Post por Duda Lanna.
O uso intensivo de padrões gráficos, linhas orgânicas, formas geométricas e uma paleta vibrante caracterizam o trabalho de Duda Lanna, artista de Porto Alegre, Brasil. Suas obras geram estruturas caóticas cheias de simbolismo, que transitam livremente entre o abstrato e o figurativo.
Quando fui convidado para colaborar com um post para o Follow the Colours, pensei logo de cara em escrever sobre uma das minhas grandes influências, o baiano Rubem Valentim (1922-1991). Valentim custou a nascer, e precisou de muitas palmadas para chorar após o parto. Porém quando a tática funcionou, assustou os presentes com gritos de força incomum. Anos mais tarde, essa força, impregnada de misticismo, transformou-se em signos litúrgicos e emblemas visuais do Candomblé. Um mundo encantado e mágico, transformado em uma linguagem visual legitimamente afro-brasileira, que usa a ancestralidade africana como matéria prima. Os Orixás são elementos da natureza, e como tal, Rubem Valentim procurou representá-los em suas pinturas, gravuras e esculturas. Obras abstratas de rigor geométrico e cores contrastantes, um caleidoscópio simbólico e poético dos valores culturais brasileiros.