Volta Atelier: Marca brasileira slow fashion de bolsas traz couro reaproveitado e costura solidária realizada por mulheres refugiadas
A Volta Atelier é uma marca de slow fashion de bolsas e acessórios que trabalha alinhada com os princípios da moda sustentável. Costuradas à mão por mulheres refugiadas no Rio Grande do Sul, as peças da Volta Atelier utilizam como matéria-prima o couro reaproveitado do excedente da indústria calçadista.
A marca foi criada pela gaúcha Fernanda Daudt, designer e consultora, com experiência de 20 anos no mercado de acessórios nacional e internacional, onde presenciou muito descuido e desperdício da indústria tradicional. Há menos de um ano, Fernanda lançou seu Atelier com o propósito de ser uma marca sustentável que une cuidado ao meio ambiente e apoio social. A slow fashion iniciou sua trajetória tendo como ponto de partida o mercado norte-americano, onde Fernanda reside e tem colhido resultados promissores.
A Volta Atelier já conta com mais de 15 pontos de venda nos Estados Unidos e uma distribuidora focada nas vendas por atacado, além da distribuição online. A marca também participou da Semana de Moda de Nova York pela segunda vez, no dia 7 de setembro de 2018.
Em NY, Fernanda se juntou à plataforma Flying Solo, uma proposta da designer russa Elisabeth Solomeina, que funciona como loja e showroom. Na passarela, as bolsas da Volta Atelier foram apresentadas no palco do Pier 59 com as peças de tear da estilista israelense Adi Yair, com a francesa Lâcher Prise, da estilista Marine Delmau, e com a marca nova-iorquina Acid NY.
O design das bolsas é da própria Fernanda. Toda a produção é feita no Brasil, em São Leopoldo e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, com reaproveitamento de excedentes de couro da indústria calçadista e a costura dos modelos é realizada por mulheres refugiadas do Haiti.
A designer – que vem de uma cultura familiar de trabalhos voluntários – nos conta que valorizar o lado social sempre foi muito importante para ela e incluir esse pilar em sua marca era essencial. Foi buscar ajuda no CAM, Centro de Atendimento ao Migrante, de Caxias de Sul, onde selecionou e treinou mulheres refugiadas para costurar as peças da Volta Atelier.
A escolha por uma matéria-prima de reuso, como o couro excedente da indústria local, proporciona a Volta Atelier bolsas e acessórios únicos. Fernanda nos conta que faz questão de manter essa característica na marca e quando tem um corte de couro com medidas maiores, opta por aproveitá-lo em modelos diferentes. Todo esse processo de criação e confecção pensado para ser sustentável confere autoralidade e singularidade às peças.
O último editorial produzido pela Volta Atelier também reforça seu comprometimento social. A modelo é a refugiada e ativista do Sudão, Mari Malek, que mora nos Estados Unidos, em cliques de DeSean Mills, fotógrafo da Libéria.
Apaixonada pela produção artesanal, Fernanda também tem novos planos e pretende lançar, em breve, suas beaded bags, as bolsas de contas feitas por ela e por uma artesã brasileira.
Com a quase totalidade da produção destinada ao mercado norte-americano, a Volta Atelier faz o caminho inverso, tendo sido selecionada pela Amazon Brasil para participar do lançamento da plataforma de moda para o mercado brasileiro no final do mês de agosto de 2018. E, logo depois, os produtos chegaram também à Amazon dos Estados Unidos e do Canadá. A marca também tem presença confirmada em algumas feiras como a Coterie, feira francesa com edição em NY, SMOTA, Atlanta Shoe Market e Atlanta Apparel Market.
Um dos objetivos da consultora, que conseguiu, em menos de um ano, colocar sua marca na passarela da NYFW e no mercado norte-americano, é ajudar outras grifes a também levar o design brasileiro pelo mundo. A Volta Atelier é uma mostra de que isso é possível.
Para conhecer mais, acesse o site da marca e seu Instagram!
Créditos: Fotos: DeSean Mills/Modelo: Mari Malek
*Esta matéria é um compartilhamento do Estilistas Brasileiros e também pode ser lida aqui.