Centro hospitalar usa arquitetura e design para melhorar estado de pacientes em tratamento de câncer

Centro hospitalar usa arquitetura e design para melhorar estado de pacientes em tratamento de câncer

Margaret Keswick Jencks, escritora e designer inglesa, foi diagnosticada com câncer de mama aos 47 anos, fez o tratamento, porém 5 anos depois, em 1993, recebeu a notícia que a doença tinha voltado, dessa vez de forma mais agressiva.  No momento seguinte que recebeu o parecer do médico, ela e seu marido, Charles Jencks, foram encaminhados para outra área do hospital que consistia em um corredor sem janela. Ali, ambos refletiram acerca da falta de espaços adequados para pacientes em tratamento de câncer. Nasceu assim a semente de uma ideia que hoje possui mais de 30 unidades distribuídas entre Reino Unido, Hong Kong, Tóquio e Barcelona.

O primeiro Centro Maggie de Tratamento foi inaugurado por Jencks em novembro de 1996, um ano após o falecimento de Margaret com a intenção de oferecer espaços humanizados que promovam apoio para pacientes e familiares. Com o passar dos anos, vários arquitetos renomados participaram da elaboração dos projetos, reforçando a ideia de Jencks que “acreditava firmemente que a arquitetura e a arte podem fazer uma diferença real na recuperação das pessoas e na alegria de viver durante o tratamento do câncer”.  

Margaret e Charles Jencks

Um dos centros foi inaugurado na cidade de Leeds e é resultado do trabalho do escritório de arquitetura Heatherwick Studio. A edificação está situada em meio a um complexo hospitalar e possui área aproxima de 460m². O layout pensado para o projeto foi a alusão a três jardineiras gigantes que se acomodam em círculo e ao centro está localizada a cozinha, uma das partes fundamentais do espaço.

As formas orgânicas predominam tanto no interior como no exterior do edifício, sendo possível reparar a fluidez das curvas presentes até nos pequenos detalhes, como no corrimão. As janelas possuem dimensão generosa e permitem que uma boa quantidade de luz natural adentre o prédio, além disso, reforçam o contato visual dos usuários com a natureza no exterior. A ambiência cuidadosamente elaborada traz calma, contemplação e acolhimento.

Os Centros Maggie são espaços mantidos por uma instituição filantrópica que oferece suporte fisico e psicológico gratuito para pacientes em tratamento de câncer. O Centro Maggie de Leeds é um edifício de pouco mais de 450 metros quadrados e encontra-se localizado dentro do Campus do Hospital Universitário St. James.

O projeto paisagístico foi elaborado com a intenção reproduzir o bioma local, da região do norte da Inglaterra, e mesclou com espécies que ficam verdes o ano todo. No total foram plantados 23.000 bulbos e 17.000 plantas, criando uma atmosfera que restabelece a conexão das pessoas que estão no prédio com a natureza. Tal sensação é reforçada pelos materiais e texturas empregados no edifício que é predominantemente em madeira e outros componentes naturais.  

É notável que as características dos espaços que habitamos impactam diretamente na nossa qualidade de vida. Sejam lugares de moradia, trabalho, lazer, etc., é importante verificar que o cuidado com o recinto reflete diretamente na saúde mental e física dos seus usuários. Sendo assim, baseando-se no Design Biofílico, o Centro Maggie de tratamento em câncer, pode fazer muito pela melhoria da vida das pessoas através de estratégias que tornam os espaços mais humanizados e gentis.

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