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Cultura popular, ancestralidade e identidade por Larissa de Souza

Larissa de Souza é uma artista autodidata que dedica sua prática majoritariamente figurativa à representação da mulher negra. Nasceu na Zona Leste de São Paulo em 1995 e é por meio da pintura que explora temáticas conectadas ao cotidiano, à ancestralidade, às suas memórias e subjetividades pessoais.

Em 2016, começou a trabalhar em uma loja de materiais artísticos, onde aprendeu mais profundamente sobre aspectos específicos de cada tipo de material e técnicas diversas. Logo depois, passou a trabalhar como assistente no ateliê da mesma loja. Desde a infância interessava-se pelo desenho e encantava-se com os grafites da cidade de São Paulo. Foi durante a pandemia de 2020 que teve a oportunidade de dedicar-se a produzir seus próprios trabalhos. 

Afeto

A artista subverte esteriótipos históricos ao retratar pessoas negras em contextos de afeto e harmonia. O afeto, que serve como uma referência fundamental, se manifesta de forma intensa em suas telas, seja nos detalhes meticulosamente inseridos nas composições, seja pela linguagem corporal das figuras que ali aparecem. Cada elemento evoca uma harmonia individual ou familiar que expressa o anseio da artista em retratar “cenas que gostaria de ter presenciado no lugar onde cresceu.”

Além da pintura, suas linguagens de pesquisa são: aquarela, aplicações, bordado e fotografia. “A aquarela venho estudando aos poucos pois é uma técnica que requer muita prática e eu pretendo estudar mais. Venho pesquisando diferentes tipos de aplicações de pequenos objetos sobre a tela e trouxe essa pesquisa para a minha primeira exposição individual –Pertencimento (julho de 2021) –, onde fiz aplicações de búzios, viés de costura e espelhos em algumas das obras. O bordado aparece normalmente junto à figura da mão protetora em minhas pinturas. E com relação à fotografia, às vezes me fotografo para usar como referência no desenho”, conta em entrevista para Piscina Art.

As cenas retratadas por Larissa são íntimas, domésticas, quase confessionais, e ao mesmo tempo, vasculham as memórias colhidas no imaginário popular brasileiro e em seu inconsciente.

Identidade

Seu trabalho hoje integra coleções importantes no Museu de Arte do Rio (MAR) e Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Larissa participou de feiras de arte como a SP-Arte e The Armory Show em Nova York, além de figurar entre outras exposições coletivas.

Em cartaz no momento em São Paulo, na Simão de Assis até 1° de março de 2025, em Fé e Feitiço, Larissa expõe obras produzidas a partir de sua pesquisa sobre simpatias brasileiras e angolanas.

Já para a exposição ROOTED Female Brazilian Artists, apresentada pelo programa de cultura da Brainlab em Munique, na Alemanha, em cartaz até 25 de abril de 2025, ela busca um percurso visual e conceitual em torno da ancestralidade, identidade e sustentabilidade, ressignificando a conexão com o meio natural como um caminho para a compreensão de si mesmo. 

Confira um pouco de seus trabalhos abaixo:

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