Conhecido mundialmente e fonte de inspiração para vários outros artistas, Chaim Machlev é o mestre em criar tatuagens com padrões geométricos simétricos impressionantes em tinta preta. Dono de um estilo inconfundível, o tatuador atualmente atende em Berlim, Alemanha, onde trabalha em seu estúdio particular chamado DotsToLines.

Chaim começou a tatuar em 2012, três anos depois que de fazer sua primeira tatuagem. Após isso, algo dentro dele mudou. O feito representou um momento emocionante, a experiência teve um forte impacto em sua vida e assim, ele iniciava um caminho sem volta. Era algo além, espiritual. Na verdade, essa experiência foi o que causou uma grande viravolta em sua vida.

Ele decidiu sair de Israel, demitir-se do emprego em uma grande empresa de TI e mudar para Berlim, para começar a trabalhar como aprendiz na área. No início diz que não foi nada fácil, porque ele não tinha uma carteira de clientes e nem experiência em desenhos. Na verdade, Chaim conta que nunca havia pensado sobre a profissão, sobre tatuagem em si antes de começar a tatuar.

Para ele, ainda é muito difícil categorizar seu estilo de trabalho, mas ele segue linhas minimalistas e geométricas, desenhos nada convencionais ou dentro de um padrão. Sem dúvida, as linhas em blackwork ganharam grande importância e precisão em seus projetos e manter a simetria delas em corpos (imperfeitos) humanos não é tarefa fácil.

A maior fonte de inspiração de Chaim é a natureza, portanto, ele sempre tenta equilibrar em seus trabalhos esse tipo de referências e criações, em busca da forma perfeita de acordo com cada pessoa. Entre os temas mais pedidos estão mandalas, desenhos de geometria sagrada, abstratos, ornamentais, flores e animais. Muitas vezes ele usa também a técnica do pontilhismo (dotwork). Confira:

“Eu uso o preto como a cor principal para as minhas tatuagens simplesmente porque eu acho que é o único tom que vai permanecer atemporal em um design ‘intemporal’. Eu também acho que ele fica bem em nossos corpos, mais do que qualquer outra cor. Eu uso vermelho às vezes, mas é muito raro.”

“Hoje eu sou uma pessoa muito espiritual e minhas tatuagens refletem isso. Eu viajei pela Índia durante um ano, e desde então eu adotei uma maneira muito budista de ver a vida. Eu era aquele cara que fica atrás do computador e que via o mundo de uma forma drástica e definitiva.”