Desenhar é o motivo pelo qual ela tem vontade de levantar da cama de manhã. Luiza de Souza (Ilustra Lu) é apaixonada por quadrinhos e ilustração, já que desde muito criança, sempre adorou desenhar. Preferia fazer isso a fazer quase que qualquer outra coisa, mas foi deixando os rabiscos de lado aos poucos, até chegar a universidade.
Enquanto um milhão de coisas novas e interessantes lhe tomavam um tempão, ela montou alguns projetos, arrumou uns empregos e deixou as ilustrações de lado, no meio da rotina que achava que era de gente grande.
Até que, no fim de 2013, sofreu um acidente meio grave que a tirou da correria, a fez sair do emprego, a se afastar dos projetos que tinha, pra passar um bom tempo de castigo, sem sair da cama.
“Se não fizesse algo pra se distrair, iria enlouquecer” – disse Luiza. “E tudo o que consegui foi um caderno em branco e algumas canetas legais“. Luiza voltou a ilustrar e, desde então, não parou mais. Hoje, trabalha com o que mais gosta, estuda Publicidade e Propaganda e espalha suas cores através de seu perfil na internet, o Ilustra, Lu.
Ela ama programas de TV, filmes bons, músicas ruins, quadrinhos ou qualquer outra coisa que possa se entreter. Com uma tipografia leve e descolada, desenhos característicos e frases interessantes, ela conquista cada vez mais as pessoas e ganha méritos com o seu original trabalho. Conversamos com Ilustra Lu para saber um pouco mais sobre suas inspirações. Confira:
FTC: Há quanto tempo cria as ilustras e quais materiais utiliza?
Comecei a trabalhar com ilustração mesmo há mais ou menos um ano. Alimento a página no Facebook e o Instagram há mais ou menos isso também. Eu gosto muito de usar os marcadores da Posca e da Tombow, realmente me encontrei neles. De vez em quando eu tento uma aquarela aqui e outra ali, mas não acho que seja meu forte.
FTC: Qual a influência das cores nos seus trabalhos?
Eu sempre tive muita influência do traço preto no branco do papel como o Bryan Lee O’Malley usa nos quadrinhos do Scott Pilgrim, sempre achei que meu traço ia muito bem sem colorir, mas um dia eu resolvi abrir minha cabeça pra começar a usar as cores pra destacar certos pontos na ilustração, usando uma ou duas no máximo, e achando que tava tudo ótimo.
Até que eu dei play num episódio de Steven Universe e me deixei ser absorvida por todos aqueles tons, todas aquelas cores incríveis e tenho tentado pôr um pouco disso nas coisas que eu faço. Mas de vez em quando eu volto pros p&b só pra matar a saudade.
FTC: Está tocando algum projeto específico atualmente?
Eu tô preparando uma continuação pro zine “Marcela, Mulher, Melhore“, que teve uma aceitação incrível. Ela fala sobre questões como a auto-aceitação, feminismo e algumas tretas da vida da gente. E também tô escrevendo um quadrinho novo, mais pro lado de relacionamentos.
FTC: O que é arte para você e como você definiria a sua arte? Com o que você se inspira?
Desenhar é o motivo pelo qual eu tenho vontade de levantar da cama de manhã. Eu adoro estudar ilustração, respirar ilustração e conhecer o trabalho de tantas pessoas incríveis que tem por aí. Minha arte é um pedaço de mim. Uma mistura de influências aleatórias de cultura pop, com desenhos animados, as histórias das pessoas que eu conheço e uma queda por tipografia – tudo batido num liquidificador.
FTC: 5 coisas que não consegue viver sem.
É só me dar uns episódios da minha série favorita, um celular com wi-fi, umas canetas, um caderno e a discografia de Marina and The Diamonds, que eu passo muito bem.
FTC: Uma frase da sua vida.
Quando eu escrevi o “Contos Rabiscados para Corações Maltrapilhos“, queria muito que a Clara Averbuck (minha escritora brasileira favorita) fizesse o prefácio, mas não tinha coragem de pedir. Um amigo meu me falou: “Amiga, o não você já tem. Nada mais te impede de ir atrás do sim.” Acho que essa é uma boa frase – afinal, deu certo o prefácio.
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