Como cassinos inspiram luxo e sofisticação por meio do design

Como cassinos inspiram luxo e sofisticação por meio do design

Os cassinos sempre foram reconhecidos como ambientes glamurosos e repletos de sofisticação. Nas décadas de 1930 e 1940, o Brasil viveu sua era de ouro, com mais de 70 casas de apostas funcionando no país. Estes ambientes porém, não se resumiam à jogatina. Eram grandes complexos de entretenimento.

Os apostadores, homens de terno e mulheres de longo, de classe média ou média-alta, podiam jantar no restaurante, tomar drinques no piano-bar, dançar ao som da orquestra no salão de baile e assistir a musicais no teatro, enquanto fumavam um bom charuto. O governo não permitia a propaganda dos jogos, então as casas anunciavam no jornal e no rádio seus espetáculos.

Quando foram proibidos de funcionar no país em 1946, precisaram se transformar. Muitos viraram museus, escolas, condomínios e hotéis de luxo. Mas até hoje, um elemento-chave contribui para perpetuar sua atmosfera de fama e ostentação: o design. Nas plataformas online, como o site de roleta da KTO, isso não é diferente.

Uso da psicologia nos elementos de design

A psicologia das cores, naturalmente, acaba sendo muito útil nesse sentido. O fundo preto elegante, logo vermelho marcante e botões verdes vibrantes no site da KTO, por exemplo, mostram esplendor e energia. A comunicação ainda traz mulheres bem vestidas e maquiadas, símbolos dourados e tons terrosos, elementos visuais que ajudam a criar essa atmosfera envolvente.

Compartilhar fotos e vídeos de momentos de diversão e sucesso, como o Wynn Las Vegas em sua página no Instagram, também é uma estratégia para mostrar empolgação, elegância e poder. Mestres em aproveitar-se da psicologia humana, os cassinos, tanto em ambientes físicos quanto on-line, sempre trabalham com elementos do design para ajudar a atrair e manter as pessoas.

Uma viagem para conhecer antigos cassinos no Brasil

Os cassinos e bingos continuam proibidos no Brasil. Mas estes são alguns dos antigos estabelecimentos que se reinventaram com o passar das décadas – e que ainda é possível conhecer. Aproveite para visitar os antigos cartões-postais, inspire-se com a arquitetura preservada, seus projetos suntuosos e aprecie cada detalhe:

Cassino da Pampulha (Belo Horizonte, MG)

Hoje, o Cassino da Pampulha abriga o Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte. Foto: Leo Bicalho – secult.mg.gov.br

Primeiro projeto de Niemeyer, influenciado por Le Corbusier, o edifício do Cassino da Pampulha é uma obra de arte e um dos pioneiros da arquitetura moderna mundial. Construído em 1943, às margens da lagoa da Pampulha, o cassino funcionou até 1946. Abrigava um salão de recepção e de jogos, além de espetáculos, um bar e um restaurante.

Sua construção apresenta paredes revestidas de ônix, colunas por aço inoxidável – uma inovação para a época, além de cenográficos espelhos de cristal belga. Desde 1957, funciona como museu e possui um acervo com cerca de 1.400 obras.

Cassino da Urca (Rio de Janeiro, RJ)

De fama internacional, o antigo cassino virou um colégio. Imagem: Wikipedia

Construído no ano de 1922, abrigou inicialmente o Hotel Balneário. De estilo eclético, projetado pelos arquitetos Archimedes Memória e Francisco Couchet, contava com 34 aposentos de muito luxo. Transformado em cassino em 1933, o local viveu seus dias de glória, funcionando até o ano de 1946, quando os jogos foram proibidos no país.

Após décadas de abandono, virou sede da TV Tupi e posteriormente, do Instituto Europeo di Design (IED), que lá funcionou até 2021. Em 2023, após uma reforma, reabriu suas portas como Colégio Eleva Urca. A fachada foi revitalizada, mas a escola manteve as paredes do prédio, além de todo seu piso interno original.

Hotel-Cassino Quitandinha (Petrópolis, RJ)

O local possui parque privativo, paisagístico, piscinas, boliche, patinação no gelo, teatros, lago no formato do Brasil e restaurantes. Imagem: Wikipedia

Localizado em Petrópolis, o palácio brasileiro começou a ser construído a partir de 1941, com o intuito de ser o maior cassino-hotel da América do Sul. Com 50 mil m2 e 6 andares, 440 apartamentos e 13 grandes salões com até 10m de altura, funcionou até a proibição, em 1946. Por ali, passaram estrelas como Greta Garbo, Carmen Miranda, Walt Disney e até o rei Carol II da Romênia.

Depois de fechado, o cassino se tornou um condomínio de luxo e parte do prédio foi comprada pelo SESC. Sua arquitetura mistura o estilo rococó, hollywoodiano (internamente) e o normando-francês (externamente) – este último bastante presente em Petrópolis devido à colonização alemã.

Interior do Quitandinha. As salas de jogo estão abertas para visitação. Imagem: Wikipedia

Detalhes incríveis como grandes lustres, móveis raros e até um lago no formato do mapa do Brasil, construído em grande parte com as areias da praia de Copacabana, são características do Quitandinha e revelam a busca pela atmosfera majestosa.

Grande Hotel São Pedro (Águas de São Pedro, SP)

Na década de 1940, o Grande Hotel São Pedro, não era apenas um local para descanso; era um portal para um mundo de sofisticação e entretenimento. O cenário oferecido pelas águas termais encontrou seu complemento perfeito na emoção dos cassinos. Operando 24h por dia, 7 dias por semana, cantores renomados e músicos talentosos enchiam os palcos com performances. A música, as luzes e as emoções se fundiam em uma sinfonia exuberante.

A 184 km da capital de São Paulo, é rodeado por bosques e jardins projetados na década de 40. Imagem: Senac

Com a administração do Senac, o Grande Hotel voltou a viver sua fase áurea. Rodeado por bosques e jardins, mantém o charme do estilo Art Decó em uma tranquila estância hidromineral e possui restaurantes com o melhor das cozinhas brasileira e internacional. Como um tesouro escondido, seu legado permanece.

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