Estivemos na 12ª edição da SP-arte, que aconteceu de 6 a 10 de abril de 2016, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo. A feira internacional de arte contou com a participação de mais de 140 celebradas galerias nacionais e internacionais – que levaram ao público o melhor de suas obras e peças autorais de mobiliário, luminária e antiquários.
Os corredores largos e frios do Pavilhão da Bienal tornaram-se estreitos e abarrotados de encantamento, permeados por belezas inebriantes e marcados por uma singularidade que cantou cores e formas clássicas, inovadoras, surreais e inesperadas: uma verdadeira explosão de arte moderna e contemporânea.
Em sua 12ª edição, as galerias da SP-arte não deram conta da subjetividade que ressaltava o ambiente artístico, preenchendo os espaços e transcendendo as paredes que subdividiam os andares do pavilhão. A feira internacional de arte é, simplesmente, a base para uma narrativa infinita de sensibilidade e contraversões.
Foto: Jéssica Mangaba
Obra de Beatriz Milhazes
As reações do público ultrapassavam as expressões humanas conhecidas e estudadas. Não é campo da ciência, teoria ou qualquer tipo de enquadramento. É campo de experimentação dos sentimentos mais escondidos dentro de cada um, ou mesmo da simples apatia por alguns não sentirem quase nada ao se depararem com o extraordinário, escancarado na frente de tantos rostos. É a brincadeira da arte, criança atrevida que prega peça aos mais desavisados.
Cada vivência parecia tão singular que torna-se um projeto impossível de ser descrito. A vivência de uma exposição tão diversificada como a SP-arte, muitas vezes, transfigura o próprio ser humano que, ao se inscrever passeando pelos pisos perfumados de inspiração, mostra-se como a melhor obra de arte do evento.
Ian Avenport / Foto Divulgação
A SP-arte de 2016 levou a incontáveis corações mais de 140 galerias de todo o mundo, misturando a etnia e multiplicidade de expressões diversas, rodeadas por números, cores específicas e nomes dignos de rótulos. Quem se importa? Chega uma hora que o sujeito se perde em meio a nomes e classificações, deixando para trás as etiquetas e estereótipos, interagindo com a delícia espumante de cada canto de imensidão artística.
Galeria Emma Thomas / Foto: Jéssica Mangaba
Como toda feira visa o consumo e possíveis compradores de seus produtos, neste caso específico, a atmosfera capitalista torna-se leve e maleável se o indivíduo se permite.
“Permita-se” deveria ser a bandeira de abertura. Não importa se você é crítico de arte, tem conhecimento profundo ou raso ou absolutamente nenhum sobre o universo artístico, as escolas, épocas, os traços, técnicas e nomes mirabolantes. Não importa se você é cru ou cheio, verde ou maduro, rico ou pobre, estudante, simpatizante, galerista ou artista.
O que realmente importa é ir a uma feira desse porte de peito aberto, pronto para deixar-se explodir e encantar-se, rir ou abobar-se nos rodeios de esculturas, molduras, tintas, cores e objetos aparentemente sem o menor significado. Há uma certeza, apenas: você não sai de lá o mesmo.
“Nothing Left to Lose”, de Felipe Scandelari – Galeria Boiler
“Manipulação das Massas” por Daniel Melim – Choque Cultural
Necessita de dados mais concretos? Então lá vai: dirigido por Fernanda Feitosa, o evento reuniu 27 mil visitantes. A curadoria, democrática, revelou novos talentos, tanto de artistas quanto de galerias.
Os andares da espaçosa arquitetura foram divididos em setores, cada um com sua respectiva cor. Quanto aos nomes, o alfabeto com intuito de organizar tamanha democraticidade, deu certo: Geral, Showcase, Solo, Design, Editoras, Revistas, Open Plan, Talks, Visitas Guiadas e Lounges para dar uma relaxada, e pequenas gostosuras para matar (ou enganar) a fome com snacks dos mais diferentes gostos.
Foto: Jéssica Mangaba
A parte Geral foi acolhida por galerias de arte que possuem uma edição e escolha próprias para levar as obras de arte ao evento.
Na Showcase, cada galeria foi responsável por selecionar obras de até três artistas.
Solo, como o próprio nome já diz, deu graça a exposições individuais.
No finalzinho, lá no fundo do segundo andar estava a Open Plan, com criações e diálogos entre o prédio de Niemeyer e outras instalações, todas feitas especialmente para a feira.
Foto: Ênio Cesar
O terceiro andar foi recheado pelo design, com móveis, antiguidades modernistas e peças contemporâneas brasileiras.
Lembrando que em meio a toda essa estrutura, aconteciam performances esporádicas, dando movimento ao Pavilhão.
Foto: Ênio Cesar
Agora, um gostinho de algumas obras e artistas para você ficar de olho e prometer a si mesmo que ano que vem sua presença fará a festa no evento!
Setor GERAL
Chiharu Shiota / Galeria Blain Southern
Túlio Pinto / Galeria Boró
António Cabral / Galeria Agnès Monpaisir
Setor SHOWCASE
Laura Cattani / Galeria Mamute
Siri / Galeria Mezanino
Setor SOLO
Dalton Paula (vencedor da quinta edição do Prêmio illy Sustain Art) / Galeria Sé
Setor DESIGN
Foto: Jéssica Mangaba
Llussá Marcenaria
PERFORMANCES
“Lúmen” ,de João Penoni / Foto: Jéssica Mangaba
“Como um jabuti matou uma onça e fez uma gaita de um de seus ossos”, de Renan Marcondes / Foto: Jéssica Mangaba
“Carga”, de Elfie Nitze / Foto: Ênio Cesar
“Série #7”, de Baillistas / Foto: Ênio Cesar
“Sobre o peso nos meus ombros”, de Karen Cruz / Foto: Jéssica Mangaba
“Filosofia do ralo”, de Cadu Ribeiro / Foto: Ênio Cesar
Gastroperformance de Simone Mattar apresentada no espaço da Air France
“Resíduos”, de Alexandre D’Angeli / Foto: Jéssica Mangaba
A cobertura de tudo o que rolou na SP-arte e a relação completa de galerias, artistas, editoras, revistas, talks e visitas guiadas você encontra acessando o próprio site do evento. Em 2017, não perca!
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