O recurso autocompletar do Google utiliza as buscas feitas para sugerir a continuação mais provável de cada frase. O curioso é perceber que, invariavelmente, quando se busca alguma nacionalidade, o resultado é sempre um compilado de ódio, estereótipos e preconceito. Baseado nisso, os publicitários brasileiros Tiago Abreu e Linus Oura desenvolveram um projeto que confronta as opiniões globais, com retratos impressionantes de pessoas de diferentes países.
Chamado de People are Equal, o projeto traz uma reflexão sobre como, apesar de todas as diferenças, nos tornamos iguais quando disseminamos negatividade uns sobre os outros. O site está em constante atualização, mas já conta com mais de 40 retratos publicados e mais de 20 fotógrafos participantes, de países como Brasil, EUA, Polônia e Rússia. Conversamos um pouco com os dois criativos para saber um pouco mais sobre suas inspirações:
“Nós somos publicitários, trabalhamos em agência em São Paulo. Eu sou redator (Tiago), Linus é diretor de arte. Eu, mineiro (em SP há 9 anos) e Linus é manauara. A ideia do projeto surgiu de um insight que tivemos um vez brincando no Google, por acidente. Percebendo que ele autocompletava as buscas e resolvemos digitar “brasileiros são…”, para ver o que ele diria. E eram só coisas negativas, preconceitos. Achei que fosse algo específico do Brasil, então comecei a buscar várias nacionalidades e percebi que era global.
É interessante ver o que o Google (o mundo, na verdade), dizia sobre cada país. Percebi que o resultado era realmente duro, às vezes bem curioso. Os adjetivos mudam de país para país. Mas no geral, giram em torno dos mesmos estereótipos.
Percebemos que tínhamos que fazer algo com isso. Chegamos na ideia do projeto fotográfico, que traz retratos de pessoas, frente à resposta do Google sobre os seus países. Comparar o rosto com um preconceito, com uma pessoa totalmente alheia a ele. Nós entramos em contato com fotógrafos, foi um processo trabalhoso, mas que, desde o início, teve uma receptividade muito boa, o que motivou a gente de que era relevante.”
A ideia colaborativa foi criada sem fins lucrativos ou marcas atreladas e todas as fotos foram cedidas gentilmente pelos seus autores. No Facebook: /peopleareequal.
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