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A Pele da Flor: tatuadora brasileira cobre gratuitamente cicatrizes deixadas pela violência doméstica

As mulheres lutam cada vez mais para que a violência doméstica diminua, principalmente em um país patriarcal como o Brasil. E essa tatuadora de Curitiba, resolveu transformar a vida de quem já sofreu essas dores, abusos e cicatrizes com muita beleza. Flavia Carvalho é a autora do projeto “A Pele da Flor”, que tem como objetivo, ajudar vítimas de violência a recuperarem a autoestima por meio de uma simples tatuagem. Flávia quer dar um novo significado para as marcas através das cores – e levar mais força, superação, amor próprio e empoderamento para essas pessoas.

Estudante de biologia, ela sempre fez ilustrações científicas, e por apoio dos amigos foi procurar ser aprendiz. A ideia da iniciativa surgiu há dois anos, quando ela ajudou a cobrir a marca de uma garota na barriga. “Ela tinha se negado a ficar com um cara na balada e ele a esfaqueou com um canivete”, conta a artista. Aquela história mexeu comigo por já ter sofrido nas mãos de um companheiro. Quando tinha 15 anos, o meu primeiro relacionamento foi abusivo, vez ou outra ele se descontrolava e me batia, pedia perdão e eu voltava”.

Muitas das cicatrizes de quem já atendeu foram causadas por ex-companheiros (facadas, queimaduras, tentativa de homicídio, por exemplo). O projeto é totalmente voluntário, ou seja, ela cria a arte e a cobertura é de graça. “Elas apenas precisam escolher o tema e o desenho”. De acordo com Flavia, cobrir as marcas ajuda estas mulheres a superarem os traumas. “Elas ficam muito abaladas, não gostam nem de usar um short”. Além de vítimas de violência doméstica, a artista também tatua pessoas que passaram por mastectomia (câncer de mama).

Hoje o seu projeto é apoiado pela prefeitura da cidade e pela delegacia da mulher. Bela história de resignação, não? A parte triste é saber que existem muitas pessoas na fila!

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“Esta tatuagem cobre uma cicatriz deixada por uma bala. A flor de cerejeira é símbolo da feminilidade, da beleza e da própria vida, pois a cerejeira floresce no início da primavera de forma deslumbrante e por um tempo muito curto, e depois as flores se vão com o vento… Nos dá a lição de como a vida é curta e deve ser contemplada intensamente!”

“Nesse caso em especial, como o câncer foi um dos tipos mais agressivos, que infiltrou muito nas mamas, não foi possível colocar próteses de silicone; portanto, além das cicatrizes, os seios ficaram assimétricos. O desenho fluido (feito em freehand) conseguiu disfarçar bastante, além de valorizar as formas da tatuada (de 55 anos, pois nunca é tarde para se enfeitar com tatuagens!)”

“Ela estava em uma boate e quando ela recusou a ficar com um homem que se aproximou dela, ele a esfaqueou com um canivete”.

“O que mais me chocou foi a história de uma menina de 17 anos que namorou um homem mais velho e, durante meses, sofreu com a relação fisicamente abusiva. Quando ele quis terminar com ela, ele marcou uma reunião, e depois que eles começaram a lutar, ele esfaqueou-a várias vezes em seu abdômen, e violentamente a estuprou.”

“Logo após a sessão a pele fica bem vermelha e a área da cicatriz com bastante inchaço. No entanto, após a cicatrização, a pele normaliza e as cores se destacam, disfarçando ainda mais a cicatriz.”

“O ferimento foi causado por caco de vidro – lesão corporal/tentativa de homicídio.”

Por mais iniciativas como essa!

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