Mais um ótimo artista brasileiro para o #tattoofriday: Felipe Bernardes. Sua paixão pela arte vem desde os 5 anos de idade, quando ele desenhava navios e caveiras, e mostrava ao seu avô, que dava nota aos desenhos. Isso virou a sua maior fonte de incentivo e motivação. Daí pra frente, veio a inspiração nos quadrinhos e nas tatuagens. Sabe aquela criança que sonha em ser o jogador de futebol?! Pois é. Ele nunca quis isso. Desde os 7 anos de idade, seu sonho era ser “tatuador”.

Um belo dia, Felipe começou a comprar revistas sobre o assunto, já que na época não tinha internet. Mesmo super interessado, encontrou muitas dificuldades para iniciar a profissão, já que tatuadores mais antigos tinham uma certa resistência em lhe ensinar. Ele então se formou em Segurança do trabalho e trabalhou por 6 anos na área siderúrgica. Nessa correria toda, treinava em casa depois do expediente.

Com o tempo, a coisa foi ficando mais séria, e ele precisava de um espaço específico para atender os seus clientes. Depois de muita renúncia, suor e dedicação, abriu o seu estúdio, o Maori Tattoo – em Laranjeiras, Espírito Santo, onde está até hoje. Felipe Bernardes é um cara que vê beleza nas coisas mais simples da vida, é apaixonado e dedicado à sua família e sua profissão.

O artista, que faz diversos tipos de trabalho como maori, line work, Old School, recentemente tem dado bastante atenção às cores, aquarelas e tipografias, se especializando cada vez mais nesse estilo. Selecionamos algumas de suas peças para inspiração. Confira:

FTC: Como você define a sua arte?

A minha arte é a minha vida, minha válvula de escape, a forma que tenho de me expressar, e por mais que tenho muitas influências que vão dos quadrinhos, grafitti, new school, old school, não me enquadro em nenhum rótulo. Prezo sempre pela exclusividade e cada nova criação é um novo desafio. É esse desafio que me faz querer aprender cada dia mais.

FTC: Com o que você se inspira?

A inspiração é algo único e ao mesmo tempo inexplicável. Cada um enxerga o mundo de uma forma, e procuro sempre de acompanhar trabalhos de outros artistas de várias vertentes da arte e procuro entender não só a técnica, mas sim o sentimento que há por trás daquilo tudo.

Me inspiro muito nas coisas simples do dia a dia. Tenho o costume de fotografar coisas, ruas, objetos, além de passar horas e horas pesquisando sobre técnicas e artistas que não conheço. Geralmente as melhores ideias surgem de madrugada, pois é o tempo que estou com a mente vazia. Só preciso de um fone de ouvido, um bom hardcore, um lápis e um papel para me desligar do mundo.

FTC: Qual foi sua primeira tatuagem em um cliente?

Minha primeira tatuagem foi uma escrita, que por ventura foi em um amigo. Fiz uma escrita grande e com uma caligrafia bem trabalhada. E com a falta de experiência e por não ter nenhum tipo de orientação, o trabalho não ficou tão bom quanto gostaria, o que de cara me fez perceber também que não era tão fácil como imaginava. Me fez perceber também que ainda teria um caminho longo pela frente, que precisava estudar bastante.

FTC: Uma frase que você carrega para a vida.

Como um bom capixaba, sigo o lema de nossa bandeira: “Trabalha e Confia” – (Trabalha como se tudo dependesse de ti e Confia como se tudo dependesse de Deus).