A gente percebe o mundo através das cores. Nossos olhos têm cerca de 130 milhões de receptores de luz e cor, divididos em dois grandes grupos: os bastonetes, que são responsáveis pela visão acromática (em preto-e-branco), e os cones, responsáveis pela sensibilidade dos olhos à cor.
Uma pessoa com visão normal enxerga cerca de 30.000 cores. Já os daltônicos, apenas entre 500 e 800. Mas, a artista Concetta Antico não se encaixa em nenhuma dessas categorias. A australiana é capaz de enxergar 100 vezes mais cores do que um ser humano comum. Um arco-íris por exemplo, é visto com 5 cores. Concetta consegue ver 10 cores.
É sobre isso que uma reportagem interessantíssima da Revista Galileu fala. Sobre Concetta, que sofreu uma mutação genética e possui tetracromatismo – o que significa que possui mais receptores de cores em seus olhos. Apenas 1% da população mundial possui essa condição. Existem 3 cores que dominam o espectro de visão da retina: vermelho, verde e azul. Já no caso de Antico, acredita-se que está mais na linha de um “avermelhado, alaranjado e amarelo; mas ainda completamente incertos”.
Sua diferença para o resto das pessoas está nas células cone, que absorvem as ondas particulares de luz e transmitem ao cérebro. Ela possui 4 na região dos olhos, enquanto os outros possuem 3. Ela ainda diz: “É chocante para mim o quão pouco as pessoas podem ver”.
Para descrever uma folha de árvore, ela diz: “É como um mosaico de cores. Na borda consigo ver laranja, vejo também um pouco de roxo e vermelho na região sombreada. Talvez você consiga ver verde escuro, mas eu noto violeta, turquesa e até azul”.
Por anos, pesquisadores não conseguiram definir a existência dessa condição genética. Mas com o tempo chegaram ao diagnóstico da mutação. A gigantesca maioria dos casos acontece com mulheres, por se tratar de uma alteração no cromossomo X.
Apesar de existirem outras pessoas no mundo assim, poucas possuem essa percepção das cores, pois não treinaram seus cérebros para prestar atenção. No caso de Antico, há um significado para isso: “Eu era diferente de uma criança normal. Aos sete anos já pintava e era fascinada por cores”. Além disso, possui um motivo para tentar entender mais sobre o assunto: sua filha sofre de daltonismo e isso tem relação direta com o seu tetracromatismo.
Além de colaborar com pesquisas, Concetta pensa em abrir uma escola de arte para daltônicos e uma plataforma online para ajudar tetracromatas.
Interessante, não? Já pensou em viver nesse mundo super colorido?