências quaisquer, tempo sobrando, tinta e café.
Você encontra Jotapê no estúdio Black Ball Crew. No Instagram: @jotapetattoo. Para agendamentos: [email protected].