Branco, azul e verde claro. Essas são algumas das cores mais comuns presentes na maioria dos hospitais ao redor do mundo. Além desta sobriedade um tanto quanto sem graça, há também o cheiro inconfundível, que só quem já passou por experiências não muito agradáveis pode dizer. Diante deste cenário, o hospital pode ser, para muitas pessoas, um local traumatizante. Porém, nada que um toque de criatividade não possa mudar de forma inovadora o ambiente!
A organização filantrópica britânica de artes Vital Arts, na Grã Bretanha, é responsável por levar cores e vida às paredes e espaços desses locais ainda repletos de seriedade. Fundada em 1996, a VA alcançou uma reputação internacional liderando movimentos que unem arte e saúde, promovendo, assim, programas pioneiros que transformam o estar em um hospital em uma vivência menos dolorida.
No London Royal Children’s Hospital, 15 artistas de diferentes linguagens expressivas levaram arte para pacientes, médicos e familiares, deixando o local mais divertido e, definitivamente, muito mais colorido.
No grupo de artistas e designers estão Morag Myerscough, a artista têxtil Donna Wilson, o designer de brinquedos em madeira Miller Goodman, o designer de produção Tord Boontje, o autor, ilustrador e designer de tapetes Chris Haughton e a designer de superfície Ella Doran.
Na enfermaria 7D está o trabalho de Morag Myerscough. Responsável pela recepção e corredores da área de gastroenterologia, a artista embelezou o espaço com seu estilo distinto de pinturas manuais, com influências orgânicas, circenses, art deco, elementos da arquitetura, da cultura asiática e vitoriana.
Na ala de hematologia, Donna Wilson criou suas paisagens. O cenário é composto por montanhas azuis e verdes brilhantes, junto a uma textura feita de madeira. O interessante é que os próprios pacientes foram encorajados a participar dos detalhes finais, estampando as colinas e adicionando uma textura extra. O elemento tridimensional da instalação está presente nas longas árvores brancas que enfeitam as paisagens.
Chris Haughton, na ala de pediatria e pronto atendimento, decorou cada quarto com um animal diferente, todos coloridos por tons vibrantes e alegres, dando surgimento até a uma banda de jazz. No corredor há uma aglomeração de bichos em tamanho quase real, com direito a um dinossauro à espreita; todos sendo observados por um macaquinho vestido de médico. O tapete emoldurado foi feito à mão , levando aconchego e uma sensação de acolhimento às crianças.
Zoe Miller ficou responsável pela ala respiratória. Os animais em madeira recortados geometricamente misturam-se às cores em vinil coladas nas paredes, dando vida aos desenhos, em parceria com David Goodman. O intuito é colocar de forma lúdica, no mesmo espaço, matérias diferentes que entretenham as crianças em recuperação. Girafas, flores e corações fazem parte de um verdadeiro zoológico artístico.
Tord Buntje coloriu a pediatria para pacientes em um estado mais crítico. As ilustrações da designer enfeitam a área pediátrica para cuidados especiais, com uma sequência vibrante de flores e folhas em vinil. O trabalho é recheado por detalhes, acompanhado por uma mistura de animais em cores enérgicas, luminosas e neon, dando a possibilidade às crianças de descobrirem elementos novos a cada dia.
Percorrendo as enfermarias, a designer têxtil Ella Doran trabalhou junto à NHS (Serviço Público de Saúde do Reino Unido), mergulhando seu processo criativo à concepção e fabricação de uma série de móveis personalizados, percorrendo as enfermarias de todas as crianças.
As cortinas dão aos pacientes privacidade e uma divertida visão panorâmica do centro de Londres, com direito a pipas e balões. As mesinhas de cabeceira inspiram narrativas urbanas e ar fresco, com imagens de barcos, nuvens e aviões feitos de origami. Até mesmo as bandejas para cama possibilitam uma visão alternativa a um exuberante jardim londrino.
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