Moda inclusiva: Estilista brasileira cria coleção atemporal para pessoas com deficiência feita a partir de resíduos plásticos

Moda inclusiva: Estilista brasileira cria coleção atemporal para pessoas com deficiência feita a partir de resíduos plásticos

Conforto, praticidade, funcionalidade, e claro, estética e design. Foi pensando nisso que a estilista de Porto Alegre Vitória Cuervo criou mais uma coleção de moda inclusiva, atemporal e sem gênero, pensada para todos os corpos. A inspiração do tema? Surgiu a partir da coleta de resíduos plásticos feita por ela e seus amigos nas praias do RS e SC. “Sei que isso é uma questão global e não será resolvida de um dia para outro, mas com o grande interesse das comunidades e projetos de limpeza nas praias, acredito que a diferença um dia poderá ser vista”, diz Vitória.

Brinquedos, escovas de dente, isqueiros e embalagens viraram as estampas das peças, que abordam de uma forma divertida um assunto sério e mostram a importância da conscientização de manter as praias e oceanos limpos, além do descarte de forma correta, eliminando parcialmente ou totalmente os impactos resultantes da acumulação de plásticos e materiais no meio ambiente. Ao todo Vitória criou cinco estampas diferentes feitas a partir da técnica de sublimação.

As roupas com estampas coloridas e adaptadas ganharam modelagens diferenciadas e fechamentos estratégicos para facilitar o vestir e despir, ao pensar em todos os públicos possíveis, democratizando assim a moda.

Vitória criou camisetas, vestidos, bermudas, blusas, casacos e macaquinhos em malha PET, algodão, moletom, neoprene, plástico e linho. Camisetas e vestidos foram fechadas nas laterais com velcro, zíperes nas saias e bermudas para facilitar na hora da troca de sonda, por exemplo.

Também há peças sem costuras nas costas, fechamentos em envelope para servir em todo mundo, elástico na cintura, recortes para quem usa a cadeira de rodasAlgumas adaptações que fazem a diferença, mas ela ressalta que as peças são para todo mundo.

O DESFILE: COLEÇÃO PLASTIC – MODA INCLUSIVA

Para lançar a Coleção Plastic, Vitória contou com um casting de anãs, cadeirantes, cegas, muletante, modelos profissionais sem deficiência e plus size, representando o melhor da inclusão.

Os acessórios usados foram feitos em borracha pela marca gaúcha Tun e os broches criados com o material descartado nas praias. O calçado usado foi sandália Flox da Melissa que é unissex e tem tamanho infantil que pode ser usado por uma das modelos com nanismo.

Tampinhas encontradas nas praias também viraram acessório no desfile da Coleção.

SOBRE VITÓRIA CUERVO

Vitória Cuervo é formada em Moda pela Universidade Feevale em Novo Hamburgo, RS, e conta que começou a se interessar pelo assunto quando escolheu o tema em seu trabalho de conclusão de curso em 2009. Desde então, a estilista inclui peças adaptadas em suas criações.

A gaúcha já participou do Donna Fashion Iguatemi, onde uma cadeirante desfilou pela primeira vez, tirou segundo lugar no 3º Concurso Moda Inclusiva realizado pelo estado de SP e foi finalista do Premio Top XXI Design Brasil na categoria novos talentos com a coleção Caleidoscópio em SP.

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As peças de Vitória foram pensadas com funcionalidades para cadeirantes, pessoas cegas, com nanismo e outras singularidades!  

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Casaco com modelagem pensada em uma pessoa sentada. Com recorte nas costas para ficar com um bom caimento e mangas mais curtas para não atrapalhar o manuseio da cadeira; 

Algumas peças da Coleção Plastic. Abaixo, momentos do desfile: 

Vestidos com velcro lateral;

Bermudas com elástico na cintura para priorizar o conforto e fecho dos lados para facilitar o vestir e para fazer a sonda sem precisar tirar a bermuda/saia;

Algumas adaptações nas roupas fazem a diferença, mas Vitória ressalta que as peças são para todo mundo!

Bolsas “grudadas” no vestuário com velcro para não correr o risco de cair;

Saias com abertura lateral para fazer a troca de sonda e velcro para poder ajustar;

Vestidos com escrito em braille e que sejam fáceis de vestir;

Camisetas com as costas mais curtas e frente mais comprida para não “embolar” o tecido. Algumas abrem todo lado com velcro para facilitar o vestir e despir no caso de tetraplégico;

Mochilas que podem ser usadas também na cadeira de roda, fechamento em velcro;

Padrões ideais? Ideal é ver é a beleza de todo ser humano como um todo! Acompanhe o trabalho de Vitória Cuervo no Facebook e Instagram.

Fotos: Ana Viana. Consultoria: Cris Otto. Styling As Modistas. Modelos Joy Model Management. Beleza Senac POA e Renata Flor. Locação das fotos: Estúdio SOho e Salão Átrio do Santander Cultural.

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