O lado doce e sombrio das tatuagens autorais de Scarlath Louyse
Ela vive de arte, respira arte e não viveria sem arte. “Sou alma, sou visceral, sou artista”. Scarlath Louyse possui um estilo próprio em suas tatuagens linework. Nascida em Caruaru, PE, Scarlath diz ser uma pessoa “esquisita” desde criança, a ovelha negra da escola. Um pouco tímida, ficava rabiscando tudo o que sentia pela frente, inclusive nos móveis de sua mãe.
Antes de se aventurar na pele era designer gráfica/estilista, mas tinha muita vontade de estudar as diferentes técnicas de tattoos. Até que do dia para a noite decidiu jogar tudo para o alto e viver apenas do seu sonho.
Um grande amigo lhe deu umas máquinas e por conta, ela começou a rabiscar sua “perna podre” (sua perna de testes de auto-tattoo) por curiosidade. Depois foram os amigos, começaram a chegar os clientes, e virou sua profissão, que hoje executa com muito carinho.
Scartlath Louyse diz que teve como sua maior influência o filme “O Estranho mundo de Jack” de Tim Burton, que assistiu quando era criança e ficou fascinada pelo lado sombrio do desenho. Conversamos um pouco mais com a artista para saber sobre suas inspirações. Confira:
FTC: Como você define a sua arte?
Minha arte é algo muito pessoal e misturada, não saberia classificá-la ou defini-la. Ela foi tomando força de acordo com as coisas que eu sentia. Hoje misturo meus sentimentos e os de quem me procura, com minhas características para criar algo. Ninguém vem para fazer só elementos estéticos, existe muita história por trás de cada linha que tatuo. Fico muito grata por trabalhar exclusivamente com minha arte autoral.
FTC: Com o que você se inspira?
Não tinha muita referência de arte na cidade que morava. Por falta de acesso, acabei usando muito minha imaginação. Acho que minha maior influência foi assistir o “Estranho mundo de Jack” de Tim Burton quando era criança, fiquei fascinada pelo lado sombrio do desenho. Mas eu me inspiro com qualquer coisa: uma música, um poema, uma pessoa e até mesmo a característica de meus clientes. Quando os vejo, já imagino qual arte combina com a personalidade deles, é uma coisa meio maluca, mas consigo imaginar. Minha mente passa o dia borbulhando, você joga uma faísca e ela explode, BUM!
FTC: Qual foi sua primeira tatuagem em um cliente?
Foi um pássaro! Sempre tatuei meus próprios desenhos e suei bastante para fazer porque escolhi algo grande. Peguei um amigo de adolescência como cobaia e fiz ele sofrer um pouco, não tinha nenhuma noção de técnica, aplicação e estudei algumas coisas no meu experimento humano querido. (Obrigada Lucas, hahaha!)
FTC: Está tocando algum projeto especial ou específico atualmente?
Sim, sempre! Vou me mudar para Curitiba-PR e em nome do amor vou iniciar um projeto chamado: “O corpo é extensão da arte”. Vou tatuar fechamentos com temas relacionados a criatividade/poesia/sentimentos. Tenho muito desejo de mostrar minhas ideias puras, o lado poético e doloroso de viver de arte. Será o primeiro de muitos projetos que quero concluir esse ano, estou preparando tudo com muito carinho.
FTC: Uma frase que vc carrega para a vida.
“Através da arte é possível curar as pessoas. A arte nos ajuda a ser livre da agressão e depressão”. – Leonid Afremov.
FTC: 5 coisas que não consegue viver sem.
Nanquim, pincéis, minhas máquinas de tattoo, cuscuz e tapioca.
No Facebook: /scarlathlouys. No Instagram: @scarlathlouyse.