Ao misturar diferentes técnicas, o mineiro Gustavo Abreu cria fantásticas tattoos autorais em blackwork
O mineiro Gustavo Abreu desenha desde que se entende por gente. Lápis e caneta nas mãos eram sua forma de se comunicar e interagir com o mundo por ser muito tímido. A ilustração foi sua melhor amiga por muito tempo, até na hora de fazer novos amigos.
Gustavo trabalhou um tempo com marketing, mas decidiu se demitir do emprego fixo para ir em busca do que acreditava e de sua grande paixão. Foi assim que juntou o pouco de dinheiro que tinha sobrado e comprou alguns materiais de tatuagem. A escolha foi difícil e isso também contrariou quase todos que estavam ao seu redor.
Depois de alguns meses trabalhando como aprendiz em um estúdio, o tatuador resolveu abrir o seu próprio local, o Capella Tattoo, em Contagem, MG. Hoje, o artista diz estar muito feliz com o rumo que as coisas vem tomando. Ele se mantém sempre em busca de novos aprendizados e aperfeiçoa seus traços e linhas em blackwork cada vez mais.
Gustavo Abreu mistura técnicas em pontilhismo, realismo, traços trash, sketches, aquarela e o que mais imaginar. “Com 1 ano e 2 meses de tatuagem, estou longe de chegar onde quero chegar, mas estou sempre aprendendo, sinto que estou no caminho certo.”
Conversamos com ele para saber um pouco mais sobre suas inspirações. Confira entrevista exclusiva:
FTC: Como você define a sua arte?
Defino minha arte como minha forma de expressão. Acho que na tatuagem, assim como em outras formas de arte, como música, literatura, cinema, só se produz algo quando existe essa sua expressão. Reprodução não é arte. E não estou falando de referências ou algo do tipo, pois acredito que tirar referências de outros trabalhos é inevitável e até saudável. Apenas sinto que estou sendo mais sincero comigo e com meus clientes quando coloco mais de mim nos meus traços.
FTC: Com o que você se inspira?
Eu me inspiro com trabalhos de artistas do mundo inteiro, leio sobre tatuagem diariamente e procuro pesquisar um pouco sobre o que vou tatuar sempre, para ter um campo de memória bom e para produzir sempre algo mais expressivo e único para os meus clientes.
FTC: Qual foi sua primeira tatuagem em um cliente?
Minha primeira tatuagem foi em um amigo (que inclusive me deu uma grana no início pra eu poder comprar minha primeira máquina), uma pequena índia/caveira no tornozelo. O bacana é que um tempo depois fiz uma Catrina nele e ficou nítida a evolução do meu trabalho. Recentemente fiz outra que também marcou um degrau na minha evolução. Obrigado Lotte!
FTC: Está tocando algum projeto especial ou específico atualmente?
Estou com o projeto de começar a pintar. Quando eu sentir que é a hora, vou começar a trabalhar com cores. Ainda não me sinto preparado pra mergulhar nesse campo. Acho que tudo tem sua hora e o blackwork é o que me move hoje.
FTC: Uma frase que você carrega durante o seu trabalho;
“A vida é um passinho pra trás, dois pra frente.”
FTC: 5 coisas que não consegue viver sem.
Arte (seja tatuagem, seja música, seja qual for), cerveja (é.), amigos (sejam eles família ou não), Netflix e dirigir.
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