Documentário ‘Transbordar’ traz relatos sobre a liberdade do corpo e fala sobre transgênero, gordofobia e preconceitos
Os valores e concepções a respeito do mundo e das relações vêm mudando com o passar dos anos. Atualmente, fala-se muito em representatividade, desconstrução, empatia e empoderamento. Porém, dificilmente as vítimas de racismo, homofobia, assédio e outros tipos de preconceito ganham espaço para falar sobre suas experiências.
A partir desses questionamentos, um grupo de estudantes de Maringá – PR deu origem ao Coletivo Reverso, projeto independente, fundamentado no Jornalismo, que reúne amigos e pessoas com ideias em comum visando mudar a maneira como pensamos o mundo. A ideia é abordar assuntos não debatidos nas mídias tradicionais, unindo criatividade e informação por meio de ferramentas de áudio, vídeo e texto.
O principal objetivo é dar voz às pessoas, estimular a discussão, transmitir informação e propagar a reflexão. A primeira produção do Coletivo Reverso estreiou recentemente no youtube.
O documentário Transbordar – Relatos sobre a Liberdade do Corpo foi produzido a partir de depoimentos de pessoas voluntárias nas redes sociais (Fernando Geremias, Naomi Neri, Luisa Krauze e Mariana Faleiros) e aborda temas como preconceito, padrões estéticos impostos pela sociedade, aceitação e liberdade do corpo. O filme conta com quase trinta minutos e foi gravado em uma locação desocupada em Maringá.
Um dos entrevistados, Fernando Geremias, relaciona a aceitação de seu corpo com questões psicológicas, envolvendo distúrbios alimentares. Já a entrevistada Naomi Neri fala sobre a representatividade do corpo transgênero na sociedade e o preconceito enfrentado por uma pessoa trans.
Luisa Krause expõe as experiências do corpo e da figura feminina em uma sociedade machista e, por último, Mariana Faleiros relata os casos de gordofobia no ambiente familiar e círculo de amigos.
“Eu era um menino cheio de dúvidas. Não entendi quando minhas amigas da escola pararam de brincar comigo aos 12 anos. Eu queria saber quando chegaria a minha vez de menstruar também. ‘Você vai se tornar um mocinho’ disse minha mãe. Eu sabia que era uma menina em corpo de menino desde cedo.”
“Cansei de ouvir ‘Você não é bonita porque é gorda’ ou ‘Nunca ficará com ninguém, gordinha.”
“Questões como gordofobia, transfobia e machismo não são devidamente tratados pela imprensa. A criação de uma peça audiovisual com pessoas que vivem essa realidade todos os dias é uma das melhores maneiras de informar e gerar o debate. Sabemos que isso é uma pequena parcela de um tema muito grande, que deve ser discutido diariamente, mas empatia e respeito devem ser prioridades”, afirma Dee Freitag, um dos repórteres do Coletivo Reverso.
Assista:
Maiores informações você encontra no site, Facebook e Instagram do Coletivo Reverso.