Assinado por Solano Benítez, o desenho valoriza materiais simples, como o tijolo produzido com a terra vermelha da cidade. O museu se apresenta como um lugar de arte, educação e experimentação;
Uma proposta arquitetônica que transforma o museu em um espaço vivo, integrado à Mata Atlântica e aberto à comunidade marcou a apresentação do Centre Pompidou Paraná em Foz do Iguaçu.
Assinado por Solano Benítez, arquiteto paraguaio, o projeto do Centre Pompidou Paraná valoriza materiais simples, como o tijolo produzido com a terra vermelha da cidade, ressignificado por técnicas construtivas inovadoras que unem tradição e modernidade. Inspirado em soluções desenvolvidas em outros projetos do arquiteto, o museu combina módulos de alvenaria e concreto armado em um sistema que cria grandes salões flexíveis, áreas de convivência e um ponto central de observação e encontro.
O projeto privilegia a ventilação natural e o sombreamento, resultando em um microclima que dialoga com o ambiente úmido e quente da região. A concepção também prevê forte integração com a floresta vizinha ao Parque Nacional do Iguaçu: a mata resiliente que nasce espontaneamente no terreno será incorporada ao espaço, dissolvendo fronteiras entre interior e exterior.
Dessa forma, o museu se apresenta como um lugar de arte, educação e experimentação, mas também como uma extensão da própria natureza, aberto a múltiplos usos e programas públicos.
Um Museu perto das Cataratas
“Este museu, em especial, é uma maravilha. Ele será instalado justamente no início de uma reserva florestal. Isso tem um significado muito forte. Até pouco tempo atrás, imaginávamos que o homem era independente da natureza, quando, na verdade, é a natureza que sustenta a vida humana. Mas nós somos natureza. E, se queremos continuar existindo, precisamos estabelecer novas formas de encontro entre a natureza e nossa maneira de habitar o mundo”, disse Benítez.
“Este museu tem a particularidade de ficar no local onde se inicia a reserva do Parque Nacional do Iguaçu. Se não compreendermos todas essas vozes que estão presentes aqui, não entenderemos a dimensão do nosso museu. A ideia é celebrar essa forte presença da natureza e, através do museu, estabelecer uma ponte para o futuro, onde todos os relacionamentos humanos possam se reconstruir”, complementou.
“Desejamos que a maior parte dos materiais utilizados na obra venha da própria terra daqui. É claro que ainda não conseguimos produzir tijolos transparentes, mas tudo o que não precisar de transparência será feito com recursos locais. Isso nos dá grande alegria, porque significa que o espaço será construído com o mesmo material que qualquer morador pode usar para levantar sua casa”, arrematou o arquiteto.
Com investimento de cerca de R$ 250 milhões do Governo do Estado, por meio das secretarias da Cultura, Planejamento e Cidades, o Centre Pompidou Paraná será erguido em um terreno cedido pela Motiva Aeroportos, ao lado do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. A previsão é começar as obras em 2026.