Durante um período delicado da sua vida, a designer holandesa Merel Slootheer decidiu reinventar a dor física pela qual passava a partir do projeto Insecta-Pharma, onde utiliza materiais inimagináveis e curiosos para suas composições extraordinárias.
Em 2013 diante de problemas de saúde e por consequência o uso de medicamentos prescritos, Merel decide misturar em seu trabalho autobiográfico o conhecimento clínico obtido pelo tratamento com a beleza e pluralidade das espécies de insetos, transformando caixas, pílulas e comprimidos em peças únicas.
Ela explica o processo das composições: “A pílula fica no centro, um comprimido ou uma cápsula feita de resina. O corpo, asas, antenas e pernas são cortados a laser da caixa em que os medicamentos eram embalados.”
Segundo ela, assim como os insetos, os medicamentos têm para a sociedade papéis ambíguos, estando sempre presentes em nossas vidas, sendo praticamente indispensáveis, entretanto os mesmos podem causar efeitos colaterais. As pílulas tomam características vivas e assim como os insetos, têm também sua classificação.
“Uma combinação de taxonomia, entomologia e farmacologia. Cada comprimido ou cápsula tem seu próprio propósito de vida, características e aparência.” Diz Merel.
As experiências de vida do indivíduo com a medicação são pessoais e muitas vezes carregadas do fator emocional. Para Merel ao receber a prescrição de um medicamento, tudo pode parecer negativo e soar como uma punição, entretanto pode trazer consigo mudanças positivas.
Além de único, o Insecta-Pharma têm consigo uma história cheia de simbologia e sensibilidade, metamorfoseando peças aparentemente em seu estágio final em uma na riqueza de um de mundos tão pequeninos e presentes em nossas vidas.
Acompanhe o trabalho de Merel Sloother em seu site.