Bi Miura é ilustradora e arte educadora. Através de diversas técnicas, explora a diversidade e pluralidade feminina. Desde criança, ela conta que desenha muito, mas foi apenas quando fez a escolha para o curso do vestibular que voltou a dar atenção às artes. Bi se formou em Artes Visuais e tem desenhado muito mais desde então.
“Sempre tive um bloqueio em mostrar meus desenhos, porquê nunca me achava boa o suficiente e sempre tive muito medo da crítica. No começo de 2017 publiquei pela primeira vez um desenho autoral que não tinha sido para algum trabalho da faculdade na internet e, para a minha surpresa, as pessoas gostaram! Aquilo foi uma libertação para mim e, depois de trabalhar muito meu psicológico, continuei postando e desenhando com mais frequência, até chegar o dia em que participei de uma feira de arte na minha cidade e realmente vendi muitos prints!”
Nesse dia, depois de receber muitos elogios, frases positivas e de chorar muito, Bi Miura se declarou com orgulho, ilustradora. E assim, uma nova etapa de sua história começou. Seus traços exploram as diversas facetas das mulheres, o universo e a força feminina, tema que transborda em seus desenhos e transforma seu estilo em arte com identificação imediata!
Confira entrevista:
ENTREVISTA COM BI MIURA
FTC: Qual foi seu momento “a-ha”, seu estalo, para se interessar pelos temas que aborda hoje?
Ainda na faculdade, aprendi sobre Frida Kahlo e ela tem uma frase que me marcou muito naquela época: ‘Pinto a mim mesma pois sou sozinha e porque sou o assunto que melhor conheço’ e acredito que funciona mais ou menos por aí. Desde aquela época já representava exclusivamente o feminino. Sinto que é um assunto que posso falar com clareza e conforto e, pra ser sincera, quase nunca tento desenhar outra coisa.
FTC: Conta por que suas mulheres são sempre retratadas com os olhos “sem expressão”. Tem algum motivo?
Acredito que minhas mulheres não são uma pessoa específica, por isso não tem olhos, nem expressão de sentimentos. Elas representam as personalidades e pluralidades que todas nós mulheres temos dentro de nós mesmas. Um dia somos meigas, no outro dia somos fortes, no outro dia choramos por tudo e não tem absolutamente nada de errado nisso.
FTC: Como surgiu essa sua relação com a arte?
Meu avô era Maestro, aprendeu a tocar violino sozinho quando era pequeno mesmo morando na roça. Viveu de música a vida toda, e acho que essa veia artística veio dele.
FTC: E as cores em seu trabalho?
O uso de cores em meus desenhos acompanham meu humor e a personalidade do desenho, tem alguns que são extremamente coloridos, outros apenas com cores complementares e outros ainda monocromáticos.
FTC: O que tem lido, ouvido, visto, quais são os artista preferidos no momento?
Como sou professora, gosto, estudo e leio muito sobre História da Arte. Escuto e assisto muita coisa, de vários gêneros, gosto de experimentar um pouco de tudo. Sobre artistas preferidos do momento, tenho acompanhado bastante o trabalho da Pri Barbosa, Brunna Mancuso, Nath Araujo e Camila Rosa.
FTC: O que te dá mais prazer no seu trabalho? E o que dá menos?
Fico realmente muito feliz quando as pessoas se identificam com meu trabalho, seja no formato de ilustras, tatuagens ou roupas. O que me deixa mais aflita são todas aquelas pessoas que já encomendaram alguma ilustração específica e eu simplesmente travei! Tenho muita dificuldade em fazer coisas por encomenda e isso me deixa bem chateada.
FTC: Quando viu que dava pra viver disso, ou não dá?
Ainda não vivo! Mas um dia pretendo chegar lá.
FTC: O que te faz feliz?
Desenhar! Ter um tempo livre pra sentar e desenhar (coisa rara) hahahaa.
FTC: E agora, o que vem pela frente?
Pretendo continuar expandindo meu público, para poder realmente viver de arte. Acho que esse é meu sonho de princesa.
FTC: Uma frase que sustente o seu trabalho hoje.
“Temos a arte para não viver da verdade”. Nietzsche
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