Qual o futuro da influência digital?
Nunca estivemos tão conectados a computadores e smartphones. Por isso, é natural que tenhamos cada vez mais contatos com influenciadores digitais. Mas para além de compartilharem suas vidas, a produção de conteúdo e publicitário está sempre presente nas redes sociais de influencers.
Engana-se quem pensa que pessoas influentes são alvo de promoção de marcas há pouco tempo. Basta nos lembrarmos do sucesso que a Pantene fez no início dos anos 2000 com as belas madeixas de Gisele Bündchen. Ou mesmo como a Lady Di influenciou a moda de sua época, antes mesmo da existência das redes sociais.
Em uma pesquisa minuciosa sobre influenciadores digitais descobrimos os principais motivos que fazem este mercado crescer cada vez mais. Um número chama a atenção: 73% dos usuários já confiaram na opinião de um influenciador para comprar um produto. E 55% dos usuários que participaram da pesquisa procuraram a opinião de um influenciador antes de fazer determinada compra.
COMO TUDO COMEÇOU
Se antes era necessário ter fama para se tornar um influenciador, hoje o mercado age de forma oposta.
Ou seja, antigamente o ‘influenciador’ já era conhecido por algum outro trabalho (ator, cantor, modelo, etc) e emprestava sua fama para determinadas marcas. Atualmente, não é necessário ser uma celebridade para ter o poder de influenciar pessoas. Basta ter notoriedade em seu nicho e seguidores que consumam o seu conteúdo.
Algumas curiosidades do poder de influência é quando olhamos para o tanto que a Família Real Britânica contribuiu (e muito!) para as vendas de produtos de porcelana da marca Wedgwood. Já no século XVIII a Rainha Charlotte foi a responsável pela promoção da empresa que até hoje produz peças de luxo.
A influência pode vir mesmo por meio de um personagem. A Disney, antes mesmo de dar a fama ao Mickey Mouse, criou o Coelho Osvaldo para competir com o famoso Gato Félix, nos anos 1950. Ou o que dizer do estouro de vendas que a Rolex teve com o James Bond nos anos 1970?
INFLUÊNCIA DIGITAL HOJE EM DIA
Ao longo da última década, o poder dos influenciadores cresceu exponencialmente, em grande medida graças às transformações da tecnologia, da cultura da internet e dos novos hábitos do consumidor.
As marcas, pensando no poder de venda que os influencers possuem, buscam nomes de notoriedade. A empresa de jogos Betway reuniu dados importantes para nos ajudar a entender como somos influenciados no Brasil. Felipe Neto, Whindersson Nunes e Carlinhos Maia são os três influenciadores mais confiáveis independente do gênero.
Mas saiba que existe diferença entre celebridade e influenciadores. Enquanto a celebridade é idealizada e distante, mais difícil de se desvincular da imagem inicial (TV) e construir conexão com o público no novo contexto (redes sociais), o influenciador é uma pessoa mais emocional, permeada pela espontaneidade, mais próximo e interativo, além de possuir conexão com o consumidor em nichos de maior relevância. E é através dessa sua relevância que consegue parceria com marcas e sustento financeiro, sendo assim sua influência uma consequência.
De acordo com o levantamento feio pela AlgoritmCOM com os profissionais de marketing, a definição de influenciadores é aquela pessoa que dialoga com a sua comunidade engajando com um propósito. Muitas vezes esses perfis são capazes de hackear os sistemas, ou seja, de trabalhar além das normativas previstas pelas plataformas digitais, criando oportunidades para que as empresas se comuniquem com públicos de interesse, seja para awareness, seja para, efetivamente, venda/conversão.
Em algum nível, todos nós temos alguma influência. Mas, nas redes sociais, elas costumam ser medida pelo número de seguidores. Porém, olhar somente para isso pode ser um problema. Os números podem ser manipulados, bots podem ter sido instalados, a dimensão do impacto não é um conceito palpável, além de que um influenciador deve ser relevante pela proximidade e identificação que sua comunidade tem com seu conteúdo e não apenas pelo número de pessoas que o acompanham.
O FUTURO DA INFLUÊNCIA DIGITAL
Com a pandemia, muita coisa mudou: o consumo, as estratégias das marcas diante do cenário, e até o próprio influenciador – teve que ser ressignificado. Estamos passando por um momento delicado em que milhões de pessoas sofrem, carentes de empatia e solidariedade, enquanto muitos continuam vivendo em suas telas atrás de conteúdos impiedosamente fabricados.
No que se refere ao consumo, discrição é a palavra da vez, à medida que as pessoas evitam exibições excessivas de materialismo para garantir que as plataformas sejam usadas para o bem.
Os influenciadores também serão cada vez mais utilizados para disseminar a verdade (os chamados Genuinfluencers) entre os seus seguidores em meio a um ecossistema que sofre com a desinformação. Esse novo tipo de narrativa mais séria irá parecer menos com propaganda e buscará a proximidade com o público, focando mais em conteúdo que em likes.
A Finlândia é um bom exemplo: durante a pandemia, 1,5 mil influenciadores ganharam status de trabalhadores essenciais, encarregados de divulgar informações importantes sobre segurança e saúde. Nos próximos anos, a atenção se voltará para esses, cujo trabalho será compartilhar informações importantes e verdadeiras em nome de grupos como a Organização Mundial da Saúde.
A pandemia também acelerou a tendência em direção a conteúdos menos roteirizados, encenados e filtrados. Há uma expectativa dos seguidores para que os influenciadores criem a sua própria autenticidade. O foco, deve ser cada vez menos na visibilidade e mais na autenticidade do conteúdo que se produz e na sua relação com o público.
Sim, influência digital nunca foi só sobre vender produtos, mas sobre gerar conversas realmente válidas.