Entre polêmicas e acertos, dados sobre o Grammy mostram um passado pouco inclusivo para mulheres, mas também indicam um melhor futuro para a premiação
(Foto: Divulgação | Reprodução: Portal PopLine)
Há um constante debate em relação à representatividade e inclusão de mulheres em prêmios dos mais variados ramos – desde a música ao cinema. Apesar do cenário ter sofrido diversas modificações ao longo dos anos, e ter se tornado realmente mais aberto, dados levantados sobre os indicados à categoria Álbum do Ano do Grammy ainda impressionam. No entanto, também trazem algumas boas notícias para o futuro.
APENAS 21 EDIÇÕES TIVERAM INDICAÇÕES EQUILIBRADAS
Entre 1959 e 2021, foram poucos os anos em que o número de indicados e indicadas na categoria de Álbum do Ano do Grammy foi equilibrado, com no máximo um artista de diferença: 1964, 1968, 1974, 1976, 1985, 1987, 1988, 1991, 1992, 1993, 1996, 1997, 2000, 2003, 2004, 2006, 2011, 2012, 2014, 2017 e 2021. Isso corresponde a 21 edições do Grammy, uma premiação com mais de 60 anos.
A quantidade de anos em que o número de mulheres indicadas superou o número de homens indicados é menor ainda. Dos mais de 60 anos de premiação, apenas 8 edições tiveram um número maior de artistas mulheres indicadas na categoria de Álbum do Ano. Por outro lado, ter mais homens indicados à categoria, não é um acontecimento incomum.
Considerando todas as categoria até o momento, menos de 50% eram mulheres, correspondendo cerca de 33%. O número de mulheres premiadas na categoria também segue a mesma proporção.
SINAIS DE UM FUTURO MAIS INCLUSIVO
A edição de 2018 foi a última vez em que o número de indicados à categoria de Álbum do Ano foi desbalanceado, com quatro homens indicados e apenas uma mulher indicada. As edições seguintes não somente trouxeram um número de indicações um pouco mais balanceado, como também tiveram algo incomum: a predominância de mulheres.
Tanto em 2019, quanto em 2020, houveram cinco mulheres e três homens, sendo vitoriosas na categoria em questão Billie Eilish e H.E.R., respectivamente. Já em 2021, houve um equilíbrio absoluto, com quatro mulheres e quatro homens indicados.
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Taylor Swift este ano fez história na cerimônia ao se tornar a primeira artista mulher a vencer três vezes a categoria Álbum do Ano. O troféu de 2021 ao seu álbum de lockdown, Folklore, se soma a Fearless (2010) e 1989 (2016). Apenas outros três artistas atingiram esse feito: Frank Sinatra, Paul Simon e Stevie Wonder.
Beyoncé foi quem mais recebeu indicações para essa edição do Grammy, sendo 9 ao todo. A cantora não lançou um álbum com músicas inéditas em 2020, e sim apenas a música “Black Parade”, que recebeu várias indicações, incluindo Gravação do Ano, Música do Ano e Melhor Performance de R&B, entre outras. Beyoncé ainda recebeu uma indicação de Melhor Filme Musical por “Black Is King” e Melhor Clipe por “Brown Skin Girl”.
Essa sequência sem precedentes e contra todas as probabilidades dá sinais de que, pelo menos na categoria de Álbum do Ano, os que se destacam na premiação serão selecionados de forma mais extensiva, trazendo oportunidades para ambos gêneros e abrindo mão de antigos preconceitos que há tanto tempo têm feito parte da mentalidade dos membros votantes da academia.
A lista completa dos vencedores está disponível no site oficial do Grammy.