Eulíricas espalha poesia e sensibilidade em objetos e traz delicadeza para a vida através de pequenos detalhes
Para ela, tudo pode ser lido. A poesia existe em todas as coisas, por isso a vontade de publicá-las também em objetos, lugares e momentos. Estamos falando de Camila Lordelo, a mente e o coração por trás do projeto eulíricas, que tem como objetivo, espalhar palavras e amor através da “poesia nas coisas”. Camila dá vida para sensíveis peças como colares, fotos, porta joias, pratos, quadros e o que mais sua imaginação encontrar.
Ela explica: “Desde pequena, gosto de me demorar nas coisas, de correr os olhos em tudo, de me comover – nasci com vocação para sentir. Acredito na força da delicadeza e tento fazer dos meus olhos e coração instrumentos dela. Sinto e muito, sempre. Tudo o que crio nasce de algum momento sentido, vivido, que primeiro encharca a minha alma, depois se derrama pelos meus dedos, e então ganha o mundo em formas e objetos repletos de amor.”
Camila é essa delicadeza que fala em todos os detalhes. Os objetos criados por ela são sempre feitos à mão. E tudo vem em conjunto. Os colares, por exemplo, tem uma corrente semijoia, pingente de porcelana, foto adornando a peça e embalagem-poema abraçando tudo. Tudo saído de dentro, de sua alma, de seus olhos, de seu coração. As peças são poemas de entrega e fé na vida.
Redatora publicitária por profissão, hoje ela conta um pouco de como começou o seu projeto e nos inspira com seus sonhos e paixões. Confira:
FTC: Queria que você falasse um pouco sobre você com as suas palavras e como chegou até a eulíricas;
Escrevo desde muito pequena. Costumo dizer que nasci com vocação para sentir. Sempre fui de me demorar nas coisas e nos sentimentos, de gastar os olhos em tudo, de criar… eram meus passatempos preferidos. Me formei em publicidade, em Salvador, onde morava; trabalhei muitos anos por lá, até que recebi o convite para vir para São Paulo. Aqui, passei a ter ainda mais contato com mundo das artes e da expressão, e fui me encantando ainda mais, somando ferramentas às minhas vontades, à minha poesia.
Foi assim que o Eulíricas, que já era uma sementinha no meu coração desde a Bahia, começou a tomar forma. Os primeiros objetos, na verdade, fiz pra mim mesma. Não tinha qualquer pretensão com eles, queria apenas que as coisas que eu sentia estivessem ao alcance dos meus olhos. Daí os amigos começaram a pedir pra eles também, depois os amigos dos amigos, depois mais pessoas… Comecei a perceber que poderia compartilhar minha poesia de um jeito diferente. Era como se eu estivesse me publicando, mas, ao invés de nos livros, nas coisas.
FTC: Há quanto tempo cria e quais materiais utiliza?
Acho que crio desde criança! Só fui melhorando as técnicas com os anos, rs. Mas a ideia de juntar criatividade à poesia começou a sair do papel oficialmente no finalzinho de 2013, quando criei meu primeiro produto Eulíricas.
Utilizo todo tipo de material para criar, mas tenho preferência por coisas delicadas. Gosto muito de porcelana e papel vegetal, eles estão bastante presentes no meu trabalho! Tento fazer com que os materiais e objetos que utilizo sejam a interpretação dos sentimentos, sabe? A porcelana, por exemplo, é delicada e forte ao mesmo; o papel vegetal tem leveza, transparência… Tudo isso traduz sentimento, pra mim.
FTC: Qual a influência das cores nos seus trabalhos?
As cores fazem parte dessa vontade de tradução também! Tento que tudo converse, que tudo passe leveza, que tudo seja macio aos olhos. Utilizo bastante tons claros, pastéis; gosto de branco, de dourado em detalhes… Mas também uso cores vivas. Tudo depende do que a poesia conta.
FTC: Está tocando algum projeto específico atualmente?
O Eulíricas tem sido o meu foco, mas muita coisa legal ligada à poesia tem acontecido nos meus dias. Tenho feito algumas parcerias de trabalho voltadas à sensibilidade, à poesia, à criatividade. Ah, gosto sempre de falar do Tudo Tem Poesia, que é, na verdade, um exercício que criei pra mim e que espalho por aí: crio pequenos poemas sobre absolutamente qualquer coisa e colo sobre ela. Um poste, um muro, um banco de praça uma lixeira… tudo ganha sua poesia. A ideia é ajudar um pouquinho a mudarmos o olhar sobre as coisas, provando que tudo pode comover – basta olharmos com o coração.
FTC: O que é arte para você e como você definiria a sua arte?
Arte, pra mim, é quando a expressão toma uma forma. E acho que a minha é o ato de sentir: é disso que gosto, é isso o que me move, é o que mais tenho em mim.
FTC: Com o que você se inspira?
Olhando, vivendo, amando. A vida, as pessoas, as coisas, os detalhes. Deixo que tudo me comova: me esforço para que nenhuma beleza passe despercebida em mim.
“Das coisas que nos inspiram, talvez a maior de todas seja: o amor. Ele, que a gente carrega do peito, nos olhos, no riso. Ele, que nos faz melhor, nos faz inteiros, que nos faz. ele, que nos permite o exercício da entrega, e de simplesmente não saber, apenas sentir”.
FTC: 5 coisas que não consegue viver sem.
Minha família e amigos, fé, mar, viagens, trocas sensíveis.
FTC: Uma frase da sua vida;
Ah, são muitas! Tem uma que me acompanha desde sempre em dias de saudade: “O que lembro, tenho”, de Guimarães Rosa.
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