Interestelar e o refinamento de Christopher Nolan (com suaves spoilers)

Interestelar e o refinamento de Christopher Nolan (com suaves spoilers)

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A primeira coisa que posso dizer sobre Interestelar é que é um filme belíssimo. No sentido de beleza mesmo, com uma ótima direção de arte e de fotografia.

A história se passa em um futuro não muito distante, onde os recursos do planeta Terra foram praticamente esgotados e as pragas nas plantações e tempestades de poeira são constantes, devido a falta de chuvas. Não, o filme não se passa em São Paulo, e qualquer semelhança com o tempo atual é mera coincidência. 

Toda a sci-fi é baseada na teoria da relatividade de Albert Einstein. Portanto, alguns haters do bom velhinho bigodudo e linguarudo podem não se identificar com o enredo. Nolan mistura diálogos complexos, ao mesmo tempo em que os explica para os leigos. É como se Marcelo Gleiser (físico, astrônomo, professor e roteirista) tivesse ajudado a escrever o roteiro (talvez isso seja bom para alguns, ruim para outros).

Uma das primícias da teoria de Einstein é que o tempo é relativo. Portanto, preste bem atenção porque qualquer piscada fará uma salada Caesar no seu cérebroO filme ainda levanta algumas polêmicas como a veracidade da chegada do homem à Lua realizada pela missão americana Apollo, quem são os extraterrestres, qual a função dos chamados “buracos-de-minhoca” e também como funcionam os já conhecidos buracos negros. Mesmo com tanta ênfase no cosmos, o diretor não esquece o apelo emocional hollywoodiano e entrega muito amor transbordando pela tela.

A história é permeada pela relação de um pai com a sua filha. Matthew McConaughey parece ter sido escolhido a dedo para o papel principal. É um ex-engenheiro e piloto da Nasa, sulista, de sotaque carregado, vindo de uma família de fazendeiros, viúvo, que cuida da terra e de um casal de filhos adolescentes com a ajuda do sogro, vivido por John Lithgow.

O diretor é um dos melhores de sua geração e em recente entrevista, disse que queria homenagear Stanley Kubrick – do referencial 2001 – Uma Odisséia no Espaço (1968). Interessante, pois assim como 2001, Interstelar conta com cenas que abrem espaço para conclusões próprias do espectador. Creio que Nolan não só homenageou, mas criou um novo sci-fi para ser adorado e claro, odiado. Para mim, é entretenimento de primeira, vale a pena! 

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Supermassive black hole.

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É o super homem? Não. É uma tempestade de poeira.

Assista ao trailer:

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