É em um estúdio bem reservado e tranquilo fora do centro de Berlim que o artista Peter Aurisch cria na pele um dos estilos mais originais da cidade alemã, que, além de ser a meca da criatividade, possui atualmente cerca de 2.000 tatuadores. Peter nunca para. Um dos precursores da tatuagem abstrata, sem regras ou limites no corpo, vive para fazer experimentações malucas (e bem sucedidas, por sinal), através de seus traços, cores e formas únicas.

Para manter cada peça exclusiva, Peter só começa a planejar o desenho quando o cliente chega. A partir das histórias e relatos, faz desenhos à mão livre. São os detalhes que o inspiram, nada de referências ou imagens copiadas.

Além de tatuador, Aurisch é gravurista e pintor, claramente influenciado por grandes artistas clássicos como Gustav Klimt, Egon Schiele e o movimento *cubista. Por falar em cubismo, sua nova fase ganhou destaque pelo mundo, justamente pelas figuras vibrantes que se destacam frente a tanta concorrência.

Também, no espaço de três anos, é fácil ver a evolução constante de seu trabalho e da sua ousadia, lembrando fortemente obras de Pablo Picasso e a era do futurismo. O segredo? Peter é a prova de que dá para se reinventar o tempo todo. É simples. Ele não tem medo de acreditar que sempre pode ir além.

*O cubismo é um movimento artístico que trata as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando partes de corpos ou objetos no mesmo plano. O mundo passa a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas e tem o predomínio de linhas retas.

Nesse estilo, os desenhos sugerem uma estrutura vista sob todos os ângulos: por cima e por baixo, através de todos os planos e volumes. As cores não são tão escuras e opacas. Mesmo os tons fortes se tornam mais brilhantes, ferramenta essencial que completa sua perspectiva. Confira: