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Buda, Daruma, Neko. Pôsteres da ‘Fuku Collection’ levam crenças orientais e amuletos da sorte para a sua casa

Buddah, Maneki Neko, os 7 Deuses da Sorte e Daruma. Cada um traz os quatro elementos da Terra. Lógico, tudo de um jeito super good vibes, porque o mundo tá precisando demais! Conheça a Fuku Collection! 

O gatinho da sorte, o boneco da sorte, os deuses da sorte, Buda. Clau Souza, ilustradora brasileira maravilhosa que sempre está por aqui, lançou uma coleção fantástica de ilustras. A Fuku Collection traz a reinterpretação de alguns amuletos da sorte orientais para a sua casa de um jeito super good vibes✨ – Porque o mundo tá precisando demais! 

Clau estudou as lendas japonesas, a fé como temática e mergulhou no universo dos símbolos super conhecidos na cultura do oriente. “Assim como eu amo estar rodeada por aquilo que me é sagrado, eu também quero isso para as pessoas” – ela conta. E foi depois de muito trabalho, imersão total nas referências, que surgiram 4 pôsteres exclusivos que você confere aqui todo o processo de criação e mais informações sobre a Fuku Colletion. Veja entrevista! Para comprar os pôsteres é só ir na lojinha do Borogodó!

CLAU SOUZA E A CRIAÇÃO DA FUKU COLLECTION

FTC: Clau, como surgiu a ideia da Fuku Collection? 

A decoração da minha casa tem muita influência oriental, principalmente pelo fato do meu marido ser descendente de japoneses e de sempre falar sobre as tradições e crenças da sua família. Eu acho isso fantástico e sempre admirei muito a cultura oriental, além de me identificar muito com o Budismo.

Desde a Coleção Bença, eu tinha a vontade de trabalhar novamente com a temática de fé, mas com algo que fizesse parte das coisas que eu acredito. Enquanto que na Bença a minha criação foi movida pela curiosidade de saber a história de alguns dos principais santos no Brasil – mesmo não sendo devota – na Fuku eu criei com total identificação, porque todos esses símbolos estão presentes na minha vida e que considero meus amuletos da sorte.

As águas trazem os 7 Deuses da Sorte para o seu lar.

A lenda japonesa diz que no Ano Novo os Shichi Fukujin atravessam os mares a bordo da arca Takarabune para nos trazer felicidade, prosperidade e sorte. Para receber esse pacote de good vibes, você só precisa colocar a imagem deles debaixo do seu travesseiro na noite de Ano Novo. Mas mesmo que não seja dia 31, os 7 Deuses nos lembram que os recomeços podem acontecer a qualquer hora e que eles são sempre mágicos. Acredite!

FTC: Quais as influências que estão por trás do projeto?

Depois que defini quem entraria na coleção, foi uma imersão total nas informações e referências de representações clássicas de cada um. Pinturas, estátuas, tudo entrou na roda! Eu amo essa etapa e pra mim tudo faz mais sentido depois que eu entendo sobre a história. Um ilustrador que me influenciou muito nesse projeto foi Sanjay Patel que fez projetos primorosos sobre as divindades hindus. Outra influência fortíssima foi de tatuadores que trabalham com o estilo oriental clássico.

Como o meu marido tem os braços e as costas fechadas com esse tipo de tattoo, eu me usei dele (haha) para referência em muitos momentos e vale aqui um agradecimento especial ao seu (e meu) querido tatuador, o Christofer Pypcak. Principalmente para estudar elementos como água, fogo, ar – foi muito inspirador e confesso que foi complexo, porque o meu traço é bem diferente desses tatuadores.

A terra traz Buddah para o seu lar.

Depois de tantos séculos, Sidarta Gautama, o Buddah – é um dos pensadores que mais nos influenciam até hoje. Talvez porque suas buscas são atemporais e nos falam ao coração com sinceridade. Foi debaixo de uma árvore que ele chegou a iluminação espiritual, o chamado nirvana. E depois disso, entre tantos bons ensinamentos, Buddah nos lembra da importância do autoconhecimento, do entendimento de nosso papel no universo e do respeito que devemos ter por todos os outros seres. O amor acima de tudo, aquilo que tanto precisamos. Cuide do mundo e ame sem limites.

FTC: Tem alguma info sobre as cores usadas que deseja explicar?

Apesar de ter a tendência de gostar de planejar bastante a paleta antes de partir para as ilustras finais, eu adoro o fato de que chega um momento na criação que a coisa toma um rumo por si própria – não consigo explicar, mas é isso.

No começo eu já tinha a ideia da paleta e de trabalhar com uma espécie de moldura de elementos, pra dar uma profundidade interessante a ilustra – mas foi no final de tudo que reparei que eu estava trabalhando com os 4 elementos: terra, fogo, ar, água e cada um tem um significado muito bacana no Budismo e tinha total relação com os personagens.

Eu procurei casar com cores predominantes que fechassem a ideia –  tons mais azulados para a água, verdes e marrons para a terra, vermelho para o fogo e menos óbvio e que eu particularmente gostei bastante – o lilás para o ar. Nesse último eu queria muito criar uma atmosfera mística e nada melhor do que o bom e velho roxo! Gostei muito do resultado de todos porque eu me obriguei a trabalhar em tons que não costumo gostar, como o vermelho e o roxo.

Bons ventos trazem Maneki Neko para o seu lar.

Chovia canivetes. Para se proteger da chuva, um samurai foi para debaixo de uma árvore – Ei humano, deixe de tolice e saia já daí! – acenou o gatinho que via tudo do Templo Gotokuji. O homem interpretou aquilo como um sinal e foi até o felino. Do templo ele pôde ver um raio atingindo a árvore e ficou tão agradecido pelo gatinho ter lhe salvado a vida, que ajudou o Templo durante muitos anos. Quando neko faleceu, o samurai fez uma estátua em sua homenagem e lá estava ele com sua patinha levantada. Com Maneki Neko lembramos como pequenos gestos de compaixão são significativos e que devemos ser gratos por estarmos vivos. Agradeça por você ter tanta sorte!

FTC: Qual foi o maior aprendizado ao criar as ilustrações? 

Quando eu decidi fazer essa coleção foi num momento muito intenso da minha vida, com muitos projetos acontecendo ao mesmo tempo e mesmo assim eu queria encontrar um meio de desenvolver essa coleção. Eu queria refletir com calma sobre vários aspectos do processo criativo, tanto em relação aos métodos e técnica, mas também em me permitir estar totalmente inteira, entender cada etapa, rabiscar muito, fazer e refazer, sem me preocupar com o relógio – porque nos últimos meses eu tenho trabalhado com prazos apertadíssimos! Eu trabalhava no projeto quando eu sentia vontade e estava disposta e procurei manter a constância – isso já é um desafio por si só – meia hora aqui, domingos de manhã, quando o mundo está dormindo.

Outro grande aprendizado foi entender que você deve respeitar o tempo das coisas. Eu não faria essa coleção em uma semana, eu entendo isso agora. Foram apenas 4 pôsteres, mas demorei meses para concluir e tudo bem! Me lembro que já era bem tarde da noite e eu tinha enfim terminado a Coleção. Fui para o banho, me sentei no chão mesmo e comecei a rir e chorar ao mesmo tempo, de soluçar. Não tente interpretar isso. A verdade é que nunca ninguém realmente vai saber o quanto você se doa para aquilo acontecer e taí a mágica de fazer o que você faz e ser quem você é.

FTC: Para você, o que a coleção simboliza? Qual a sensação que você quer que as pessoas tenham ao pendurarem os quadros em suas casas?

Pra mim, todos esses símbolos me lembram o quanto a vida é preciosa. Quando eu olho para o Maneki Neko na minha sala, ou no Buda na minha cabeceira eu lembro exatamente o que deixei explícito nas frases de cada pôster: devo acreditar nos meus desejos, na magia dos recomeços, em cuidar do mundo, amar sem limites e sim, sou muito sortuda! E esses são lembretes que eu acredito que falam a todos.

O meu desejo é que quando a pessoa estiver pendurando o seu pôster na sua parede, ela reconheça essa grandiosidade e que lembre que tem todo o meu amor ali. É um sentimento de coletividade, de honestidade em deixar claro que estamos no mesmo barco  – por isso cada traço das ilustras carrega uma prece. Eu queria que as ilustras carregassem o maior potencial energético possível!

O fogo traz Daruma para o seu lar.

Já tinham se passado longos dias. Os dias viraram meses e os meses viraram anos. Bodhidarma enfim atingiu o “estado de iluminação”, o que no zen budismo significa ver com a mente, não com os olhos. Daí surge a ideia de Daruma, o boneco sem olhos que representa o sábio. Segundo a tradição você deve fazer um pedido e pintar um de seus olhos e só depois de realizado o outro olho deve ser pintado e o boneco queimado, como uma simbologia de que nada na vida é permanente. Daruma nos lembra da força dos desejos, do poder da persistência e do quanto as coisas tem o seu tempo certo para acontecerem. Acredite nos seus desejos!

FTC: Uma frase que resuma essa coleção. 

Oxi, que sou ruim demais pra ser sucinta, dá pra perceber né?! Acredito que o nome da Coleção defina bem esse projeto: A Coleção Fuku é um lembrete de que boa sorte é reconhecer a preciosidade que a vida é.

Todos os pôsteres são impressos em alta resolução em papel couchê fosco 150g, nos tamanhos A3 (29,7cm x42cm) ou A4 (21cm x 29,7cm). Gostou? Toda a Fuku Collection está disponível na Loja Borogodó. O mais legal? Se você curte o trabalho da Clau (quem não curte?) você também pode ser um revendedor!

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