Tattoo, ilustração, escultura, objetos de design, pintura. Débora Iglesias sempre esteve conectada com arte em geral. A gaúcha de 23 anos é formada em artes visuais e conta que quando criança era chamada de “a artista da família”. Sempre foi incentivada a seguir esse caminho e tudo o que pegava virava alguma escultura, desenhos pra mãe colocar na parede, e etc.
Aos 12 anos, estava vendo um programa de TV, que mostrava uma convenção de tatuagem. Na hora ficou muito encantada e pensou “quero fazer várias tatuagens”. Segundo depois, se deu conta que desenhava o dia todo. Foi aí que teve a ideia, como um click: “Eu vou tatuar os outros!”
Nessa fase, Débora quase matou sua mãe do coração (ela é veterinária e o pai advogado), mas logo começou a pesquisar e mostrar pra ela o quão rico era esse universo. A mãe se livrou de todos os pré-conceitos que tinha e hoje tem 8 tattoos feitas por ela – muitas da época que precisava treinar. Como morava em Santana do Livramento e lá não existia quase ninguém que fizesse ou pudesse a ensinar, a artista ficou só planejando e estudando sobre o assunto, cada vez mais certa de que era isso que queria fazer pro resto da sua vida.
Aos 15 anos, ela se mudou para Santa Maria (RS), para fazer o terceiro ano do colégio e prestar vestibular. Lá, na primeira semana, foi em todos os estúdios procurando cursos de tattoo e logo começou como aprendiz de um cara que lhe mostrou pela primeira vez uma máquina, ensinou a soldar agulhas, limpar o material e tudo que precisava pra começar.
Ela comprou um kit e fez seu primeiro desenho, uma aranha tribal nas costas de um conhecido do seu chefe na época. Daí em diante, tatuou mais de 10 desenhos em suas pernas pra treinar, em seus colegas, sua família e quem quisesse se arriscar. Com 16, entrou no curso de Artes Visuais e seguiu tatuando em casa os amigos e pessoas aleatórias que foi conhecendo.
Em 2004, quando estava terminando a faculdade, fez uma entrevista pra um grande estúdio de Porto Alegre e foi chamada para ser aprendiz. Se mudou pra lá em dois dias e seguiu em busca do sonho de ser uma boa profissional. Em 2015, subiu mais um degrau: abriu seu próprio estúdio com mais dois colegas na cidade, o Si Se Puede Tattoo Arte – Porto Alegre.
Hoje Débora cria fantásticas tatuagens que misturam inspirações em blackwork, Old School, passando por trabalhos de linhas finas e até aquarelas. Cada um de seus desenhos é pensado exclusivamente para cada cliente. Sua versatilidade mostra que realmente a profissional escolheu o caminho certo.
Confira e entrevista que fizemos com ela e saiba mais sobre suas inspirações:
FTC: Como você define a sua arte?
Acho que defino minha arte como a coisa mais importante da minha vida, não consigo ficar um dia sem criar alguma coisa, tanto em desenhos pra tattoos/clientes, como outras linguagens. Trabalho também com a minha marca Santa Vulva, que são esculturas de vulvas em relicários. Acho que sou tão feliz e apaixonada pelo que faço, que não paro nunca de tentar melhorar como artista.
FTC: Com o que você se inspira?
Me inspiro muito em tattoos Old school, Blackwork e pontilhismo. Meu estilo ainda não tenho como definir, mas essas são minhas principais influências. Todos os desenhos são criados por mim, exclusivos para o cliente.
FTC: Está tocando algum projeto especial ou específico atualmente?
O projeto específico do momento é meu estúdio novo, que está lindo!
FTC: Uma frase que você carrega para a vida.
Difícil uma frase que carrego pra vida, mas eu tenho tatuado em mim duas com grande significado. Uma delas é a clichê “Onde não puderes amar não te demores”. Eu acho simples e incrível, acho que as pessoas deveriam se encontrar no que amam e permanecer fiel a isso.
FTC: Cinco coisas que não consegue viver sem?
-Aplicar minhas ideias em qualquer superfície: pele, papel, parede e etc. Às vezes acordo no meio da noite e enquanto não levanto e faço aquilo, não consigo dormir;
-Falar todos os dias no telefone com a minha mãe, várias vezes ao dia;
-Meus amigos, sou super carente e dependente deles;
-Meus gatos, que são muitos;
-Meio óbvio né, mas não consigo viver sem tattoos, sem tatuar, sem ser tatuada. É a minha certeza na vida!
Aquarela
Blackwork
Old School
Linhas finas
“A dica mais importante que eu posso dar pra quem vai fazer sua primeira tattoo é: olhe antes o trabalho do profissional e escolha um tatuador que trabalhe com o estilo do que quer fazer. Atendo vários clientes que querem marcar o trabalho antes mesmo de saber o que tem no meu portfólio. Muitas vezes, acabo indicando outro tatuador, que a pessoa nem conhecia, e que tem muito mais a ver com o estilo do que eu. Isso é bem importante!”
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