Novos sabores, ingredientes diferenciados, aguçar os sentidos. Tudo isso inspirou a food designer Simone Mattar para uma experiência multi-sensorial que aliou arte, cultura, história e gastronomia. O evento “Como Penso Como aconteceu na Casa Electrolux em São Paulo, entre os dias 11 e 16 de novembro.

Durante uma semana, convidados passaram por uma imersão usando os 5 sentidos, em que se transmitiu a história e a identidade brasileira por meio de diferentes manifestações, através de pratos elaborados como obras de arte.

As referências usadas pela artista são frutos de sua pesquisa que durou 4 anos. O resultado reconstrói inspirações nos universos gastronômicos indígena, africano, nordestino e português.

Foram 9 obras comestíveis, sendo 3 sobremesas. Duas sessões diárias recebiam 20 pessoas cada. Antes de cada jantar, atores declamavam textos relacionados a cada um dos pratos que seriam servidos.

Entre eles, “A Cabeça do Bispo” – inspirado no Movimento Antropofágo de Oswald de Andrade, pequenas cabeças comestíveis de mousse de sardinha e “A Preço de Banana” – com referência à Carmem Miranda, banana dourada feita de mousse de chocolate branco caramelizado com recheio de doce de banana.

Conheça um pouco de cada prato:

1º prato – “Grande Poder”: vem acompanhado por um croquete liquido de tacacá, pato curado no molho arubé e mandioca crocante.

2º prato – “Cabeça do Bispo”: traz esculturas de cabeças prateadas feitas com mousse de sardinha e recheadas de molho oriental.

3º prato – “Sonho real”: um travesserinho versão salgada de sonho, recheado com brandade de bacalhau e pimenta-do-reino. A coroa é feita de telha de alho.

4º prato – “Oludumaré”: inspirada nas comidas servidas nos terreiros de Cadomblé, três bolinhos feitos de uma massa com farinha de arroz e leite de coco são recheados com peixe, camarão e flor de alho para Iemanjá; vinho de palma e quiabo para Ogum; e galo capão e pimenta biquinho para Exú. No centro, uma esfera transparente é quebrada e dela sai uma fumaça aromatizada de cravo, canela e casca de obi, um fruto considerado sagrado pela religião. Embaixo, o acaçá, presente em todas as oferendas, é feito de milho branco e limão. É servido por Exú.

5º prato – “Peripécias de bode no reino dos bacanas”: arroz cateto, paleta de bode glaceada, jerimum, queijo coalho, leite de cabra e manteiga de garrafa. Na base, farofa de paçoca de pilão, urucum e cúrcuma servidos em pedra de madeira.

6º prato – “Ossos do ofício”: o prato vem preparado junto a uma escultura feita no osso e é composto de barriga de porco crocante sobre purê de cítricos, picles e mini flores comestíveis.

7º prato – “A preço de banana”: banana dourada feita de mousse de chocolate branco caramelizado e envolto em calda de canela e recheado com doce de banana.

8º prato – “Conflito: festa do divino”: a pomba do Divino, um símbolo do Espírito Santo católico, que está no meio do prato representando a paz, cercado de nomes de lugares onde estão ocorrendo conflito ou guerras. O doce, em formato de fogueira, é feito de chocolate com pimenta e crocante de araçá.

9º prato – “Tabuleiro brasileiro”: paçoca, goiabada e doce de graviola aparecem em forma de papeis e renda. O tabuleiro traz paçoca Amor feita de mousse de amendoim envolta em folha de coco, mousse de goiabada envolta em papel de goiaba e bala de jabuticaba.