Camila Rosa transforma suas ilustrações em mensagens inspiradoras sobre amor, veganismo e universo feminino
Camila Rosa já apareceu por aqui, no início de sua profissão. Designer e ilustradora nascida em Joinville, SC, recentemente a artista tem explorado temas bem interessantes como o universo feminino, o amor, veganismo, a força e resistência da mulher em diferentes realidades da vida, contextos e contextos culturais.
Formada em Design de Produto, Camila trabalhou 3 anos na área e depois resolveu que precisava respirar novos ares. Foi aí que se mudou pra São Paulo para tentar trabalhar com ilustração. Seu interesse pelo assunto veio do envolvimento com o coletivo de arte urbana do qual faz parte, o Coletivo Chá.
“Nós começamos em 2010 e foi o impulso pra eu começar a desenhar e me interessar de verdade por ilustração. Depois disso, as oportunidades foram aparecendo e a ilustração foi tendo um espaço cada vez maior na minha vida”.
Depois disso, ela começou a tocar a vida de ilustradora de maneira independente. Mudou-se pra Curitiba, trabalhou em um estúdio de design, além de atuar como freelancer. Neste meio tempo, foi morar em Nova York.
Camila conta que voltou a desenhar todo dia e a postar trabalhos novos no Instagram e em seu portfólio. Hoje, ela possui trabalhos para marcas e revistas que admira muito, como a Bust Mag e Refinery29.
Confira um pouco mais sobre suas inspirações nesta entrevista exclusiva:
FTC: Há quanto tempo cria as ilustras e quais materiais utiliza?
Eu comecei a desenhar em 2010. A escolha dos materiais depende muito do tipo de trabalho. Quando eu quero fazer uma ilustra digital, eu desenho a mão primeiro com lápis e algum marcador preto e depois jogo para o Illustrator e finalizo com as cores e vetor. Quando quero algo mais solto, uso lápis e marcadores e algum papel pra desenho. Bem simples mesmo.
FTC: Qual a influência das cores nos seus trabalhos?
É a minha parte favorita na hora de ilustrar. Eu gosto de dedicar bastante tempo escolhendo minhas cores porque acho que essa é uma das grandes características do meu trabalho, elas que definem se a ilustração vai ter uma cara mais divertida, séria ou mais pesada. Então, as cores tem total influência no que eu vou dizer nas minhas ilustras, elas são peça chave.
FTC: O que é arte para você e como você definiria a sua arte?
Pra mim arte é uma forma de expressão, talvez uma das mais democráticas porque ela é totalmente visual. Com a arte você consegue atingir muita gente de maneira simples e crua. Sobre o meu trabalho, eu não acho que há uma definição pra arte que eu faço, e nem gostaria que tivesse, acredito que as pessoas que consomem e gostam do que eu faço talvez tenham uma opinião melhor sobre ela.
FTC: Com o que você se inspira?
Eu me inspiro com tudo que faz parte da minha vida, com tudo que acontece no mundo. É bem clichê falar isso, mas é a mais pura verdade. A minha inspiração vem desde algum livro que eu li, de uma música, de um filme, de pessoas que eu vejo na rua, de fotos, de vivências pessoais.
Além disso, gosto muito de dar uma olhada no Instagram onde eu tenho meus ilustradores favoritos. Isso me ajuda a refrescar as ideias e ter uma ideia do que já está sendo feito.
FTC: Seu trabalho está bem mais maduro e cheio de estilo desde a nossa 1ª entrevista. Hoje você também fala sobre diversas causas que acredita (feminismo veganismo, etc). O que mudou?
Desde que eu comecei em 2010, eu já tinha tudo isso dentro de mim, já era vegan, já era feminista, mas não conseguia pensar em como colocar isso dentro das minhas ilustras, esses assuntos só acabavam aparecendo nos meus lambe-lambes e de maneira muito aleatória. E isso me frustrava muito, eu tinha essa urgência política de falar sobre temas que faziam parte do que eu sou, mas ainda não sabia como.
Quando conheci alguns outros artistas que faziam isso ou que desenhavam personagens, minha mente explodiu e eu percebi que eu também podia fazer isso e foi aí que acabei me encontrando. Hoje eu me sinto muito mais segura com o meu trabalho e finalmente gosto de verdade do que eu produzo, é como se agora eu tivesse sendo eu mesma. Tudo o que eu desenho hoje é uma parte de mim, de algo que eu acredito ou de alguma angústia sobre o mundo.
FTC: O que tem lido, ouvido, visto, quais são os artista preferidos no momento?
Nesse momento agora eu to lendo dois livros: o “Feminism is for Everybody” da Bell Hooks e o “We Were Feminists Once” da Andi Zeisler. Em paralelo, tenho lido e assistido muito sobre política, não apenas sobre a partidária, claro, mas tudo que envolve política de uma maneira geral. Muitas palestras, debates e por aí vai.
Fora isso, também gosto de assistir coisas que acabam me desligando um pouco da realidade, aí vem as clássicas que todo mundo assiste: House of Cards, Game of Thrones, Orange is the New Black e essas coisas todas.
E de música, é muito difícil citar, porque escuto música o dia inteiro haha, mas nesse momento agora o que tem no meu celular é Don L, Jay-Z, Djonga, Bulimia, Noname, Sampha e por aí vai. E enquanto eu respondo essa entrevista tô ouvindo Chuva Negra.
FTC: E agora, o que vem pela frente?
Ainda não faço muita ideia, mas o que eu sei é que quero continuar me dedicando pra ilustração e arte e me arriscar em outros meios além do digital. Queria voltar a ter a minha loja online, criar produtos novos, participar das feiras que estão rolando no Brasil e continuar fazendo freelas pros lugares que eu admiro, que é o que tem acontecido ultimamente.
“É importante para mim mostrar que não há um tipo padrão de mulher em meus desenhos, eu tento mostrar que todas as mulheres têm suas particularidades e diferenças”.
“Tudo o que eu desenho hoje é uma parte de mim, de algo que eu acredito ou de alguma angústia sobre o mundo”. – Camila Rosa
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