Artista brasileiro Mário Alencar se inspira em Tim Burton e ilustrou livro infantil do mesmo autor de Drácula
Mário Alencar é um ilustrador e designer gráfico brasileiro de Maceió, AL. Ele também se dedica à música nas horas vagas, seja tocando guitarra, baixo, violão ou mesmo cantando. Mas a música também é uma atividade séria em sua vida, sendo que por meio do seu selo Crooked Tree Records, ele lança o seu trabalho musical e de amigos que fazem parte da cena alternativa.
Hoje com 29 ano, Mário lembra que desde pequeno os quadrinhos e desenhos estiveram presentes em sua vida. As longas horas que passou desenhando na sala de estar da casa da avó, por quem foi criado, podem ser vistas hoje como um esboço que o pequeno garoto estava fazendo do próprio futuro.
Depois de um período de dúvidas na faculdade, largou o curso de Publicidade e Propaganda, tentou Jornalismo e por fim, se encontrou no Design Gráfico. Lidar com a perda da vó nesse período foi muito difícil para ele, mas a faculdade o ajudou a resgatar sua paixão de infância, o desenho, e o motivou a aprender novas técnicas e se desenvolver a partir do conhecimento.
Sua namorada foi uma grande incentivadora no período da faculdade e comprou para ele uma mesa digitalizadora, para ajudar no processo das ilustrações. Por um tempo ela ficou parada, mas depois Mário passou a usá-la todos os dias, treinando e se aperfeiçoando. Para ele, o gesto da namorada de acreditar nele ajudou para que ele também acreditasse em si mesmo.
SOBRE AS CORES DE MÁRIO ALENCAR
Suas ilustrações são tanto coloridas quanto em preto e branco. As cores ajudam a dar o tom em seu trabalho, indo de ilustrações mais alegres até algumas mais sombrias. “Cores claras ajudam a harmonizar temas mais leves como o cotidiano, culturas e todo o tipo de amor. Já as cores mais escuras e intensas, para transparecer melancolia”, explica.
Seu traço lembra um pouco o mundo de Tim Burton, uma de seus grandes inspirações. Além dele, Godard, David Lych, Steven Spielberg e John Hughes são outros nomes favoritos do cinema. Na música, Mário cita Elliott Smith, My Bloody Valentine e Dinosaur Jr como nomes que estão presentes em seu processo criativo desde o início.
Quando pequeno, era fascinado pelos quadrinhos da Turma da Mônica e depois descobriu novos favoritos como Daniel Clowes, Sandman, Amuleto: O Guardião da Pedra, Três Sombras, Asterix e Obelix e Charlie Brown e sua turma. O Instagram é uma grande ferramenta para encontrar referências e Brett Manning, Fabrizio Lenci e Millo estão entre os favoritos de Mário atualmente.
O artista também se diz atraído a ilustrar temas relacionados à política do nosso país e do mundo. Para ele, seu trabalho não é uma obrigação, mas uma atividade que o ajudou a encontrar o próprio caminho. “Uma salvação, um meio de escape que é por onde eu irei me expressar”, define. E ele usa seu dom para entender a vida e preencher as próprias lacunas.
O FUTURO
Suas ilustrações também estão presentes em álbuns de artistas, sempre ligando sua paixão do design com a música. Outra novidade foi se arriscar no mundo dos livros, ilustrando a publicação infantojuvenil “Quando o 7 Ficou Louco” da Editora Piu, do Rio Grande do Sul. A história é de Bram Stoker, mesmo autor de Drácula e de quem Mário é grande fã.
Para o futuro, o artista vislumbra conhecimentos e experiências. “Todo dia eu aprendo algo novo com a ilustração e sei que ainda tenho muito a desenvolver. Quero que a sabedoria seja a minha melhor amiga e que muitos trabalhos cheguem até a mim com o intuito de me amadurecer”, diz.
Algumas colagens de Mário Alencar
Capa do álbum Halloween Collection, Marly Records
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