Uma incrível entrevista com a artista brasileira Elisa Sassi
Por Fabiane Secches – publicitária e editora da Confeitaria, uma publicação independente sobre comportamento, literatura, cinema, design, artes e cultura, formada por um coletivo de autores.
Quando penso nos meus artistas contemporâneos favoritos, Elisa Sassi certamente está em um lugar de honra. Conheci seu trabalho através de uma galeria de arte chamada The White Out, de São Francisco. Vi uma obra da Elisa no site da galeria e fiquei encantada. Quando falei com o pessoal de lá, descobri que a autora era brasileira e, depois, que tínhamos amigos em comum.
O tempo passou, conheci outras das suas criações lindas e só fiquei cada vez mais fã. Hoje, Elisa é uma das ilustradoras de “Amor | Pequenas Estórias“, o primeiro livro da Confeitaria, do qual sou editora. Sua “La Misma Lluvia” é a história que escolhemos para fechar o livrinho com chave de ouro.
Em 2013, Elisa teve muitas primeiras vezes, em trabalhos maravilhosos. Perguntei se ela conseguia escolher um preferido: “O ano passado foi recheado de trabalho preferido.”
Entre os que se destacam estão o curta “Once Upon a Time“, que Elisa fez com a Zola, a Oca Filmes e a SaxSoFunny; a personagem para a campanha da Dermacyd, “Cada Coisa em Seu Lugar (também em parceria com a Zola e a Oca); e a sua primeira exposição solo em São Francisco.
Elisa também se divertiu muito ilustrando um livro do Walcyr Carrasco e criou a identidade visual do Beaba.
Nesse momento, Elisa está trabalhando em um projeto secreto. A única coisa que ela pode nos contar é que está personalizando um objeto de desejo, que logo poderá nos mostrar. Também está ilustrando um livro infantil e tem outros na manga.
Sobre uma segunda animação, Elisa conta que podemos esperar por novidades em breve — está em fase avançada, de novo com a Zola: “Queria poder contar mais, é tão emocionante!”
Sobre suas referências e inspirações, diz: “Com a internet, apreciar trabalhos ficou fácil. A gente entra num ffffound, pinterest ou até uma busca no google e acaba achando infinitas coisas incríveis. Por isso, acabei separando a arte que admiro dos profissionais que a criam, famosos ou nem tanto.
Admiro, por exemplo, Bill Watterson, que se segura firme nos seus valores (e pode provavelmente bancar isso, claro) e não vende os direitos do Calvin e Hobbes pra ninguém que queira fazer bicho de pelúcia, camiseta e outros produtos com suas criações.
Sou encantada com Hayao Miyazaki e tudo que nasce da sua imaginação. Admiro e fui inspirada pela determinação desse moço, Alec Longstreth, que levou sete anos pra terminar seu Basewood — mas terminou! São histórias, atitudes, paixões realmente admiráveis.”
Assim como a história e o trabalho de Elisa, com certeza. <3