Bianca Mendes sempre gostou de desenhar e de muita coisa relacionada a artes manuais. Por ser muito tímida, sempre preferiu ficar quietinha em seu canto fazendo seus doodles. Dessa forma, conseguia se expressar um pouco melhor.
Uma das suas lembranças mais antigas que tem, é de ser escolhida junto com uma amiga, para ilustrar os cartazes dos eventos da escola. Foi a primeira vez que recebeu um elogio de alguém que não era seu pai nem sua mãe. Se sentiu super importante e com isso, percebeu que poderia se dedicar ainda mais nessa área.
Cada vez mais o interesse pelo assunto aumentava e ela cresceu pensando em ser artista plástica. Por fim, fez faculdade de arquitetura e foi nas aulas de desenho à mão-livre que acabou se soltando mais. Hoje, Bianca trabalha como arquiteta e urbanista, além de ser paisagista (paixão que começou após um curso de ikebana).
Por um bom tempo ficou sem contato com a arte. Até que um dia, um amigo chamou para fazer um curso. Ela topou e desde então, em paralelo à sua profissão, cria incríveis ilustrações florais, que mais parecem mandalas rendadas, em diversas superfícies como garrafas, caixas e até paredes, e se encanta cada vez mais a ideia.
Conversamos com Bianca para saber um pouco mais sobre suas inspirações:
FTC: O que te fez sair do papel e ir para as garrafas, madeiras e outras superfícies que trabalha?
Bianca: Em um evento, fiz a primeira arte na garrafa e percebi que era a superfície (curva) era interessante e tinha um resultado legal. Eu já guardava algumas garrafas de vidro para usar como decoração ou como vasos. Comecei a testar algumas canetas e fui convidada para apresentá-las em um bazar. Pronto, mais uma paixão nasceu! Hoje tenho prateleiras cheias delas aguardando seus desenhos.
Depois, comecei a testar outros materiais como alguns pedaços de madeira que seriam descartados de uma fábrica de esquadrias. Estou trabalhando com eles também. Gostei demais da ideia de aproveitar e dar nova vida à eles! Fiz alguns trabalhos em painéis de MDF (parceria com um amigo) e desenhar em grande escala foi maravilhoso, o que me levou para as paredes também! As de casa já estão preenchidas.
FTC: 3 sites, 1 filme, 1 livro que definem um pouco de você.
Bianca: Sites: além do FTC, gosto da Zupi, Archdaily, Obvious. Filme: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Livro: O Menino do Dedo Verde, de Maurice Druon.
FTC: Com o que você se inspira?
Bianca: A natureza, as flores, as pessoas, os animais (especialmente a Mink, minha gata) sempre me surpreendem. Tento reproduzir essas sensações nos meus desenhos. Muitas vezes as inspirações aparecem sem avisar (e são as mais legais), e daí é um corre corre mental pra guardar aquela intenção! Pode ser que uma cena ‘apareça’ no caminho até o trabalho, ou quando alguém diz algo engraçado ou quando lembro de algum momento especial.
Esses tempos, encontrei o livro de crochê de minha tia Rosa, já falecida, de onde tiro as melhores ideias para as garrafas, por exemplo.
FTC: Uma frase que vc carrega para a vida
Bianca: “Que seja sempre meio-dia!” – frase que surgiu em um encontro de amigas, onde o assunto era ter uma vida muito iluminada com poucas sombras, e hoje virou até um brinde ‘clássico’.
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